terça-feira, novembro 30
As ratazanas
A ratazana é uma espécie em prodigiosa propagação nos quadros políticos dos principais partidos portugueses. Trata-se de uma verdadeira praga que está a colonizar o aparelho do Estado. Apesar de viver no lixo, chafurdar na merda e ser potencialmente nociva para a saúde pública, esta espécie de "ratazanis politicus" têm algumas particularidades que a distinguem da restante família dos roedores. A primeira particularidade desta espécie ratoneira é ser liberal e bem pensante. Defendem o individualismo e a livre iniciativa, vestem fatos listados e comportam-se como membros de uma casta superior, cujos iluminados espíritos lhes permitem a arrogância de se marimbarem nos mais elementares princípios de ética pública e da integridade da coluna vertebral, que no seu caso é por definição, deformável, maleável e corrompível.
Outra característica desta familia de ratonice política, além do seu luzidio pêlo cor-de-laranja, é o seu forte espírito gregário, com fortes ligações antropológicas à forma como se comporta uma matilha de hienas em presença de um cadáver.
Em formação, as ratazanas atacam o naco de poder que julgam ser seu por direito divino, e sob o olhar atento do chefe partilham entre si os despojos do saque.
Mas, como a natureza da ratazana é por definição de índole traiçoeira, ao primeiro sinal de alarme e de acossamento, a coesão fingida, resvala para a punhalada e para a mordidela esconça. A ratazana não suporta a maresia do naufrágio e é vingativa quando se sente "mordida" no seu mais precioso instinto - a vaidade.
O actual Governo do PSD/PP representa a mais repelenta e abjecta concentração de ratazanas na chefia do Estado desde o 25 de Abril. O episódio com o ministro Chaves é apenas a face visível e pública do lamentável esgoto em que se tornaram as reuniões do Concelho de Ministros e os corredores do Palácio de S. Bento.
Recordo-me perfeitamente que a primeira vez que vi este espécime chamado Henrique Chaves foi num dos inúmeros e estéreis debates que antecederam a entronização do "regente" Pedro Santana Lopes. Já mais do que habituado ao grau zero de inteligência na política, percebi naquele esclarecedor debate que em Portugal é possível a estupidez natural e presunçosa descer alguns graus abaixo de zero.
O Dr. Chaves, cuja única qualidade conhecida, (e de resto duvidosa, como se veio a provar)era ser amigo do Dr. Lopes, mostrou nesse debate um servilismo santanista deplorável e um pensamento unívoco e absolutista absolutamente aterrador.
Haviam de ver o ar superior, pedante e arrogante com que exprimia as suas opiniões (de resto, legítimas) para imediatamente se perceber a tipologia da besta.
Um queque bimbo, convencido que os chatos comem alpista e andam de avião, cuja extensão do horizonte visual se esgotava nas "festarolas" veranis nos al-garbs da moda, onde derramava flutes de champagne juntamente com aquela pandilha sôfrega e patética de homens em crise de meia idade, que rezam as crónicas são a chamada "geração Portugal".
Se o dr. Lopes e os seus estimáveis amigos de meia-idade são a nova "geração Portugal", que venha a velharia gerontocrática do PC, que é aliás preferível.
Depois de apenas 100 e poucos dias no Governo, o Dr. Chaves que só lá estava por causa da quota dos "amigalhaços", amuou com modos de "prima donna" encornada. Em queixume de "ratazana" lamentou a falta de participação na divisão do saque das ratazanas, ele que gostaria de se roçar activamente na "coordenação" da comezaina, viu-se privado da sua alimentação básica - a sua elevada auto-estima.
Só mesmo uma personagem sem sentido próprio do ridículo poderia achar que poderia participar na lambusice central, e nunca percebeu a sua condição de bobo da corte, sobretudo quando confrontado com ratazanas de pêlo mais hirsuto e de maior peso, como o são notoriamente o Dr. Sarmento e o Dr. Gomes da Silva. Afinal a emproada ratazana, não passava de um roedorzito de terceira categoria, e quando foi passado para a inútil pasta do desporto, demorou três dias a reunir informação para o seu neurónio único decidir que "estava a mais" naquele esgoto.
Como é de bom timbre nas ratazanas, em vez de sair de fininho e em concordância com o chefe decidiu armar a sua "vendetta" privada para criar um sério embaraço ao Dr. Lopes, a quem acusou de falta de lealdade e de verdade. Ora entre ratazanas a lealdade é acessória e dispensável tal como o contributo do Dr. Chaves para o glorioso tempo novo que segundo os arautos do Governo se prolongará até 2014.
Ora é bom de ver que pela obra se conhece o artesão, e que este episódio palaciano revelou com toda a clareza que o País estava entregue à bicharada.
Precisamente quando estava a acabar este texto, e em directo, o Patético Presidente da República Portuguesa anunciou a dissolução da AR. Ou seja, recorreu finalmente ao Ratax que já deveria ter usado logo em Julho, para desratizar a vida política portuguesa. Ele que também é co-responsável pelo estado a que chegou a este País da bicharada acaba por dar ao Ministro Chaves um papel na história que ele decididamente não merecia, ou seja, o traidor que deitou abaixo o Governo, porque esta é a moral desta história imoral. Quando as ratazanas se sentem acossadas costumam iniciar os rituais autofágicos, ou seja, em Portugal as ratazanas devoram-se umas às outras, mas nunca até a um estádio que permita a sua extinção.
As ratazanas voltarão, talvez com outra côr de pelo, mas elas voltarão e até lá só é pena que o povo não tenha o poder de dissolver o Presidente.
As ratazanas cor-de-laranja, essas vão agora merecidamente atravessar um longo e obscuro esgoto da obscuridade.
PS. A esta hora as hordas de ratazanas espalhadas pelas inúmeras empresas públicas e cargos de nomeação política devem já estar em pânico, com a previsível varridela e desratização que esperemos o futuro Governo vai aplicar nestes espécies. As indemnizações a pagar vão-nos sair caras a todos, mas é de bom grado que contribuirei para varrer esta malta para o local de onde nunca deveriam ter saído - a sarjeta.
Como contribuinte assumidamente vingativo, recomendo já a primeira cabeça para a guilhotina - o Sr. Luis Delgado.
Outra característica desta familia de ratonice política, além do seu luzidio pêlo cor-de-laranja, é o seu forte espírito gregário, com fortes ligações antropológicas à forma como se comporta uma matilha de hienas em presença de um cadáver.
Em formação, as ratazanas atacam o naco de poder que julgam ser seu por direito divino, e sob o olhar atento do chefe partilham entre si os despojos do saque.
Mas, como a natureza da ratazana é por definição de índole traiçoeira, ao primeiro sinal de alarme e de acossamento, a coesão fingida, resvala para a punhalada e para a mordidela esconça. A ratazana não suporta a maresia do naufrágio e é vingativa quando se sente "mordida" no seu mais precioso instinto - a vaidade.
O actual Governo do PSD/PP representa a mais repelenta e abjecta concentração de ratazanas na chefia do Estado desde o 25 de Abril. O episódio com o ministro Chaves é apenas a face visível e pública do lamentável esgoto em que se tornaram as reuniões do Concelho de Ministros e os corredores do Palácio de S. Bento.
Recordo-me perfeitamente que a primeira vez que vi este espécime chamado Henrique Chaves foi num dos inúmeros e estéreis debates que antecederam a entronização do "regente" Pedro Santana Lopes. Já mais do que habituado ao grau zero de inteligência na política, percebi naquele esclarecedor debate que em Portugal é possível a estupidez natural e presunçosa descer alguns graus abaixo de zero.
O Dr. Chaves, cuja única qualidade conhecida, (e de resto duvidosa, como se veio a provar)era ser amigo do Dr. Lopes, mostrou nesse debate um servilismo santanista deplorável e um pensamento unívoco e absolutista absolutamente aterrador.
Haviam de ver o ar superior, pedante e arrogante com que exprimia as suas opiniões (de resto, legítimas) para imediatamente se perceber a tipologia da besta.
Um queque bimbo, convencido que os chatos comem alpista e andam de avião, cuja extensão do horizonte visual se esgotava nas "festarolas" veranis nos al-garbs da moda, onde derramava flutes de champagne juntamente com aquela pandilha sôfrega e patética de homens em crise de meia idade, que rezam as crónicas são a chamada "geração Portugal".
Se o dr. Lopes e os seus estimáveis amigos de meia-idade são a nova "geração Portugal", que venha a velharia gerontocrática do PC, que é aliás preferível.
Depois de apenas 100 e poucos dias no Governo, o Dr. Chaves que só lá estava por causa da quota dos "amigalhaços", amuou com modos de "prima donna" encornada. Em queixume de "ratazana" lamentou a falta de participação na divisão do saque das ratazanas, ele que gostaria de se roçar activamente na "coordenação" da comezaina, viu-se privado da sua alimentação básica - a sua elevada auto-estima.
Só mesmo uma personagem sem sentido próprio do ridículo poderia achar que poderia participar na lambusice central, e nunca percebeu a sua condição de bobo da corte, sobretudo quando confrontado com ratazanas de pêlo mais hirsuto e de maior peso, como o são notoriamente o Dr. Sarmento e o Dr. Gomes da Silva. Afinal a emproada ratazana, não passava de um roedorzito de terceira categoria, e quando foi passado para a inútil pasta do desporto, demorou três dias a reunir informação para o seu neurónio único decidir que "estava a mais" naquele esgoto.
Como é de bom timbre nas ratazanas, em vez de sair de fininho e em concordância com o chefe decidiu armar a sua "vendetta" privada para criar um sério embaraço ao Dr. Lopes, a quem acusou de falta de lealdade e de verdade. Ora entre ratazanas a lealdade é acessória e dispensável tal como o contributo do Dr. Chaves para o glorioso tempo novo que segundo os arautos do Governo se prolongará até 2014.
Ora é bom de ver que pela obra se conhece o artesão, e que este episódio palaciano revelou com toda a clareza que o País estava entregue à bicharada.
Precisamente quando estava a acabar este texto, e em directo, o Patético Presidente da República Portuguesa anunciou a dissolução da AR. Ou seja, recorreu finalmente ao Ratax que já deveria ter usado logo em Julho, para desratizar a vida política portuguesa. Ele que também é co-responsável pelo estado a que chegou a este País da bicharada acaba por dar ao Ministro Chaves um papel na história que ele decididamente não merecia, ou seja, o traidor que deitou abaixo o Governo, porque esta é a moral desta história imoral. Quando as ratazanas se sentem acossadas costumam iniciar os rituais autofágicos, ou seja, em Portugal as ratazanas devoram-se umas às outras, mas nunca até a um estádio que permita a sua extinção.
As ratazanas voltarão, talvez com outra côr de pelo, mas elas voltarão e até lá só é pena que o povo não tenha o poder de dissolver o Presidente.
As ratazanas cor-de-laranja, essas vão agora merecidamente atravessar um longo e obscuro esgoto da obscuridade.
PS. A esta hora as hordas de ratazanas espalhadas pelas inúmeras empresas públicas e cargos de nomeação política devem já estar em pânico, com a previsível varridela e desratização que esperemos o futuro Governo vai aplicar nestes espécies. As indemnizações a pagar vão-nos sair caras a todos, mas é de bom grado que contribuirei para varrer esta malta para o local de onde nunca deveriam ter saído - a sarjeta.
Como contribuinte assumidamente vingativo, recomendo já a primeira cabeça para a guilhotina - o Sr. Luis Delgado.
Calem os Peruanos!!!
Chegou o Natal!
Como é costume, com o advento do Menino vieram as luzinhas, os pinheiros, os presépios, os madeiros, os perus e os bacalhaus...
Mas no Fundão, alem de todas esses natalismos chega igualmente a tortura! Já descrita pela Amnistia Internacional como a pior tortura desde a do sono...a tortura da flauta pã!
Meus amigos: AS FLAUTAS PÃ PERUANAS/BOLIVIANAS NÃO SÃO MÚSICA DE NATAL!!!!...estas 5 ou 6 músicas que passam 12 horas por dia em constante REPEAT, não são músicas natalicias!
Mais uma vez se prova que este executivo autarquico limita-se a pagar, não se importando em ver ou ouvir aquilo que comprou...de facto a "musica natalicia" fundanense não passa de versões kitsch, sopradas desde Machupichu, de "Titanic", "Robin Hood", "O Bom, o Mau e o Vilão"(!) e, pasmem-se, do hino adoptado pelos socialistas "1492 - Conquest of Paradise"!
Há musicas que nos fazem lembrar que temos de comprar as prendinhas sem nos torturarem!...ponham um CD do Frank Sinatra, do Dean Martin, do Handel ou do Coro Santo Amaro de Oeiras...qualquer coisa com sininhos, guizos, com mais de 5 faixas e que não seja tocado por índios sul-americanos!
POR FAVOR!!!
segunda-feira, novembro 29
É tudo bons rapazes, senhor Presidente!
Amigos, amigos, demissões à parte! O Governo está cada vez mais isolado na esfera política. Primeiro foi o Prof. Marcelo, Pacheco Perreira e agora até mesmo Cavaco! Que destes, pelo menos dois, os Universitários, irão à festa de anos do Soares!
Será que é lá que se organizará o tão desejado Golpe Militar que Soares, qual Oráculo, profetizava?! Isto se Sampaio continuar sem coragem, para ficar na história?
Estou em pulga para saber que fabulosa íntrepretação dará Luis Delgado, a mais este episódio triste! Pois quem feio ama, bonito lhe parece! Embora os ratos sejam os primeiros a abandonar o barco!
Será que é lá que se organizará o tão desejado Golpe Militar que Soares, qual Oráculo, profetizava?! Isto se Sampaio continuar sem coragem, para ficar na história?
Estou em pulga para saber que fabulosa íntrepretação dará Luis Delgado, a mais este episódio triste! Pois quem feio ama, bonito lhe parece! Embora os ratos sejam os primeiros a abandonar o barco!
sexta-feira, novembro 26
Renovação é Eminente!
Reviravolta de última hora no congresso do PCP, Belmiro de Azevedo confirmado como o novo secretário-geral do Partido Comunista. Depois de Jerónimo de Sousa ter fugido para as ilhas Caimão, com duas secrétárias do PCP.
Fontes ligadas à direcção do Partido Comunista, afirmam que é com enorme satisfação que Belmiro de Azevedo, depois de muito ponderar, aceitou este novo desafio.
Outra fonte, esta mais inquinada, afirma que Álvaro Cunhal e Domingos Abrantes e são a mesma pessoa, vivendo este último maritalmente, há mais de um ano, com uma pomba na Graça.
Fontes ligadas à direcção do Partido Comunista, afirmam que é com enorme satisfação que Belmiro de Azevedo, depois de muito ponderar, aceitou este novo desafio.
Outra fonte, esta mais inquinada, afirma que Álvaro Cunhal e Domingos Abrantes e são a mesma pessoa, vivendo este último maritalmente, há mais de um ano, com uma pomba na Graça.
É tudo propaganda!
Nestes últimos meses assistiu-se a alegadas, se não mais que evidentes, pressões e tentativas de por
"amiguinhos" do Governo no control dos orgãos de comunicação social.
«Limpar a comunição social dessa gente de "esquerda", desses livres pensadores, que não foram eleitos!»
Começou mesmo a "caça às bruxas"? O Governo perdeu a vergonha? Alguém me explica porque é que o Polido Valente saiu do DN?
Mas o caso Marcelo abriu um grave precedente! A vitimização do Prof., permite agora que o povo, olhe para qualquer critico do governo, como um gravo e corajoso portuguese, que não pode ficar calado ao assistir a tanto disparate! Isto porquê?
O Prof. Cavaco está a aproveitar a onda e já começou a campanha para as Presidencias, fazendo de tempos a tempos, se não todos as semanas, declarações sobre o grave estado do país!
«Eu não invento números. A Comissão das Comunidades Europeias publicou previsões até 2006 e está lá escrito que Portugal vai continuar a empobrecer até esse ano. Já foi ultrapassado pela Grécia e pela Eslovénia e vai ser ultrapassado pela República Checa» Cavaco Silva
Eu já estou quase convencido! Mais uns meses e saio com povo à rua a gritar "Volta Cavaco estás perdoado, salva-nos deste Santana!" O Cavaco nem quer integrar o plano do Santana, «Uma Maioria, um governo, um Presidente». Mas sim pertencer a essa ruidosa, mal-tratada e querida Oposição.
"amiguinhos" do Governo no control dos orgãos de comunicação social.
«Limpar a comunição social dessa gente de "esquerda", desses livres pensadores, que não foram eleitos!»
Começou mesmo a "caça às bruxas"? O Governo perdeu a vergonha? Alguém me explica porque é que o Polido Valente saiu do DN?
Mas o caso Marcelo abriu um grave precedente! A vitimização do Prof., permite agora que o povo, olhe para qualquer critico do governo, como um gravo e corajoso portuguese, que não pode ficar calado ao assistir a tanto disparate! Isto porquê?
O Prof. Cavaco está a aproveitar a onda e já começou a campanha para as Presidencias, fazendo de tempos a tempos, se não todos as semanas, declarações sobre o grave estado do país!
«Eu não invento números. A Comissão das Comunidades Europeias publicou previsões até 2006 e está lá escrito que Portugal vai continuar a empobrecer até esse ano. Já foi ultrapassado pela Grécia e pela Eslovénia e vai ser ultrapassado pela República Checa» Cavaco Silva
Eu já estou quase convencido! Mais uns meses e saio com povo à rua a gritar "Volta Cavaco estás perdoado, salva-nos deste Santana!" O Cavaco nem quer integrar o plano do Santana, «Uma Maioria, um governo, um Presidente». Mas sim pertencer a essa ruidosa, mal-tratada e querida Oposição.
quarta-feira, novembro 24
Art' ubi - Mostra de artes na Covilhã!
Dia 24 de Novembro, 21h30m - Fash Motel (teatro) de alunos finalistas do ESMAE, Teatro-Cine.
Dia 25 de Novembro, 21h30m - Dazkarieh (música do mundo), Teatro-Cine.
Dia 26 de Novembro, 21h30m - Viagem ao meu cerebro (dança), por Ana de Castro, Sala de Ensaios da Aaubi.
Dia 27 de Novembro, 22h - Impressões (dança), por Ana de Castro e Carla Jordão, Teatro Cine.
Dia 30 de Novembro, 21h30m - Os nomes da terra(teatro), de Américo Rodrigues, pelo Teatro do imaginário, Teatro Cine.
Dia 3 de Dezembro, 21h30m - Roots caravan(música), Teatro Cine.
Dia 4 de Dezembro, 21h30m- Em cima do piano está um copo com veneno, pelos Farpas Teatro, Teatro Cine.
Todos os espectáculos são de entrada livre, menos os Dazkarieh (4 euros). Apareçam!
terça-feira, novembro 23
Getting Old !
Os U2 lançaram o seu novo álbum, "How To Dismantle An Atomic Bomb". O título é giro - como desmontar uma bomba atómica - mas o resto é uma seca. Os U2 que são um feliz fenómeno de longevidade na música moderna, parece que estão finalmente prontos para meter os papéis para a reforma. Na Irlanda acho que se podem reformar a partir dos 65, o que significa que ainda vamos ter mais um ou dois álbuns, ideiais para escutar nas excursões de Turismo Sénior dos reformados da Função Pública e em qualquer Rock FM pastelenta portuguesa. Para mostrar que não tenho preconceitos gerontófilos e deixar claro que os velhos também podem cantar, aconselho o novo álbum de um respeitável septuagenário chamado Leonard Cohen. Perfeito na melancolia feliz de quem faz da voz instrumento poético, "Dear Heather" é seguramente um dos regressos do ano, juntamente com outro venerando senhor chamado Tom Waits. O resto é, como dizia o outro, música para encher balões e prateleiras da FNAC.
"On that Day"
by Mr. Leonard Cohen
Some people say
It’s what we deserve
For sins against g-d
For crimes in the world
I wouldn’t know
I’m just holding the fort
Since that day
They wounded New York
Some people say
They hate us of old
Our women unveiled
Our slaves and our gold
I wouldn’t know
I’m just holding the fort
But answer me this
I won’t take you to court
Did you go crazy
Or did you report
On that day
On that day
They wounded New York
Pare, SCUT e olhe
Este lamentável imbróglio das SCUT`S, alegadamente criado pelo ministro Cravinho, no tempo das ilusões socialistas, e agora cinicamente despoletado pelo ministro Mexia, e os Evangelistas do Rigor Orçamental serve bem para ilustrar a baixa política em Portugal.
Já muito foi dito e escrito sobre esta matéria, e não quero maçá-los muito, recomendando vivamente e subscrevendo tudo o que Fernando Paulouro vem alertando nas suas indispensáveis colunas no “JF”.
Neste particular, espero que os nossos ilustres representantes na Assembleia Municipal do Fundão, tenham acusado o toque e recebido as bem dirigidas e justíssimas farpas que o director do JF lhes lançou. Eu por mim teria ido bem mais longe na adjectivação da indigna e espúria atitude política do PSD e da CMF.
Aliás, aquele abraço que o abnegado santanista, que por acaso é presidente da câmara do Fundão, deu ao Dr. Santana Lopes, logo que este foi aclamado por uma saudável maioria albanesa no Congresso de Barcelos, mostra bem a quem é que o nosso estimável edil deve a sua primeiríssima lealdade e fidelidade - ao Partido, e ao seu líder Pedro Santana Lopes.
O compromisso que assumiu com o povo do Fundão que o elegeu é, e isso tornou-se claro nesta posição da CMF e da AMF no caso das SCUT`S, coisa de secundária e negociável importância.
Não vale a pena disfarçar o arranjinho e a conveniência da submissão com o alegado “superior interesse nacional”, porque, em primeiro lugar, o senhor presidente não foi eleito para se preocupar com o interesse nacional, ou condescender com os “mandamentos” do Governo Central.
O senhor foi eleito para defender os interesses do seu concelho, e ao que conste, ninguém no seu perfeito juízo, poderá alegar que a criação de portagens na A23 é do melhor interesse da população e do desenvolvimento do concelho do Fundão e da região.
Por isso só se compreende a posição apascentada e pacóvia da Assembleia Municipal do Fundão e da CMF, com o interesse próprio e muito particular dos senhores autarcas e do do senhor presidente da assembleia, por acaso recentemente nomeado por este Governo para presidente da Caixa Geral de Depósitos.
Estes senhores estão bem ensinados e sabem que para glória das suas particulares carreiras não se deve morder a mão do dono.
Por venais convénios da politiquice e por causa da agenda pessoal e política dos nossos edils, o Fundão e o interior ficam mais pobres e mais esquecidos.
Julgam estes senhores que fazendo o número do cão fiel, poderão ter direito a uns ossitos de compensação do dono? Desenganem-se eles, e desenganemo-nos nós.
Estes senhores estão em trânsito na sua via-rápida de ambições e só pararam nas portagens do Fundão para encher o depósito do “prestígio político”.
PS: Estou consciente que os autarcas socialistas que agora erguem a sua voz contra as SCUT`s só o fazem porque o poder é de cor contrária, porque lhes convém o banzé.
Há no entanto uma calorosa excepção; o senhor presidente da CM de Castelo Branco, que ao contrário do nosso, não está pelas beiras de passagem.
Está cá para ficar, e não duvido que ergueria a sua voz da mesma forma se o poder fosse socialista. Isto, por muito que custe aos iluministas do Fundão – faz toda a diferença.
A minha enorme curiosidade é saber o que José Sócrates vai fazer em relação a este assunto quando for primeiro-ministro (muito antes de 2014, cá pelas minhas contas). Ou muito me engano ou depois de portagem paga, trancas à porta … ou será que não é assim o ditado?
Já muito foi dito e escrito sobre esta matéria, e não quero maçá-los muito, recomendando vivamente e subscrevendo tudo o que Fernando Paulouro vem alertando nas suas indispensáveis colunas no “JF”.
Neste particular, espero que os nossos ilustres representantes na Assembleia Municipal do Fundão, tenham acusado o toque e recebido as bem dirigidas e justíssimas farpas que o director do JF lhes lançou. Eu por mim teria ido bem mais longe na adjectivação da indigna e espúria atitude política do PSD e da CMF.
Aliás, aquele abraço que o abnegado santanista, que por acaso é presidente da câmara do Fundão, deu ao Dr. Santana Lopes, logo que este foi aclamado por uma saudável maioria albanesa no Congresso de Barcelos, mostra bem a quem é que o nosso estimável edil deve a sua primeiríssima lealdade e fidelidade - ao Partido, e ao seu líder Pedro Santana Lopes.
O compromisso que assumiu com o povo do Fundão que o elegeu é, e isso tornou-se claro nesta posição da CMF e da AMF no caso das SCUT`S, coisa de secundária e negociável importância.
Não vale a pena disfarçar o arranjinho e a conveniência da submissão com o alegado “superior interesse nacional”, porque, em primeiro lugar, o senhor presidente não foi eleito para se preocupar com o interesse nacional, ou condescender com os “mandamentos” do Governo Central.
O senhor foi eleito para defender os interesses do seu concelho, e ao que conste, ninguém no seu perfeito juízo, poderá alegar que a criação de portagens na A23 é do melhor interesse da população e do desenvolvimento do concelho do Fundão e da região.
Por isso só se compreende a posição apascentada e pacóvia da Assembleia Municipal do Fundão e da CMF, com o interesse próprio e muito particular dos senhores autarcas e do do senhor presidente da assembleia, por acaso recentemente nomeado por este Governo para presidente da Caixa Geral de Depósitos.
Estes senhores estão bem ensinados e sabem que para glória das suas particulares carreiras não se deve morder a mão do dono.
Por venais convénios da politiquice e por causa da agenda pessoal e política dos nossos edils, o Fundão e o interior ficam mais pobres e mais esquecidos.
Julgam estes senhores que fazendo o número do cão fiel, poderão ter direito a uns ossitos de compensação do dono? Desenganem-se eles, e desenganemo-nos nós.
Estes senhores estão em trânsito na sua via-rápida de ambições e só pararam nas portagens do Fundão para encher o depósito do “prestígio político”.
PS: Estou consciente que os autarcas socialistas que agora erguem a sua voz contra as SCUT`s só o fazem porque o poder é de cor contrária, porque lhes convém o banzé.
Há no entanto uma calorosa excepção; o senhor presidente da CM de Castelo Branco, que ao contrário do nosso, não está pelas beiras de passagem.
Está cá para ficar, e não duvido que ergueria a sua voz da mesma forma se o poder fosse socialista. Isto, por muito que custe aos iluministas do Fundão – faz toda a diferença.
A minha enorme curiosidade é saber o que José Sócrates vai fazer em relação a este assunto quando for primeiro-ministro (muito antes de 2014, cá pelas minhas contas). Ou muito me engano ou depois de portagem paga, trancas à porta … ou será que não é assim o ditado?
A cereja no topo do hamburguer
Se há frutinha que marca o actual consulado laranja no Fundão é a cereja.
O simpático e emblemático produto das terras da Beira foi elevado ao estatuto de símbolo do regime, e qualquer dia corre o risco de passar a ser cuspido com o desprezo, devido ao afã massificador da autarquia em elevar a cereja a símbolo da nação fundanense.
Para os amantes das teorias conspirativas, a "intelligentsia" da CMF, que reconheçamos é escassa e se cinge a um gabinete de 10 m2, pegou na cereja ao colo e elevou-a a uma espécie de símbolo de propaganda política. Ao contrário do seu amigo Santana, que sempre gostou de mandar colar cartazes auto-propagandistas, o Dr. Freches descobriu na cereja um meio mais subtil de se auto-promover, a si e ao salvífico exercício do poder iluminado que retira o Fundão da Idade das Trevas e o coloca no mapa cor-de-laranja da atenção mediática.
Mesmo eu que sou pouco dado a teorias da conspiração começo a desconfiar de tamanho empenho na promoção da cereja.
Depois da campanha de "outdoors" que apanhou desprevenidos os condutores suburbanos da Grande Alface, foi a campanha do Euro 2004, e até aí tudo bem, mesmo se quisermos discutir a relação custo/benefício dessas operações de marketing.
Acho que foram boas operações de charme e que ajudam a associar o simpático fruto a uma simpática região.
Mas, com a notícia que li no "site" do JF de que os produtores de cereja, com o claro beneplácito da CMF (a grande estratega da imagem da cereja) estão a ver se conseguem colocar as cerejas do Fundão na Cadeia McDonalds, penso que se está a ter mais olhos que barriga. Em vez de um Big Mac, vamos agora ao McDonalds mamar umas cerejinhas do Fundão?
Entendo a "gula" de escoar a produção por uma mega-cadeia de "junk food", que conjunturalmente pode dar aos produtores um meio de ganharem uns valentes tostões, mas onde vão ser obrigados a "esmagar" as suas margens de lucro, para os Tio Patinhas do McDonalds poderem aceitar a presença dos nossos frutos ao lado dos Muffins.
Por isso, mesmo do ponto de vista da racionalidade económica, desconfio muito desta ideia.
E depois, mais grave do que isso. Ao colocar a cereja do Fundão como um produto massificado, comercializado numa cadeia que não goza da maior das reputações no que concerne à qualidade e ao equilibrio alimentar, está-se, na minha opinião, a fazer uma associação negativa para a cereja do Fundão.
Ora, se já foram gastas algumas centenas de milhares de contos na promoção do valor "qualidade" e no valor "sabor" deste produto, vai-se agora desperdiçar essa imagem apenas porque surge uma oportunidade de negócio interessante?
Qualquer aprendiz de "marketing" saberia explicar aos senhores produtores de cereja e aos "estrategas" da CMF que a colocação da marca "cerejas do Fundão" numa cadeia de "junk food" como o McDonalds pode até aumentar a notoriedade da marca, mas vai contrariar toda a linguagem e imagem que até agora foi construída para a marca - ou seja, produto natural da terra, de qualidade e com um certo sabor exclusivo.
Até posso entender a tentação dos produtores em terem no McDonalds um canal de distribuição e escoamento muito interessante, mas dificilmente entendo que a CMF possa "patrocinar" este "negócio" sob o risco de destruir todo o trabalho e investimento até agora competentemente feito para criar uma "imagem de marca" para as cerejas da Cova da Beira e para o próprio Concelho do Fundão.
Se calhar os teóricos conspirativos até têm razão, e a CMF só viu na cereja uma óptima e subtil forma de se auto-promover; e se assim for que melhor sítio do que o McDonalds para fazer campanha eleitoralista.
Espero bem que não, e que a pouca "intelligentsia" autárquica dedique a este assunto um pouco mais de reflexão, do que aquela que suscitam as euforias pacóvias e galvanizadas com a ideia de verem cerejas do Fundão no topo dum hamburguer McDonalds.
PS: Decorreu em Turim um gigantesco festival gastronómico, e na Alemanha as Olímpiadas da Gastronomia. Era aqui que a CMF devia apostar na cereja do Fundão, tornando-a um produto exclusivo e refinado, capaz de atrair as atenções dos grandes "chéfes" de cozinha do mundo inteiro. É que, por exemplo, se um senhor como Paul Bocuse, um dia decidir desenhar uma tarte de cerejas com os frutos do Fundão, o futuro estaria garantido, porque são estes homens que definem as grandes tendências da alta-cozinha europeia.
Podíamos até não ser tão ambiciosos, mas, por exemplo, porque não desafiar (e pagar) aos grandes chefes de cozinha portugueses para inventarem pratos e sobremesas com cerejas do Fundão, e depois podê-las apresentar a concurso nos grandes certames internacionais.
É mais fácil, e mais rápido escoar as camionetas de cerejas para o McDonalds, mas aí elas rapidamente deixarão de ser cerejas do Fundão, para serem simplesmente umas cerejas quaisquer. É esse o risco que se corre.
O simpático e emblemático produto das terras da Beira foi elevado ao estatuto de símbolo do regime, e qualquer dia corre o risco de passar a ser cuspido com o desprezo, devido ao afã massificador da autarquia em elevar a cereja a símbolo da nação fundanense.
Para os amantes das teorias conspirativas, a "intelligentsia" da CMF, que reconheçamos é escassa e se cinge a um gabinete de 10 m2, pegou na cereja ao colo e elevou-a a uma espécie de símbolo de propaganda política. Ao contrário do seu amigo Santana, que sempre gostou de mandar colar cartazes auto-propagandistas, o Dr. Freches descobriu na cereja um meio mais subtil de se auto-promover, a si e ao salvífico exercício do poder iluminado que retira o Fundão da Idade das Trevas e o coloca no mapa cor-de-laranja da atenção mediática.
Mesmo eu que sou pouco dado a teorias da conspiração começo a desconfiar de tamanho empenho na promoção da cereja.
Depois da campanha de "outdoors" que apanhou desprevenidos os condutores suburbanos da Grande Alface, foi a campanha do Euro 2004, e até aí tudo bem, mesmo se quisermos discutir a relação custo/benefício dessas operações de marketing.
Acho que foram boas operações de charme e que ajudam a associar o simpático fruto a uma simpática região.
Mas, com a notícia que li no "site" do JF de que os produtores de cereja, com o claro beneplácito da CMF (a grande estratega da imagem da cereja) estão a ver se conseguem colocar as cerejas do Fundão na Cadeia McDonalds, penso que se está a ter mais olhos que barriga. Em vez de um Big Mac, vamos agora ao McDonalds mamar umas cerejinhas do Fundão?
Entendo a "gula" de escoar a produção por uma mega-cadeia de "junk food", que conjunturalmente pode dar aos produtores um meio de ganharem uns valentes tostões, mas onde vão ser obrigados a "esmagar" as suas margens de lucro, para os Tio Patinhas do McDonalds poderem aceitar a presença dos nossos frutos ao lado dos Muffins.
Por isso, mesmo do ponto de vista da racionalidade económica, desconfio muito desta ideia.
E depois, mais grave do que isso. Ao colocar a cereja do Fundão como um produto massificado, comercializado numa cadeia que não goza da maior das reputações no que concerne à qualidade e ao equilibrio alimentar, está-se, na minha opinião, a fazer uma associação negativa para a cereja do Fundão.
Ora, se já foram gastas algumas centenas de milhares de contos na promoção do valor "qualidade" e no valor "sabor" deste produto, vai-se agora desperdiçar essa imagem apenas porque surge uma oportunidade de negócio interessante?
Qualquer aprendiz de "marketing" saberia explicar aos senhores produtores de cereja e aos "estrategas" da CMF que a colocação da marca "cerejas do Fundão" numa cadeia de "junk food" como o McDonalds pode até aumentar a notoriedade da marca, mas vai contrariar toda a linguagem e imagem que até agora foi construída para a marca - ou seja, produto natural da terra, de qualidade e com um certo sabor exclusivo.
Até posso entender a tentação dos produtores em terem no McDonalds um canal de distribuição e escoamento muito interessante, mas dificilmente entendo que a CMF possa "patrocinar" este "negócio" sob o risco de destruir todo o trabalho e investimento até agora competentemente feito para criar uma "imagem de marca" para as cerejas da Cova da Beira e para o próprio Concelho do Fundão.
Se calhar os teóricos conspirativos até têm razão, e a CMF só viu na cereja uma óptima e subtil forma de se auto-promover; e se assim for que melhor sítio do que o McDonalds para fazer campanha eleitoralista.
Espero bem que não, e que a pouca "intelligentsia" autárquica dedique a este assunto um pouco mais de reflexão, do que aquela que suscitam as euforias pacóvias e galvanizadas com a ideia de verem cerejas do Fundão no topo dum hamburguer McDonalds.
PS: Decorreu em Turim um gigantesco festival gastronómico, e na Alemanha as Olímpiadas da Gastronomia. Era aqui que a CMF devia apostar na cereja do Fundão, tornando-a um produto exclusivo e refinado, capaz de atrair as atenções dos grandes "chéfes" de cozinha do mundo inteiro. É que, por exemplo, se um senhor como Paul Bocuse, um dia decidir desenhar uma tarte de cerejas com os frutos do Fundão, o futuro estaria garantido, porque são estes homens que definem as grandes tendências da alta-cozinha europeia.
Podíamos até não ser tão ambiciosos, mas, por exemplo, porque não desafiar (e pagar) aos grandes chefes de cozinha portugueses para inventarem pratos e sobremesas com cerejas do Fundão, e depois podê-las apresentar a concurso nos grandes certames internacionais.
É mais fácil, e mais rápido escoar as camionetas de cerejas para o McDonalds, mas aí elas rapidamente deixarão de ser cerejas do Fundão, para serem simplesmente umas cerejas quaisquer. É esse o risco que se corre.
sexta-feira, novembro 19
Identidades clubísticas
Num tempo em que o futebol se transformou em indústria poderosa, em que tudo se compra e se vende, com os clubes a adoptarem cada vez mais modelos de matriz económica (onde até os gloriosos clubes são geridos por adeptos e sócios de outras equipas...) foi com satisfação que soube esta semana que FC Barcelona recusou uma vez mais a venda de publicidade nas suas camisolas. O presidente do Barcelona defendeu a manutenção da singularidade de ausência de publicidade nas camisolas da equipa principal de futebol ao recusar a proposta da empresa Betandwin (empresa de apostas) que ofereceu 14 milhões de euros mais 3 milhões de incentivos para increver o seu nome nas camisolas do clube catalão, que nunca tiveram qualquer patrocínio. Aos jornalistas Juan Laporta disse “a direcção trata este assunto com um cuidado especial, que gostaria de manter essa singularidade e enquanto pudermos vamos faze-lo”.
Alguns poderão ver nesta medida uma situação de completo irracionalismo económico, mas na minha opinião, a persistência desta tradição em não aceitar publicidade nas camisolas, que torna o Barcelona no único clube do mundo a faze-lo, revela por parte da direcção do Barcelona a percepção daquilo que é o mais importante num clube, a cultura clubística de uma equipa de futebol e a sua identidade.
Noutro ponto do globo, no Rio de Janeiro, a cultura clubística de um clube foi demostrada de outra forma. A equipa do Flamengo depois de ter sido goleada no campo do Atlético de Minas Gerais foi esperada, no aeroporto, por um grande número de adeptos do Flamengo, que fintando os seguranças, arrearam uma valente carga de porrada nos jogadores... há clubes onde não se admite perder por 6-1.
Partidazo
Amanhã é dia de grande clássico em Espanha, o Barcelona líder da liga espanhola recebe o Real de Madrid a seis pontos de distância. O Real já chegou à cidade condal onde meio milhar de adeptos saudaram os jogadores, em especial Luís Figo. Um jogo que move paixões e que conta com os melhores jogadores do mundo. Atenção especial a Deco que se estreia pelos "azul grana" e a Luís Figo pelo regresso sempre polémico a No camp. Por estes e todos os outros motivos um jogo a não perder!
PS
Este jogo está também a ser marcado pelas manifestações racistas que ocorreram esta semana e que o Bruno já aqui condenou, de qualquer forma, para os interessados deixo aqui "linkado" o editorial de hoje do jornal a Marca, Futebol sem cores, um texto notável.
A preconceituosa bola negra
Bom, comparado com o que se passou no jogo amigável(?) entre a Espanha e a Inglaterra, o comentariozeco do Luís Baila (post anterior) fica infectado por uma insignificância ainda mais esmagadora.
quinta-feira, novembro 18
Granitadas do(s) Leitor(es) do Blog da Picareta
Wide open doors
"Quero cá saber! Quero cá saber!(...) Quero cá saber dessas coisas....eu é que sei o que é que para mim é importante, tá? Vamos embora Fernando (...)" http://www.tsf.pt/online/common/include/streaming_audio.asp?audio=/2004/11/noticias/18/portas.asx
p.s: Fernando? Qual Fernando? Hã?
A verdadeira Questão
Que Santana Lopes iria sobreviver ao Congresso já era esperado. A verdadeira questão está em saber se o PSD vai sobreviver a Santana Lopes.
Comunicação ao Congresso
(....) e é por isso que vos digo, caras companheiras e caros companheiros (e bem caros que alguns de vós sois) que se este Governo do PêPêDêPêEsseDê não está a governar para o progresso de Portugal e para o bem estar das portuguesas e dos portugueses, que aquele galo que está lá fora morto em cima de uma mesa, se levante e cante.
( PAUSA PARA A OVAÇÃO - AJEITAR AS FOLHAS - BEBER UM GOLE DE ÁGUA - AJEITAR O CABELO POR CIMA DA ORELHA DIREITA )
O projecto que temos para Portugal é.....O projecto que temos....( FAZER O VÊ DA VITORIA E ACOMPANHAR O CORO PêEsseDê ! PêEsseDê ! PêEsseDê ! PêEsseDê ! )
(...)
Enviados por email por Alipio Severo de Noronha entre 15/11/2004 e 18/11/2004
"Quero cá saber! Quero cá saber!(...) Quero cá saber dessas coisas....eu é que sei o que é que para mim é importante, tá? Vamos embora Fernando (...)" http://www.tsf.pt/online/common/include/streaming_audio.asp?audio=/2004/11/noticias/18/portas.asx
p.s: Fernando? Qual Fernando? Hã?
A verdadeira Questão
Que Santana Lopes iria sobreviver ao Congresso já era esperado. A verdadeira questão está em saber se o PSD vai sobreviver a Santana Lopes.
Comunicação ao Congresso
(....) e é por isso que vos digo, caras companheiras e caros companheiros (e bem caros que alguns de vós sois) que se este Governo do PêPêDêPêEsseDê não está a governar para o progresso de Portugal e para o bem estar das portuguesas e dos portugueses, que aquele galo que está lá fora morto em cima de uma mesa, se levante e cante.
( PAUSA PARA A OVAÇÃO - AJEITAR AS FOLHAS - BEBER UM GOLE DE ÁGUA - AJEITAR O CABELO POR CIMA DA ORELHA DIREITA )
O projecto que temos para Portugal é.....O projecto que temos....( FAZER O VÊ DA VITORIA E ACOMPANHAR O CORO PêEsseDê ! PêEsseDê ! PêEsseDê ! PêEsseDê ! )
(...)
Enviados por email por Alipio Severo de Noronha entre 15/11/2004 e 18/11/2004
A preconceituosa bola cabeluda
Durante o último jogo da selecção nacional AA de futebol, contra a frágil mas esforçada selecção do Luxemburgo, com transmissão directa na RTP1, os comentadores, com o orgulho nacional insuflado pela goleada, estavam audivelmente satisfeitos e não se coibiam de lançar as suas graçolas. A dada altura aconteceu uma substituição na equipa adversária quando Portugal já vencia com larga vantagem. O jogador luxemburguês substituído tinha o cabelo penteado em dread locks (aquele estilo utilizado pelos rastafaris) e mereceu um comentário jocoso do comentador Luís Baila: "O jogador luxemburguês sai de campo visivelmente cansado… talvez seja do cabelo eheheh!" Mas que falta de nível e que gracinha tão a despropósito, tão preconceituosa e arrogante, própia de um pançudo cuja cara se assemelha a um campo de motocross já muito utilizado! Haja paciência para tanta mesquinhez! Ou estes senhores, lá por serem reles relatores rasando a relva(*), pensam que não têm responsabilidades enquanto profissionais de comunicação? Evitar o preconceito é uma delas!
(*) acentuo a humilhação repetindo propositadamente a sonoridade agressiva dos érres
(*) acentuo a humilhação repetindo propositadamente a sonoridade agressiva dos érres
quarta-feira, novembro 17
Objectivo: 5 primeiros
A C.M. prepara-se para se atribuir uma medalha de mérito pelo excelente 6º lugar alcançado nas Câmaras mais endividadas do país.
Está preparada uma semana de festividades onde o lema será "gastar até ao ultimo tostão, dar-nos-à a próxima eleição".
O executivo camarário fundanense espera já incluir os gastos destas comemorações no relatório do ano que vem, almejando chegar ao tão desejado "top 5" já em 2005/2006.
Fontes próximas da C.M.F. referiram que o relatório publicado no D.N. foi uma verdadeira chapada de luva branca em todos aqueles que criticavam as politicas despesistas daquele executivo...
Realmente, pelo menos uma promessa está cumprida: dar ao Fundão projecção nacional!
terça-feira, novembro 16
Pôr o dedo na ferida
O assassinato do cineasta Theo van Gogh, no seio de uma das mais exemplares sociedades multiculturais europeias, a holandesa, coloca o problema do terrorismo num plano não só político mas também cultural: o do confronto entre duas ideias diferentes de civilização, de valores humanos e de direitos sociais. É este pôr do dedo em cima da ferida que a Europa tem de fazer, de uma vez por todas, para sentir a dor de uma traição a uma ideia justificativa e desculpadora que ela própria construíu ao longo dos tempos, mas que é hoje violentamente posta em causa. A cartilha de postulados com que a Europa encara outros povos, perspectivada sempre à luz de um sentimento de culpa arreigado desde os tempos da colonização e expansão imperialista noutros continentes, está, no mínimo, desadequada.
Escrevo estas linhas contra mim mesmo. Faço parte daquela imensa maioria que sempre acharam que o conflito entre o Ocidente e o Islão (chamemos os pólos pelos nomes) girava essencialmente em redor de problemas geo-políticos, dos quais o conflito israelo-árabe é o nó górdio. A isto acrescia a constante ingerência ocidental em territórios árabes tendo em vista unicamente a exploração dos seus recursos naturais (petróleo) ou o aproveitamento da sua estratégica posição geográfica. São razões válidas, e penso que continuam a sê-lo. Mas são claramente insuficientes para que nelas se continuem a diluir todos os horrores.
Assassinar alguém devido às opiniões que expressa recorrendo ao seu inalienável direito à livre expressão (por muito errada, exagerada ou deturpada que estivesse) não tem nada de geo-político. É ser contra uma ideia de civilização e de sociedade. E fazê-lo no meio de uma sociedade de acolhimento, é vil.
Os EUA, muito à sua maneira obtuso-conservadora já encontraram uma forma de responder e reagir a este tipo de violência. Eu discordo total e visceralmente da equação que eles encontraram para solucionarem este choque de civilizações, na qual a reeleição de Bush é o denominador comum. Mas o certo é que os norte-americanos não tiveram receio de encarar os seus medos e de dar-lhes uma resposta, ainda que o preço tenha sido uma profunda divisão do país.
Na Europa, um constrangimento cínico nas altas esferas políticas e nos círculos sociais impede que se fale destas questões desassombradamente. E então? Quantos mais 11 de Março, Theo van Goghs ou células terroristas a operarem na casa ao lado, aproveitando o vazio que a litania humanista já não colmata e o respeito cultural que já não pacifica? Digo outra vez: é preciso despir alguns complexos e pôr o dedo na ferida de uma vez por todas! Sem cair em extremismos, xenofobias ou evagelismos anacrónicos e pouco consentâneos com o nosso capital humanista e civilizacional. Mas que é urgente outro tipo de resposta, discurso e acção parece-me mais do que evidente!
Escrevo estas linhas contra mim mesmo. Faço parte daquela imensa maioria que sempre acharam que o conflito entre o Ocidente e o Islão (chamemos os pólos pelos nomes) girava essencialmente em redor de problemas geo-políticos, dos quais o conflito israelo-árabe é o nó górdio. A isto acrescia a constante ingerência ocidental em territórios árabes tendo em vista unicamente a exploração dos seus recursos naturais (petróleo) ou o aproveitamento da sua estratégica posição geográfica. São razões válidas, e penso que continuam a sê-lo. Mas são claramente insuficientes para que nelas se continuem a diluir todos os horrores.
Assassinar alguém devido às opiniões que expressa recorrendo ao seu inalienável direito à livre expressão (por muito errada, exagerada ou deturpada que estivesse) não tem nada de geo-político. É ser contra uma ideia de civilização e de sociedade. E fazê-lo no meio de uma sociedade de acolhimento, é vil.
Os EUA, muito à sua maneira obtuso-conservadora já encontraram uma forma de responder e reagir a este tipo de violência. Eu discordo total e visceralmente da equação que eles encontraram para solucionarem este choque de civilizações, na qual a reeleição de Bush é o denominador comum. Mas o certo é que os norte-americanos não tiveram receio de encarar os seus medos e de dar-lhes uma resposta, ainda que o preço tenha sido uma profunda divisão do país.
Na Europa, um constrangimento cínico nas altas esferas políticas e nos círculos sociais impede que se fale destas questões desassombradamente. E então? Quantos mais 11 de Março, Theo van Goghs ou células terroristas a operarem na casa ao lado, aproveitando o vazio que a litania humanista já não colmata e o respeito cultural que já não pacifica? Digo outra vez: é preciso despir alguns complexos e pôr o dedo na ferida de uma vez por todas! Sem cair em extremismos, xenofobias ou evagelismos anacrónicos e pouco consentâneos com o nosso capital humanista e civilizacional. Mas que é urgente outro tipo de resposta, discurso e acção parece-me mais do que evidente!
segunda-feira, novembro 15
Out with the 90's!
Como disse há 3 anos atrás: -Quando me licenciar vou deixar de fumar! - ou terá sido?: -Dou mais cinco anos para que os 90's estejam aí em força. - Ela riu-se. Fiz questão de dizer a mais algumas pessoas. Algumas riram-se. Era óbvia, a relação. Só não esperava que estes ciclos revivalistas se repetissem cada vez mais e cada vez mx e cda vz + & cd X + rápido (repara que cada vez que acelero o processo de escrita tu demoras mais a ler por isso mantém sempre a calma quando te falarem de velocidade de informação). Se tentar ultrapassar a música do Haddaway que me está na cabeça, por causa daquela comédia rasca que passou na TVI às 2H00 da manhã, consigo lembrar-me de uma sequência de revivalismos cuja cadência foi reduzindo:
A Antiguidade Clássica ressuscitou no século XV. 250 anos depois, o Renascimento foi descoberto no Neoclássico, 50 anos depois algumas preocupações Neoclássicas reflectiran-se no Realismo. A velocidade de propagação da informação foi aumentando até às crises existenciais de 5 e 5 segundos.
(Foscas, vão fechar a sala de Design. Mas só saio daqui quando me obrigrarem.)
Mas há muitas coisas boas nos 90. Em termos musicais assistimos nos 80 ao crescimento de tendências como o House (Chicago), Techno (Detroit), Rap (NYC), que se propagaram, se misturaram criando movimentos mais localizados noutros pontos do planeta. Gabba, ao Hip-House, Ragga-House, Acid-House.
A minha geração (portuguesa) passou por fases de negação da "música de dança como algo cool", até que aos 16, 17 começou a ir a discotecas (esta análise tem uma margem de erro de: uns mais cedo outros mais tarde), curtir grunge, Sonic Youth, Brasileiradas, Pixies, Freak House Com Djembés, e os sucessos (Haddaway por exemplo) cujos produtores devem ter estado atentos a movimetos de rua. Agora a Ministry of Sound lançou uma compilação dos Dance Hits da altura, na televisão portuguesa já anda uma colectânea chamada Decadance (não percebo porque é que os licenciados (tenho fé) em marketing são convidados para dar este tipo de nomes. Se década anterior foi decadente não sei o que terão sido os anos 30, e mais recentemente os 80.
A Antiguidade Clássica ressuscitou no século XV. 250 anos depois, o Renascimento foi descoberto no Neoclássico, 50 anos depois algumas preocupações Neoclássicas reflectiran-se no Realismo. A velocidade de propagação da informação foi aumentando até às crises existenciais de 5 e 5 segundos.
(Foscas, vão fechar a sala de Design. Mas só saio daqui quando me obrigrarem.)
Mas há muitas coisas boas nos 90. Em termos musicais assistimos nos 80 ao crescimento de tendências como o House (Chicago), Techno (Detroit), Rap (NYC), que se propagaram, se misturaram criando movimentos mais localizados noutros pontos do planeta. Gabba, ao Hip-House, Ragga-House, Acid-House.
A minha geração (portuguesa) passou por fases de negação da "música de dança como algo cool", até que aos 16, 17 começou a ir a discotecas (esta análise tem uma margem de erro de: uns mais cedo outros mais tarde), curtir grunge, Sonic Youth, Brasileiradas, Pixies, Freak House Com Djembés, e os sucessos (Haddaway por exemplo) cujos produtores devem ter estado atentos a movimetos de rua. Agora a Ministry of Sound lançou uma compilação dos Dance Hits da altura, na televisão portuguesa já anda uma colectânea chamada Decadance (não percebo porque é que os licenciados (tenho fé) em marketing são convidados para dar este tipo de nomes. Se década anterior foi decadente não sei o que terão sido os anos 30, e mais recentemente os 80.
sexta-feira, novembro 12
Surplus:
Foi no Passos Manuel, na sala grande.
No máximo estavam lá 14 pessoas para ver a curta metragem e a entrada era gratuita.
A forma era a de um video-clip gigante. O mote era a globalização. Foi filmado em Cuba, nos Estados Unidos, na Suécia, na Índia (salvo o erro), em Inglaterra, na França... Muitas das imagens, e músicas são apropriadas. Às vezes aproxima-se do documentário. É impossível não ver para lá da manipulação. Isto é: os cortes são evidentes, as remisturas são mais do que óbvias, o "loop"...
Deixo-vos alguns dados minimamente interessantes para o caso de estarem preocupados com o futuro:
1 americano comum consome 10 vezes mais produtos por dia do que um chinês.
1 americano comum consome 30 vezes mais produtos por dia do que um indiano.
20% da população mundial consome 80% dos recursos mundiais.
Este ritmo é insustentável e é certa uma crise económica global.
Aceitam-se sugestões para resolver o problema.
CUIDEM!: Não desenvolvam um discurso de ocupa que dorme em casas arruinadas e vai a casa dos pais comer Kellogs e pedir o BM para ir comprar erva.
CARE! : Do not shlap along.
No máximo estavam lá 14 pessoas para ver a curta metragem e a entrada era gratuita.
A forma era a de um video-clip gigante. O mote era a globalização. Foi filmado em Cuba, nos Estados Unidos, na Suécia, na Índia (salvo o erro), em Inglaterra, na França... Muitas das imagens, e músicas são apropriadas. Às vezes aproxima-se do documentário. É impossível não ver para lá da manipulação. Isto é: os cortes são evidentes, as remisturas são mais do que óbvias, o "loop"...
Deixo-vos alguns dados minimamente interessantes para o caso de estarem preocupados com o futuro:
1 americano comum consome 10 vezes mais produtos por dia do que um chinês.
1 americano comum consome 30 vezes mais produtos por dia do que um indiano.
20% da população mundial consome 80% dos recursos mundiais.
Este ritmo é insustentável e é certa uma crise económica global.
Aceitam-se sugestões para resolver o problema.
CUIDEM!: Não desenvolvam um discurso de ocupa que dorme em casas arruinadas e vai a casa dos pais comer Kellogs e pedir o BM para ir comprar erva.
CARE! : Do not shlap along.
E a caravana passou
Afinal, e decepcionando algumas expectativas mais agoirentas, o GICC-Teatro das Beiras está de boa saúde e recomenda-se.
Subiu ontem ao palco do Festival de Teatro (que sempre foi para a frente) a peça "As Desventuras de Isabella" de Flaminio Scala, encenada por Filipe Crawford, pelo Teatro Casa da Comédia.
Verdadeiro hino à "Commedia dell'Arte", esta peça divertida entreteu com um trabalho notável ao nível das máscaras, preenchidas por boas interpretações, das quais se destacaram um "sr. doutor" interpretado por Guilherme Noronha (a lembrar a passos um Herman José nos seus passados momentos de glória) e um espectacular, versátil e hilariante Carlos Pereira.
Houve algumas "gaffes" aqui e ali, desculpáveis no ambito da "Commedia dell'Arte"...nada grave e que não fosse suplantável pela extraordinária capacidade de improviso e boa disposição da companhia.
De referir ainda a grande afluência de público, que é reveladora de que afinal ainda há público para o teatro no interior, que as pessoas ainda saem de casa numa noite fria para ver esta bela forma de arte.
O Festival abriu no passado dia 7 de Novembro com o delicioso espectaculo "Crónicas" e vai-se prolongar até ao próximo dia 20. Hoje é dia da peça "Olá, classe média" de Millor Fernandes e João Sousa Monteiro, trazida pelo Trigo Limpo/Teatro Acert, seguida de concerto dos "Arcada Café".
Deixemo-nos de questínculas orbitais e rumemos para Norte, para o Teatro!
Errata
Quando eu escrevo - era gajo para votar no Bush, queria dizer que era gajo para votar no Bush, no caso do Santana Lopes ser candidato à Presideência dos EUA. Era só uma farpa para o nosso "Satana" e não uma declaração de voto de neo-conservador à moda da beira.
Para que fique claro, o meu post anterior não é sobre o Georges W. Bush e a política externa americana, é sobre a percepção etno-cêntrica que nós europeus continuamos a ter sobre uma certa América.
Acho que não podemos dizer que um americano é burro ou grunho só porque votou no Bush, eles lá terão as suas razões, tão respeitáveis como aquelas que levaram à eleição de Berlusconi na Itália. Por mais que delas discordemos, são opções democráticas. Por mais que nos custe.
Abraçinhos deste vosso "Falcão" neo-conservador das beiras
eh, eh
Para que fique claro, o meu post anterior não é sobre o Georges W. Bush e a política externa americana, é sobre a percepção etno-cêntrica que nós europeus continuamos a ter sobre uma certa América.
Acho que não podemos dizer que um americano é burro ou grunho só porque votou no Bush, eles lá terão as suas razões, tão respeitáveis como aquelas que levaram à eleição de Berlusconi na Itália. Por mais que delas discordemos, são opções democráticas. Por mais que nos custe.
Abraçinhos deste vosso "Falcão" neo-conservador das beiras
eh, eh
"I.. live in America"... (J.Brown)
O problema nunca foi o da questão de aceitar ou não o resultado de umas eleições sejam elas onde forem! Caro Pelejão, a esquerda actual tambem não tem soluções de fundo e os pseudo-intelectuais e polìticos de bancada que continuam a ser contra tudo e todos tambem não. O que é de lamentar é o facto do paìs mais poderoso do mundo continue a fechar os olhos a muitas desgraças das quais este mesmìssimo paìs é o principal responsavel!
Um paìs que abUSA dos recursos naturais mundiais, que abUSA dos direitos humanos, que abUSA e continua a abUSAr do seu continente vizinho e de todas as ilhas que o rodeiam deixando estes sem usufruìr das suas potencialidades e dos seus pròprios recursos naturais, etc, etc, deveria mudar a sua polìtica de fundo...
Parece que està fora de moda falar no FMI... Parece que até deixou de existir... Deve ser alguma coisa do passado relacionada com certos tocadores de guitarra de extrema esquerda.
A questão dos neo-conservatives parece tabu como parece tabu falar de judeus.
Realmente a Europa não serve de exemplo e temos muito com que nos preocupar visto que até o que parecia uma lufada de ar fresco para a esquerda europeia, aquando da eleição do Tony Blair que acabou por se tornar num “new-conservative instead of a new-labor”...
Voltando ao caso Améeeeeeerica: Não nos podemos esquecer que Bush não foi a melhor opção e que Kerry poderia até ter assinado Quioto o qual Bush nunca farà... São estas pequenas diferenças que poderiam fazer a diferença da vida de muitos. Eu nunca era gajo para votar no Bush... Mas ao mesmo tempo que seja ele pròprio a limpar a merda que fez até agora. Com estes resultados eleitorais as probabilidades de que um dia seja enxovalhado publicamente são bem maiores...
Ainda acredito naquela América que inspirou tantos outros paìses a tornarem-se democràticos deixe de ser este monstro ameaçador.
Let there be you,
Let there be me,
Let there be oisters,
Under the sea.
Etc...
Um paìs que abUSA dos recursos naturais mundiais, que abUSA dos direitos humanos, que abUSA e continua a abUSAr do seu continente vizinho e de todas as ilhas que o rodeiam deixando estes sem usufruìr das suas potencialidades e dos seus pròprios recursos naturais, etc, etc, deveria mudar a sua polìtica de fundo...
Parece que està fora de moda falar no FMI... Parece que até deixou de existir... Deve ser alguma coisa do passado relacionada com certos tocadores de guitarra de extrema esquerda.
A questão dos neo-conservatives parece tabu como parece tabu falar de judeus.
Realmente a Europa não serve de exemplo e temos muito com que nos preocupar visto que até o que parecia uma lufada de ar fresco para a esquerda europeia, aquando da eleição do Tony Blair que acabou por se tornar num “new-conservative instead of a new-labor”...
Voltando ao caso Améeeeeeerica: Não nos podemos esquecer que Bush não foi a melhor opção e que Kerry poderia até ter assinado Quioto o qual Bush nunca farà... São estas pequenas diferenças que poderiam fazer a diferença da vida de muitos. Eu nunca era gajo para votar no Bush... Mas ao mesmo tempo que seja ele pròprio a limpar a merda que fez até agora. Com estes resultados eleitorais as probabilidades de que um dia seja enxovalhado publicamente são bem maiores...
Ainda acredito naquela América que inspirou tantos outros paìses a tornarem-se democràticos deixe de ser este monstro ameaçador.
Let there be you,
Let there be me,
Let there be oisters,
Under the sea.
Etc...
quarta-feira, novembro 10
Foi você que pediu um Dabliú Bush ?
Uma certa ideia da América ou uma América de certas ideias
Conforme se previa, ou pelo menos eu previa, o Georges W. Bush venceu sem margens para dúvidas as eleições na América.
As ondas de choque nas mentes iluminadas da Velha Europa continuam a fazer-se sentir, procurando rapidamente bodes expiatórios e formas de contextualizar como é que no berço da democracia ocidental é possível eleger um autocrata com tiques de imperador Smith (lembram-se do Lucky Lucke).
Os apressados politólogos de pacotilha, que somos todos um pouco, tal como treinadores de bancada, já identificaram a “causa do mal”.
Em primeiro lugar, o senador John Kerry, antes símbolo da esperança de um novo mundo, ou de um novo vento de esquerda a soprar no mundo, e agora passado à condição de débil, fraquexixas e irresoluto.
De bestial a besta, pobre homem, que agora terá de buscar conforto nas medalhas de guerra que agitou ufano durante a campanha (e que lhe valeram alguns amargos de boca) e no colo milionário da Senhora Kerry Ketchup.
O segundo culpado da desgraça que se abateu sobre o mundo é, naturalmente o povo americano, ou seja toda aquela massa de “red knecks” que bebe Jack Daniels, enquanto se embala na cadeira de balouço no caramanchão com uma caçadeira no colo, para matar comunas, árabes e extra-terrestes, e que vai à Igreja evangelista diabolizar os “modernismos” da outra América dos chiques e dos Europeus.
A tal outra América, mais europeia, mais benzoca e bem informada, literata, com mundovisão, que vai a exposições, vê filmes é criativa, inventiva e tendencialmente de esquerda.
Mas esta é a América minoritária, e apesar de tudo, a grande força da democracia é sabermos aceitar a vontade da maioria, mesmo que dela discordemos.
É perturbador ter de recordar isso aos pseudo-democratas que só o são quando os resultados lhes convêm. A tentação totalitária está tão presente nestes espíritos, como naqueles que aclamam a ditadura das maiorias. A linha divisória é ténue.
Na minha opinião, estas eleições tiveram um efeito positivo, que foi dissuadir os anti-americanistas primários de ver na “americanada” um só povo ululante e fascista, burro e militarista.
Pelo menos estes evangelistas do euro-centrismo perceberam de uma vez por todas que há mais do que uma América, há pelo menos duas, e se virmos com um pouco de atenção, descobriremos muitas outras.
É que convém não esquecer, que apesar da sua unidade formal e federal, os EUA são um continente, sensivelmente da dimensão da Velha Europa.
Acho insuportável que para atestar a “burrice” e a ignorância dos americanos e do Dabliú Bush, nos sirvamos dos estafados “gags” deles não saberem de cor e salteado o nome das capitais europeias e dos nossos notáveis líderes.
Pergunto-vos eu, e nós sabemos o nome da capital do Michigan, do Ohio ou do Tenesse.
Sabemos o nome do governador do Massachusets?, ou que Salt Lake City é a capital mórmon do mundo?
O Bush se calha não sabe que o vinho do Porto é produzido em Portugal, mas tenho a certeza que o Santana Lopes também não sabe onde é produzido o “Jack Daniels”.
Em matéria de desconhecimento e ignorância não podemos arvorar a nossa superioridade à sombra de uma história secular, onde figuram algumas manchas morais importantes – as cruzadas, o extermínio dos Maias e Incas pelos espanhóis, os abusos e exploração dos portugueses, as invasões napoleónicas, o sôfrego mercantilismo holandês, o orgulho e tirania imperial britânica, a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini.
Não temos uma história para nos gabarmos aos americanos em matéria de direitos humanos e liberdades individuais, e eles também não.
Por isso, a via do moralismo histórico é sempre um pau de dois bicos.
Depois há a questão da escala continental.
Achamos que na América, mandam os fanáticos religiosos, os grunhos do Midwest, porque são milhões. Queria só propor o seguinte exercício multiplicador.
Imaginem que subitamente a França multiplicava a sua população por dez, ou por vinte.
O que acontecia, é que as regiões rurais, fortemente conservadoras e retrógadas, de um direitismo ultramontano atroz, passavam a ter um papel decisivo na eleição do presidente.
Não duvido que se isso acontecesse, Jean Marie Le Pen seria o futuro presidente da França.
E na Alemanha, na Itália, em Espanha, e mesmo em Portugal, o exercício é possível. Ou achamos que os “Américas” detêm o exclusivo dos grunhos, dos ignorantes, dos preconceituosos.
Em Portugal não há disso, nos velhos domínios do Cavaquistão? Pois não. Até parece que com esta febre anti-americana nos esquecemos o nome do nosso primeiro-ministro, do nosso ministro da defesa.
Os americanos têm senadores neopotistas que designam a filha (inepta) para lhes suceder, conforme aconteceu no Alasca. E nós?
Temos o Avelino Ferreira Torres, a Fátima Felgueiras, o Isaltino Morais, a Edite Estrela, o Valentim Loureiro.
Diria que à nossa escala estamos bem servidos de trafulhas.
Os americanos que se amanhem com o Dabliú Bush, já que o escolheram, e nós?
Nós que nos amanhemos com um governo ilegítimo liderado por um falsista, os italianos que se amanhem com um Berlusconi, os franceses com o Chirac, os russos com o Putin.
Acho que já era tempo de irmos olhando mais para o espelho, menos para o umbigo, e muito menos para os preconceitos que nos são incutidos sobre os outros.
A América não é melhor nem pior do que nós.
Os americanos (grunhos ou letrados) não são nem melhores nem piores do que nós.
A única diferença é o poder, e isso, infelizmente faz toda a diferença.
Eu nem quero imaginar o Santana Lopes ou o Berlusconi como presidentes da América, e o Portas como secretário da Defesa.
Acho que era gajo para votar no Bush.
Conforme se previa, ou pelo menos eu previa, o Georges W. Bush venceu sem margens para dúvidas as eleições na América.
As ondas de choque nas mentes iluminadas da Velha Europa continuam a fazer-se sentir, procurando rapidamente bodes expiatórios e formas de contextualizar como é que no berço da democracia ocidental é possível eleger um autocrata com tiques de imperador Smith (lembram-se do Lucky Lucke).
Os apressados politólogos de pacotilha, que somos todos um pouco, tal como treinadores de bancada, já identificaram a “causa do mal”.
Em primeiro lugar, o senador John Kerry, antes símbolo da esperança de um novo mundo, ou de um novo vento de esquerda a soprar no mundo, e agora passado à condição de débil, fraquexixas e irresoluto.
De bestial a besta, pobre homem, que agora terá de buscar conforto nas medalhas de guerra que agitou ufano durante a campanha (e que lhe valeram alguns amargos de boca) e no colo milionário da Senhora Kerry Ketchup.
O segundo culpado da desgraça que se abateu sobre o mundo é, naturalmente o povo americano, ou seja toda aquela massa de “red knecks” que bebe Jack Daniels, enquanto se embala na cadeira de balouço no caramanchão com uma caçadeira no colo, para matar comunas, árabes e extra-terrestes, e que vai à Igreja evangelista diabolizar os “modernismos” da outra América dos chiques e dos Europeus.
A tal outra América, mais europeia, mais benzoca e bem informada, literata, com mundovisão, que vai a exposições, vê filmes é criativa, inventiva e tendencialmente de esquerda.
Mas esta é a América minoritária, e apesar de tudo, a grande força da democracia é sabermos aceitar a vontade da maioria, mesmo que dela discordemos.
É perturbador ter de recordar isso aos pseudo-democratas que só o são quando os resultados lhes convêm. A tentação totalitária está tão presente nestes espíritos, como naqueles que aclamam a ditadura das maiorias. A linha divisória é ténue.
Na minha opinião, estas eleições tiveram um efeito positivo, que foi dissuadir os anti-americanistas primários de ver na “americanada” um só povo ululante e fascista, burro e militarista.
Pelo menos estes evangelistas do euro-centrismo perceberam de uma vez por todas que há mais do que uma América, há pelo menos duas, e se virmos com um pouco de atenção, descobriremos muitas outras.
É que convém não esquecer, que apesar da sua unidade formal e federal, os EUA são um continente, sensivelmente da dimensão da Velha Europa.
Acho insuportável que para atestar a “burrice” e a ignorância dos americanos e do Dabliú Bush, nos sirvamos dos estafados “gags” deles não saberem de cor e salteado o nome das capitais europeias e dos nossos notáveis líderes.
Pergunto-vos eu, e nós sabemos o nome da capital do Michigan, do Ohio ou do Tenesse.
Sabemos o nome do governador do Massachusets?, ou que Salt Lake City é a capital mórmon do mundo?
O Bush se calha não sabe que o vinho do Porto é produzido em Portugal, mas tenho a certeza que o Santana Lopes também não sabe onde é produzido o “Jack Daniels”.
Em matéria de desconhecimento e ignorância não podemos arvorar a nossa superioridade à sombra de uma história secular, onde figuram algumas manchas morais importantes – as cruzadas, o extermínio dos Maias e Incas pelos espanhóis, os abusos e exploração dos portugueses, as invasões napoleónicas, o sôfrego mercantilismo holandês, o orgulho e tirania imperial britânica, a Alemanha de Hitler, a Itália de Mussolini.
Não temos uma história para nos gabarmos aos americanos em matéria de direitos humanos e liberdades individuais, e eles também não.
Por isso, a via do moralismo histórico é sempre um pau de dois bicos.
Depois há a questão da escala continental.
Achamos que na América, mandam os fanáticos religiosos, os grunhos do Midwest, porque são milhões. Queria só propor o seguinte exercício multiplicador.
Imaginem que subitamente a França multiplicava a sua população por dez, ou por vinte.
O que acontecia, é que as regiões rurais, fortemente conservadoras e retrógadas, de um direitismo ultramontano atroz, passavam a ter um papel decisivo na eleição do presidente.
Não duvido que se isso acontecesse, Jean Marie Le Pen seria o futuro presidente da França.
E na Alemanha, na Itália, em Espanha, e mesmo em Portugal, o exercício é possível. Ou achamos que os “Américas” detêm o exclusivo dos grunhos, dos ignorantes, dos preconceituosos.
Em Portugal não há disso, nos velhos domínios do Cavaquistão? Pois não. Até parece que com esta febre anti-americana nos esquecemos o nome do nosso primeiro-ministro, do nosso ministro da defesa.
Os americanos têm senadores neopotistas que designam a filha (inepta) para lhes suceder, conforme aconteceu no Alasca. E nós?
Temos o Avelino Ferreira Torres, a Fátima Felgueiras, o Isaltino Morais, a Edite Estrela, o Valentim Loureiro.
Diria que à nossa escala estamos bem servidos de trafulhas.
Os americanos que se amanhem com o Dabliú Bush, já que o escolheram, e nós?
Nós que nos amanhemos com um governo ilegítimo liderado por um falsista, os italianos que se amanhem com um Berlusconi, os franceses com o Chirac, os russos com o Putin.
Acho que já era tempo de irmos olhando mais para o espelho, menos para o umbigo, e muito menos para os preconceitos que nos são incutidos sobre os outros.
A América não é melhor nem pior do que nós.
Os americanos (grunhos ou letrados) não são nem melhores nem piores do que nós.
A única diferença é o poder, e isso, infelizmente faz toda a diferença.
Eu nem quero imaginar o Santana Lopes ou o Berlusconi como presidentes da América, e o Portas como secretário da Defesa.
Acho que era gajo para votar no Bush.
Os meus asnos de ouro.
Para a categoria de pessoa mais inconsciente, mais irresponsável e possivelmente mais infeliz, nomeio:
-o melhor amigo do designer que faz as brochuras do Lux
-a melhor amiga do designer que faz as brochuras do Lux
-o designer que faz as brochuras do Lux
-o dono do Lux
-o melhor amigo do designer que faz as brochuras do Lux
-a melhor amiga do designer que faz as brochuras do Lux
-o designer que faz as brochuras do Lux
-o dono do Lux
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terça-feira, novembro 9
Asnos de Ouro - Gomes "Cabalista, ooops!" da Silva
Pela sua contribuição para a filosofia contemporânea e o neo-irracionalismo cartesiano com a aproximação “sionista” expressa na inovadora obra “Cabala Involuntária”, que lhe valeu já a condecoração da Ordem de Francisco de Miranda atribuída pela República da Venezuela, e uma entrada na enciclopédia Polis, onde colabora há largos anos, como vendedor porta-a-porta.
(Este também se chama Gomes da Silva, e por enquanto ainda não é ministro, mas já reúne as condições necessárias - anda fugido da polícia de S. Paulo, tem a 4ª classe completa, também não sabe o significado da palavra cabala, mas em relação ao ministro português tem a vantagem de saber o significado do adjectivo involuntário, sobretudo quando com o conjuntivo homicídio.
Só lhe falta mesmo alistar-se no PSD para ser inimputável (tal como Cruz dos Santos e Isaltino Morais) e ser Ministro.)
Asnear em Portugal é coisa bem paga e bem quista entre algumas novas maiorias. Especialmente agora, em que um burro declarado e de papel timbrado pode ser ministro.
Trata-se precisamente do Ministro Rui Gomes da Silva, a encarnação perfeita da personagem de Robert Musil – “O Homem sem qualidades.”
Este inefável e fiel escudeiro de Santana Lopes e compincha dos quatro costados do nosso presidente da câmara (Dom Frexes de Espada à Cinta) é o exemplo perfeito do sistema reinante em Portugal – a mediocracia.
Com a etimiologia da palavra a ser fundada na mediocridade.
Os medíocres medram neste lodaçal impuro, onde as espécies parasitárias têm uma esperança de vida invulgarmente longa e próspera.
O ministro Gomes da Silva foi infelizmente exposto à sua condição de asno de ouro, não tanto quando lançou o ataque a Marcelo Rebelo de Sousa, mas quando em sede da Alta Autoridade para a Comunicação Social, titubeou aquele que terá sido o mais fantástico contributo deste anedótico (e triste) Governo para a filosofia ocidental – ou seja, a célebre cabala involuntária.
Trata-se de uma abordagem paradoxistica só ao alcance dos grandes pensadores do racionalismo pós-cartesiano.
Uma cabala que se orquestra por obra e graça do divino espírito santo; sem ser combinada, maquinada ou estimulada.
Alguns pensadores mais críticos julgam mesmo que a expressão mais correcta para a tese cabalística de sua eminência parva Gomes da Silva, seria mesmo – cabala de geração espontânea.
Se bem que, segundo estudos recentes da Galloper, o prato de consumo corrente preferido desta maioria sejam os filetes de cabala, pressionados em molho de escabeche à “la Snob”. Opíparo pitéu degustado em “hors d`ouevre” nas esgotantes sessões de “think thank” que antecedem as quintas-feiras loucas do concelho de ministros.
Legenda: Pernas de Cabalinhas regadas com molho de escabeche involuntário
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, este Governo tem uma capacidade inaudita de pensar mais rápido do que a própria sombra, e agir sem pensar, (acrescentamos nós).
Estes empolgantes, galvanizantes e quase épicos tempos, no discurso quase homérico do ministro Morais Sarmento, podem agora reservar o seu lugar na história, graças à prodigiosa edição de “100 dias de Governo”, que segundo os mentideros da coligação esteve para se chamar – “Operação pântano de tangas.”, ou; como colocar este país de pantanas, pensamos nós de que …
A épica narrativa, representa, segundo os críticos literários de serviço no “Diário de Notícias”, uma feliz adaptação dos Doze Trabalhos de Hércules, aqui multiplicados para 100 – um trabalho por dia, que são o testemunho deste frenesim hiper-decisório que é apanágio deste novo herói dos tempos modernos – Pedro Santana Lopes.
Recorde-se aliás os mais incautos, que Marcelo “oráculo de Delfos” Sousa havia sido acossado por uma visão sobre a doença hiper-decisória de Santana Lopes, já nos idos de Julho.
O livro agora editado tem o imprimatur da Lusomundo PT, e prefácio de Carlos Magno e Mário Bettencourt Resendes.
O autor do argumento adaptado é, como se sabe, Luís Delgado, que fruto da sua experiência como marioneta desprovida de livre arbítrio, consciência e independência crítica, conseguiu captar o necessário efeito cénico, e atmosfera dramatúrgica, que este épico necessitava.
A obra, já à venda nas principais livrarias, deverá também ser adoptado como manual obrigatório para as disciplinas de Religião e Moral, Educação Sexual Empresarial e Cívica, já no próximo lectivo; que segundo fontes próximas do Ministério da Educação, deverá também ver o seu início adiado, de forma a permitir ao ministro Gomes da Silva completar os exames “ad-hoc” em Português e Filosofia, e ver a sua inscrição aceite no ensino recorrente, num horário de alfabetização de adultos que seja compatível com a sua preenchida agenda de jantaradas conspirativas, com um arrozinho de cabala, com molho de “lapsus langue” findo com um arroto, involuntário, claro.
O que vinha mesmo a calhar era uma versão portuguesa do “Colateral” – com o Tom Cruise a apanhar o táxi no Rossio e andar aí por Lisboa a cometer uns homicídios … involuntários, claro.
(Este também se chama Gomes da Silva, e por enquanto ainda não é ministro, mas já reúne as condições necessárias - anda fugido da polícia de S. Paulo, tem a 4ª classe completa, também não sabe o significado da palavra cabala, mas em relação ao ministro português tem a vantagem de saber o significado do adjectivo involuntário, sobretudo quando com o conjuntivo homicídio.
Só lhe falta mesmo alistar-se no PSD para ser inimputável (tal como Cruz dos Santos e Isaltino Morais) e ser Ministro.)
Asnear em Portugal é coisa bem paga e bem quista entre algumas novas maiorias. Especialmente agora, em que um burro declarado e de papel timbrado pode ser ministro.
Trata-se precisamente do Ministro Rui Gomes da Silva, a encarnação perfeita da personagem de Robert Musil – “O Homem sem qualidades.”
Este inefável e fiel escudeiro de Santana Lopes e compincha dos quatro costados do nosso presidente da câmara (Dom Frexes de Espada à Cinta) é o exemplo perfeito do sistema reinante em Portugal – a mediocracia.
Com a etimiologia da palavra a ser fundada na mediocridade.
Os medíocres medram neste lodaçal impuro, onde as espécies parasitárias têm uma esperança de vida invulgarmente longa e próspera.
O ministro Gomes da Silva foi infelizmente exposto à sua condição de asno de ouro, não tanto quando lançou o ataque a Marcelo Rebelo de Sousa, mas quando em sede da Alta Autoridade para a Comunicação Social, titubeou aquele que terá sido o mais fantástico contributo deste anedótico (e triste) Governo para a filosofia ocidental – ou seja, a célebre cabala involuntária.
Trata-se de uma abordagem paradoxistica só ao alcance dos grandes pensadores do racionalismo pós-cartesiano.
Uma cabala que se orquestra por obra e graça do divino espírito santo; sem ser combinada, maquinada ou estimulada.
Alguns pensadores mais críticos julgam mesmo que a expressão mais correcta para a tese cabalística de sua eminência parva Gomes da Silva, seria mesmo – cabala de geração espontânea.
Se bem que, segundo estudos recentes da Galloper, o prato de consumo corrente preferido desta maioria sejam os filetes de cabala, pressionados em molho de escabeche à “la Snob”. Opíparo pitéu degustado em “hors d`ouevre” nas esgotantes sessões de “think thank” que antecedem as quintas-feiras loucas do concelho de ministros.
Legenda: Pernas de Cabalinhas regadas com molho de escabeche involuntário
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, este Governo tem uma capacidade inaudita de pensar mais rápido do que a própria sombra, e agir sem pensar, (acrescentamos nós).
Estes empolgantes, galvanizantes e quase épicos tempos, no discurso quase homérico do ministro Morais Sarmento, podem agora reservar o seu lugar na história, graças à prodigiosa edição de “100 dias de Governo”, que segundo os mentideros da coligação esteve para se chamar – “Operação pântano de tangas.”, ou; como colocar este país de pantanas, pensamos nós de que …
A épica narrativa, representa, segundo os críticos literários de serviço no “Diário de Notícias”, uma feliz adaptação dos Doze Trabalhos de Hércules, aqui multiplicados para 100 – um trabalho por dia, que são o testemunho deste frenesim hiper-decisório que é apanágio deste novo herói dos tempos modernos – Pedro Santana Lopes.
Recorde-se aliás os mais incautos, que Marcelo “oráculo de Delfos” Sousa havia sido acossado por uma visão sobre a doença hiper-decisória de Santana Lopes, já nos idos de Julho.
O livro agora editado tem o imprimatur da Lusomundo PT, e prefácio de Carlos Magno e Mário Bettencourt Resendes.
O autor do argumento adaptado é, como se sabe, Luís Delgado, que fruto da sua experiência como marioneta desprovida de livre arbítrio, consciência e independência crítica, conseguiu captar o necessário efeito cénico, e atmosfera dramatúrgica, que este épico necessitava.
A obra, já à venda nas principais livrarias, deverá também ser adoptado como manual obrigatório para as disciplinas de Religião e Moral, Educação Sexual Empresarial e Cívica, já no próximo lectivo; que segundo fontes próximas do Ministério da Educação, deverá também ver o seu início adiado, de forma a permitir ao ministro Gomes da Silva completar os exames “ad-hoc” em Português e Filosofia, e ver a sua inscrição aceite no ensino recorrente, num horário de alfabetização de adultos que seja compatível com a sua preenchida agenda de jantaradas conspirativas, com um arrozinho de cabala, com molho de “lapsus langue” findo com um arroto, involuntário, claro.
O que vinha mesmo a calhar era uma versão portuguesa do “Colateral” – com o Tom Cruise a apanhar o táxi no Rossio e andar aí por Lisboa a cometer uns homicídios … involuntários, claro.
Os Asnos de Ouro
Aproxima-se o fim-de-ano. Não temos óscares nem grammys para dar, as pevides andam pela hora da morte, o tomate estragado é espanhol e os ovos são de aviário e têm nitofuranos. Enfim como não temos orçamento para prémios decidimos pela atribuição de um prémio simbólico, a todos aqueles que durante o ano trabalharam para que a vida de todos nós fique ainda pior e para que a deles fique um pouco melhor.
Para todos os que se distinguiram na política, na culinária, nos balneários, na têbê, no Intendente, no gamão sem mãos e em empinar papagaios ao vento. Para todos esses homens que dão mais significado à expressão mijar para fora do penico, e que sempre que sacodem a pila num lavabo público conseguem alterar o rumo da humanidade, para todos eles sugiro que o granito inicie até Dezembro as nomeações para um prémio tão simbólico como o Nobel, só que evidentemente desacompanhado do chorudo cheque. Quando muito podemos quotizarmo-nos para dar um cheque-compras no Mini-Preço no valor de cinco euros. De qualquer forma a glória da noemação da comunidade granítica honrará qualquer notável, por isso e em homenagem a um clássico da literatura latina, proponho que façamos as nomeções para os ... ASNOS de OURO!
Eu Hei-de Amar uma Pedra
"Escrevo como se estivesse com a cabeça encostada a uma parede branca e do outro lado estivesse o papel"
(António Lobo Antunes)
António Lobo Antunes comemora hoje o seu 25º aniversario de vida literária, no Teatro S. Luiz, sendo apresentado ao público o novo romance, Eu Hei-de amar uma pedra, e a sua Fotobiografia, da autoria de Teresa Coelho. Tendo-se estreado no Verão de 1979 com o romance Memória de Elefante (em edição ne varietur*), António Lobo Antunes confessa que, para o seu novo romance, se inspirou num poema de Dylan Thomas e na simples imagem da noite que se converte em dia. Mais uma vez se verifica que o tempo é a instancia matriz dos textos de Lobo Antunes, sendo o quotidiano uma das forças maiores nos mecanismos da contrução dos seus textos. Este efeito poético de criação da liberdade dos sentidos que o autor tanto procura é também um quase desprendimento que se pretende praticar relativamente à abjeção, à violência, ao sarcasmo que pode ser doloroso. Quanto às personagens, António Lobo Antunes nega veementemente que os seus romances sejam polifónicos. Na perspectiva do autor, trata-se sim de uma só voz, modulada. Escrever sobre a insignificancia, por exemplo, amar uma pedra, é um dos motes de Lobo Antunes que se centra naquilo que por vezes é inacessível aos sentidos, aquilo que a vida por vezes não da mas que a literatura constroi.
*Disposição jurídica que permite a um autor que um texto seu só possa ser de futuro citado, editado, traduzido, etc., sob a forma em que o publica com essa designação. Lobo Antunes chegou à conclusão que havia varias adulterações nas suas obras, desde gralhas a outras incorrecções, e a partir do seu anterior romance, "Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo", todas elas serão publicadas em edições ne varietur, fixadas por uma equipa orientada por Maria Alzira Seixo, à medida que os antigos títulos se vão esgotando.
Enviado por email por Margarida Reis em 9/11/2004
(António Lobo Antunes)
António Lobo Antunes comemora hoje o seu 25º aniversario de vida literária, no Teatro S. Luiz, sendo apresentado ao público o novo romance, Eu Hei-de amar uma pedra, e a sua Fotobiografia, da autoria de Teresa Coelho. Tendo-se estreado no Verão de 1979 com o romance Memória de Elefante (em edição ne varietur*), António Lobo Antunes confessa que, para o seu novo romance, se inspirou num poema de Dylan Thomas e na simples imagem da noite que se converte em dia. Mais uma vez se verifica que o tempo é a instancia matriz dos textos de Lobo Antunes, sendo o quotidiano uma das forças maiores nos mecanismos da contrução dos seus textos. Este efeito poético de criação da liberdade dos sentidos que o autor tanto procura é também um quase desprendimento que se pretende praticar relativamente à abjeção, à violência, ao sarcasmo que pode ser doloroso. Quanto às personagens, António Lobo Antunes nega veementemente que os seus romances sejam polifónicos. Na perspectiva do autor, trata-se sim de uma só voz, modulada. Escrever sobre a insignificancia, por exemplo, amar uma pedra, é um dos motes de Lobo Antunes que se centra naquilo que por vezes é inacessível aos sentidos, aquilo que a vida por vezes não da mas que a literatura constroi.
*Disposição jurídica que permite a um autor que um texto seu só possa ser de futuro citado, editado, traduzido, etc., sob a forma em que o publica com essa designação. Lobo Antunes chegou à conclusão que havia varias adulterações nas suas obras, desde gralhas a outras incorrecções, e a partir do seu anterior romance, "Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo", todas elas serão publicadas em edições ne varietur, fixadas por uma equipa orientada por Maria Alzira Seixo, à medida que os antigos títulos se vão esgotando.
Enviado por email por Margarida Reis em 9/11/2004
segunda-feira, novembro 8
O retrato intemporal do político
O Político
"Quando um homem qualquer não tem que fazer, e receia por um resto de pudor passar por vadio, mete-se em político.
Ser político, em Portugal, significa falar no orçamento e não o ler; na Carta Constitucional, e não saber onde ela se vende; no poder executivo, e confundi-lo com todos os outros poderes, menos com o próprio poder executivo.
Para se ser político, precisa-se: primeiro, audácia; segundo, ignorância; terceiro, ociosidade. Com estes três predicados, a leitura de alguma folha periódica, e o conhecimento pessoal de dois ou três homens que já foram ministros, está feito o político.
O político é geralmente um homem enfastiado e fastidioso, a quem correm mal os negócios públicos e pior ainda os domésticos (...)
O político interessa-se por tudo quanto é novidade, porque a novidade traz de ordinário consigo a confusão, e a confusão dá azo a deixa-lo por em prática as suas teorias sociais (...)
O político tem com o perdigueiro a analogia de farejar e levantar a cabeça. Notícia sem fundamento, ou boato sem verosimilhança, nasce exclusivamente do político. É ele que justifica mais do que ninguém a frase popular fazer de um argueiro um cavaleiro ..."
[Luís Augusto Palmeirim, in Galeria de Figuras Portuguesas, 1879]
Fonte- Blog Almocrevedaspetas
"Quando um homem qualquer não tem que fazer, e receia por um resto de pudor passar por vadio, mete-se em político.
Ser político, em Portugal, significa falar no orçamento e não o ler; na Carta Constitucional, e não saber onde ela se vende; no poder executivo, e confundi-lo com todos os outros poderes, menos com o próprio poder executivo.
Para se ser político, precisa-se: primeiro, audácia; segundo, ignorância; terceiro, ociosidade. Com estes três predicados, a leitura de alguma folha periódica, e o conhecimento pessoal de dois ou três homens que já foram ministros, está feito o político.
O político é geralmente um homem enfastiado e fastidioso, a quem correm mal os negócios públicos e pior ainda os domésticos (...)
O político interessa-se por tudo quanto é novidade, porque a novidade traz de ordinário consigo a confusão, e a confusão dá azo a deixa-lo por em prática as suas teorias sociais (...)
O político tem com o perdigueiro a analogia de farejar e levantar a cabeça. Notícia sem fundamento, ou boato sem verosimilhança, nasce exclusivamente do político. É ele que justifica mais do que ninguém a frase popular fazer de um argueiro um cavaleiro ..."
[Luís Augusto Palmeirim, in Galeria de Figuras Portuguesas, 1879]
Fonte- Blog Almocrevedaspetas
Não fui eu que disse!
A primeira página do diário británico sensacionalista Daily Mirror, do dia 4 de Novembro!
.
Em Portugal, o Governo ficou histérico com algumas críticas mais severas, por parte do Prof. Marcelo! Na inglaterra fazem-se estas primeiras página, sem o perigo de o senhor Bush ataque à bomba a sede do Daily Mirror. É a prova que a critica séria é mais acutilante do que estas babuseiras do Daily Mirror. Ou então, estes politicos estrangeiros têm mais puder de encaixe do que estás prima-donas, dos políticos Portuguesas.
.
Em Portugal, o Governo ficou histérico com algumas críticas mais severas, por parte do Prof. Marcelo! Na inglaterra fazem-se estas primeiras página, sem o perigo de o senhor Bush ataque à bomba a sede do Daily Mirror. É a prova que a critica séria é mais acutilante do que estas babuseiras do Daily Mirror. Ou então, estes politicos estrangeiros têm mais puder de encaixe do que estás prima-donas, dos políticos Portuguesas.
sábado, novembro 6
Histórias de ficção ou de vida
Chama-se “Crónicas” e foi o espectáculo que, encenado por José Carretas, esteve em cena até 23 de Outubro na sala do Teatro das Beiras, na Rua da Trapa, na Covilhã. Baseado em quatro peças cómicas de Eduardo de Filippo, “Crónicas” é, antes de mais, uma hora de humor, mas também de ironia e reflexão.
Tome-se por cenários, despojados quanto baste mas eficazes e operacionais, os bastidores de uma companhia de teatro, uma farmácia ou uma sala que facilmente dá lugar a um quarto. Um cenário que vai mudando à medida que os textos avançam, assim a nu, à vista do público, como se de uma instalação ou de um in-progress teatral se tratasse.
A escolha dos textos foi uma opção bem feita e sobretudo bem trabalhada, corroborando a fama que recai sobre aquele que é hoje considerado um dos mais geniais intérpretes do teatro italiano. Tendo interpretado todos os géneros teatrais, da comédia italiana, à revista, De Filippo também é famoso pelo seu trabalho como actor no cinema e pelas adaptações das suas peças para o grande ecrã, como por exemplo Matrimónio à Italiana (1964), que foi indicado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Actriz com Sophia Loren.
O jogo de encenação, a cargo de José Carretas, é aqui esse jogar com os limites ténues entre o que é a realidade e a ficção. A fala da vida quotidiana dos actores, da vida nos bastidores, é, como se adivinha, um dos mecanismos brilhantes deste texto, para além, também, da já citada excelente gestão de todo o cenário e dos poucos adereços que o constituem.
Com um texto absolutamente fluido e leve, é na metáfora da relação do mundo do teatro com a sociedade a que está atrelado que José Carretas encontra nestes textos grande vigor. As mais simples situações abrem espaço para a apresentação de personagens que, presos a uma realidade que já não se sabe ou não ficção, servem de motivo para uma profunda reflexão sobre a sociedade que representam. O que importa é, sobretudo, o teatro na sua plenitude de representação, sem rodeios ou subterfúgios.
A interpretação está a cargo de Ana Margarida Carvalho, Fernando Landeira, Flávio Hamilton, Inês Leite e Paulo Narciso. Levemente onírico, porque nele se reflecte sobre a permanente aprendizagem da arte de viver, o espectáculo “Crónicas” fala de teatro mas fala também do hoje em que vivemos e em que, por vezes, ainda nos continua a ser difícil distinguir a ficção da realidade.
PS- A peça vai abrir o o Festival de Teatro da Covilhã, no seu 30º aniversário amanhã Domingo dia 7 de Novembro.
Tome-se por cenários, despojados quanto baste mas eficazes e operacionais, os bastidores de uma companhia de teatro, uma farmácia ou uma sala que facilmente dá lugar a um quarto. Um cenário que vai mudando à medida que os textos avançam, assim a nu, à vista do público, como se de uma instalação ou de um in-progress teatral se tratasse.
A escolha dos textos foi uma opção bem feita e sobretudo bem trabalhada, corroborando a fama que recai sobre aquele que é hoje considerado um dos mais geniais intérpretes do teatro italiano. Tendo interpretado todos os géneros teatrais, da comédia italiana, à revista, De Filippo também é famoso pelo seu trabalho como actor no cinema e pelas adaptações das suas peças para o grande ecrã, como por exemplo Matrimónio à Italiana (1964), que foi indicado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor Actriz com Sophia Loren.
O jogo de encenação, a cargo de José Carretas, é aqui esse jogar com os limites ténues entre o que é a realidade e a ficção. A fala da vida quotidiana dos actores, da vida nos bastidores, é, como se adivinha, um dos mecanismos brilhantes deste texto, para além, também, da já citada excelente gestão de todo o cenário e dos poucos adereços que o constituem.
Com um texto absolutamente fluido e leve, é na metáfora da relação do mundo do teatro com a sociedade a que está atrelado que José Carretas encontra nestes textos grande vigor. As mais simples situações abrem espaço para a apresentação de personagens que, presos a uma realidade que já não se sabe ou não ficção, servem de motivo para uma profunda reflexão sobre a sociedade que representam. O que importa é, sobretudo, o teatro na sua plenitude de representação, sem rodeios ou subterfúgios.
A interpretação está a cargo de Ana Margarida Carvalho, Fernando Landeira, Flávio Hamilton, Inês Leite e Paulo Narciso. Levemente onírico, porque nele se reflecte sobre a permanente aprendizagem da arte de viver, o espectáculo “Crónicas” fala de teatro mas fala também do hoje em que vivemos e em que, por vezes, ainda nos continua a ser difícil distinguir a ficção da realidade.
PS- A peça vai abrir o o Festival de Teatro da Covilhã, no seu 30º aniversário amanhã Domingo dia 7 de Novembro.
PT, la piovra
Mas não há ninguém que pare estes gajos?!? Precisamos urgentemente de um Corrado Catani na comunicação social portuguesa...
sexta-feira, novembro 5
Se fosse Americano!
José Pacheco Perreira, em "Abrupto":
<< Se fosse americano, votaria Bush. Fica dito, até porque é muito possível que ganhe Kerry. Não vale a pena somar muitas explicações ao que tenho vindo a dizer nos últimos anos. Kerry trará confusão e hesitação numa política de guerra que não sobrevive sem determinação. No dia seguinte, os assassinos da Al Qaida e do Baas começarão a retirar as lições e a jogar tudo por tudo no terror. Bush trará excessos e erros, como no passado, mas manterá o rumo numa política que é a única que hoje defronta o terrorismo apocalíptico na sua essência. >>
Já que estamos numa de cenários hipotéticos,e se fosses inteligente, e não o retórico de serviço? Em quem é que votavas?
<< Se fosse americano, votaria Bush. Fica dito, até porque é muito possível que ganhe Kerry. Não vale a pena somar muitas explicações ao que tenho vindo a dizer nos últimos anos. Kerry trará confusão e hesitação numa política de guerra que não sobrevive sem determinação. No dia seguinte, os assassinos da Al Qaida e do Baas começarão a retirar as lições e a jogar tudo por tudo no terror. Bush trará excessos e erros, como no passado, mas manterá o rumo numa política que é a única que hoje defronta o terrorismo apocalíptico na sua essência. >>
Já que estamos numa de cenários hipotéticos,e se fosses inteligente, e não o retórico de serviço? Em quem é que votavas?
Películas Esquecidas
Jaz esquecido na (outrora) nobre avenida da cidade.
A bilheteira aguarda as passadas apressadas subindo pela escadaria...
Os corredores, ostentando os luxuosos lustros e as alcatifas escarlate, acolhem o ultimo cigarro e um café...
As paredes descascadas pela solidão reflectem as gargalhadas que não voltaram...os suspiros pela diva...os timidos sorrisos do primeiro beijo...e as lágrimas...as lágrimas de um final feliz que teima em não o ser...
quinta-feira, novembro 4
MY GOD!!!
Contingências da necessidade!
Onde é que anda um Lee Oswald quando o Mundo precisa dele?
Perdi a esperança no Novo Mundo, volte-me agora para a Humanidade! Será que ainda vale a pena acreditar na Revolução! Ou a d€mocrácia já amordaçou qualquer esperança de revolta?
Perdi a esperança no Novo Mundo, volte-me agora para a Humanidade! Será que ainda vale a pena acreditar na Revolução! Ou a d€mocrácia já amordaçou qualquer esperança de revolta?
A Coligação para 2008
Picaretadas dos leitores do Granito
Margarida Reis - Por Toutatis!
POR TOUTATIS!
ASTERIX FEZ ANOS
Apesar do seu ar jovem e da sua figurinha frágil, Astérix conta já 45 anos, feitos ontem. O "filho" de Reni Goscinny (criador das histórias) e de Albert Uderzo (criador gráfico), e a primeira vez que apareceu foi em 1959, no número um da revista Pilote, criada e dirigida por Goscinny.
Em 1965, as histórias passam para álbuns e o sucesso foi imediato: um fenómeno de vendas, com milhares de exemplares vendidos por todo o mundo.
"Se tivéssemos imaginado em 1959 que iríamos alcançar tamanho sucesso, teríamos ficado com muito medo", disse recentemente Uderzo.
Enviado por email por Margarida Reis em 30/10/2004
Alipio Severo de Noronha - Até 2008
Se hoje já foi mau (http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1207476&idCanal=17) , o cenário para 2008 pode ser ainda pior, catastrófico mesmo: http://www.rice2008.com/
Mas há esperança. Mora aqui: http://www.obamaforillinois.com/index.asp?Type=NONE&SEC={8683FB66-C0DB-4FAB-85C7-2FBCF770436E} e aqui http://clinton.senate.gov/
4 MORE WARS, Mr Bush?
Alipio Severo de Noronha - Portugal em "boa" companhia
Portugal e EUA, unha com carne na tentativa de supressão de investigação em células estaminais na Assembleia da ONU. Está tudo aqui : http://contanatura.weblog.com.pt/arquivo/2004/10/portugal_e_eua.html#comments
É outra das habilidades (encapotadas) do Sr. Santana. E mais ninguém diz nada?! Quem mandatou estes cavalheiros para fazerem esta figura? É Portugal (todos nós) que está ali, caramba! E em "boa" companhia, como se pode ver pela lista dos países subscritores.
Ao dispôr Alípio Severo de Noronha
Enviados por email por Alipio de Noronha em 3/11/2003
Pedro Fino - Teatro
O golpista convida
É muito estranho, muito estranho mesmo, que quem não tendo sido testemunha das situações ocorridas, que quem, inclusive(!), esteja longe de revelar possuir informação vinda da fonte em relação a, pelo menos, um dos lados do conflito, se manifeste de forma tão concludente e partidária, fazendo juízos e conclusões.
Pergunto-me: porque razão este Sr. será mais um, igual a tantos neste processo, a precipitar-se implacavelmente em julgamentos e processos de intenções sem nunca nos ter ouvido?
Por outro lado, a sua resposta revela ainda outra coisa "estranha": o Sr. Fiúza não foge à mediocridade de um país de faladores, um país com palavra fácil sempre para criticar e deitar abaixo. Você não conhece a ESTE, mas todo o seu tom revela prioritariamente antipatia. O que acabou de nos dizer na sua missiva foi: "antipatizo com vocês até que me mostrem qualquer coisa que me agrade". Ou seja, à priori somos obrigados a nascer com a sua má-vontade. Para pessoas tão implicadas na sua parcialidade sobre o assunto Teatro das Beiras, está tudo conversado!
Antipatiza connosco, pronto. Talvez porque estejamos a criar um projecto, e todos sabemos como, neste país, quem se propõe fazer algo, nem que seja lutando por aquilo que acredita com actos, merece à partida indiferença ou má-língua.
"Esquemas na CMF"? As expressões traem-no. E só ficam com quem as pratica. A sua má-fé sem fundamentos já foi detectada há muito. Não temos esquemas, temos um projecto para o 1º Ciclo e outro para os lares de 3ª idade. E não obrigámos ninguém a aceitá-los. Propusemo-los calma e civilizadamente. Estamos a trabalhar sem dinheiro, a contar os trocos para sobrevivermos há cerca de dois meses, dando o máximo cada dia, para que este projecto seja possível. Merecemos outro respeito!
Mas vejamos, quais são então os ideais, os motivos, os objectivos que nos norteiam e nos os quais o Sr. não acredita, achando-nos conspiradores? Fale lá mais um bocadinho daquilo que não sabe...
E, agora, diga-nos lá porque é que uma demissão em bloco tem que ter necessariamente por trás um cabecilha e más intenções?
Diga-nos também porque é que nove pessoas demitidas, juntas pela mesma causa, não têm o direito de pensar num projecto em comum? Queremos ouvir/ler as certezas de alguém que só sabe o que terceiros lhe contaram. Vamos, Sr. Fiúza, regresse ao seu magnífico papel! Só mais duas coisas, pois acabaremos este assunto por aqui neste Blog Site..
É confrangedora a sua opinião sobre o texto de informação do nosso workshop. É um texto normalíssimo que fala no posicionamento do actor perante a sua actividade, objecto primordial de uma formação de raíz. Tomá-lo como um texto para coitadinhos do interior, de um Portugal dos pequeninos, só revela o tamanho do seu grandessíssimo complexo de inferioridade. Assim como vergonhosa é a ideia que faz das pessoas da sua própria região. Certamente, e aí tem razão, aquele texto não é para pessoas com tantos complexos e problemas culturais por resolver. Nós estamos noutra. E saiba também, criatura, que estamos felizes com a adesão dos "pequeninos" à nossa proposta e mais felizes ainda por estarmos a conseguir debater com eles estas questões e ainda mais felizes com a evolução dos seus trabalhos.
O Sr. não consegue fugir da constatação de que criticar e dizer mal é fácil. Até nós o podemos criticar sem o conhecermos! Mas fazer, fomentar actos, já não é com todos. Fale menos e faça mais.
Para já, e porque falamos de actos, convido-o a encontrar-se connosco, ao vivo, olhos-nos-olhos, para que possamos debater consigo o que se passou no Teatro das Beiras. Estaremos disponíveis para lhe fornecer, cronologicamente, todos os dados que nos levaram a tomar esta opção. Estaremos disponíveis para lhe responder a tudo o que desejar saber. Há infinitas coisas que desconhece. Estou confiante que, depois de lhe expormos todos os dados, não falará com tanta facilidade nem com tantos juízos morais nem com tantos adjectivos sobre a tomada de posição que achámos por bem viabilizar.
E também estou convicto de que quem fala com tantas certezas e se indigna tanto sobre um assunto que não viveu nem presenciou não queira perder esta oportunidade de ter acesso real à informação de um dos lados da história e que desconhece. O meu contacto é o 96 28 34 637. Sou o Pedro Fino, tenho a consciência tranquila, e estou à sua espera para falarmos. A bem da verdade, Sr. Fiúza, vamos ver o que é que o Sr. vai fazer. Continuar a adjectivar de forma parcial (sem dados, nem vivências) aquilo que fizemos ou sujeitar-se a receber a outra versão dos acontecimentos para poder finalmente fazer julgamentos assentes num equilíbrio e numa boa-vontade que nunca revelou ter. Aguardo com curiosidade a sua decisão. Deixemo-nos de conversa à distância, falemos francamente olhos nos olhos.
O golpista do Teatro das Beiras - Pedro Fino.
Enviado por email por Pedro Fino em 3/11/2004
quarta-feira, novembro 3
O design, o designer... e o resto?
Enfim, equadrando o design numa moldura antropológica consigo identificar três vertentes indissociáveis que lhe podem conferir critérios de avaliação ou pelo menos adjudicar uma noção de consciência/ética/moral (por ordem decrescente de pertinência) ao trabalho desenvolvido por um designer. Dois desses campos têm sido frequentemente discutidos e são: o cultural e o social.
Hoje, na sociedade ocidental o design é um índice de cultura. Ele potencia significados e preconceitos exercendo simultaneamente uma acção "pedagógica" que permite ao utilizador enquadrar-se numa sociedade, sendo livre de escolher a informação, o código e a cultura que melhor jeito lhe fizer. A compreensão do contexto social em que o acto de comunicação se vai inserir permite ao designer retirar frutíferas conclusões e desenhar/designar um produto que não seja patológico ao utilizador.
O terceiro factor é de natureza biológica e pode ser averiguado pelas ciências da saúde. Por outras palavras, um produto feito por um designer não deve causar doenças e muito menos retirar vida. Se relacionar este campo com os outros dois, posso mesmo questionar o famoso Design de Qualidade da Suástica ou, sendo menos megalómano, os pictogramas de casa de banho de um centro comercial que me obrigarão a usar fraldas aos 50 anos*.
Quando vejo um designer pensar estes três factores equilibradamente e conceber com maior facilidade um objecto que os cumpra, consigo dizer que não estou na presença de um mau designer.
* Se quando homem novo o acto de retenção de líquidos for repetido muitas vezes quando o corpo está a pedir o contrário, é acelerada corrida para a incontinência.
Hoje, na sociedade ocidental o design é um índice de cultura. Ele potencia significados e preconceitos exercendo simultaneamente uma acção "pedagógica" que permite ao utilizador enquadrar-se numa sociedade, sendo livre de escolher a informação, o código e a cultura que melhor jeito lhe fizer. A compreensão do contexto social em que o acto de comunicação se vai inserir permite ao designer retirar frutíferas conclusões e desenhar/designar um produto que não seja patológico ao utilizador.
O terceiro factor é de natureza biológica e pode ser averiguado pelas ciências da saúde. Por outras palavras, um produto feito por um designer não deve causar doenças e muito menos retirar vida. Se relacionar este campo com os outros dois, posso mesmo questionar o famoso Design de Qualidade da Suástica ou, sendo menos megalómano, os pictogramas de casa de banho de um centro comercial que me obrigarão a usar fraldas aos 50 anos*.
Quando vejo um designer pensar estes três factores equilibradamente e conceber com maior facilidade um objecto que os cumpra, consigo dizer que não estou na presença de um mau designer.
* Se quando homem novo o acto de retenção de líquidos for repetido muitas vezes quando o corpo está a pedir o contrário, é acelerada corrida para a incontinência.
Bem vindos
A Máfia da pedreira tem dois novos afilhados.
Pedro B. e Luiz Antunes, um grande abraço de boas vindas e que a vossa picareta se mantenha afiada por muito tempo. Nós cá estaremos para vos ouvir.
Pedro B. e Luiz Antunes, um grande abraço de boas vindas e que a vossa picareta se mantenha afiada por muito tempo. Nós cá estaremos para vos ouvir.
terça-feira, novembro 2
Portugueses detidos em Caracas
A Guarda Nacional venezuelana não admite que se falte com os subornos regulares e prende 6 portugueses em Caracas. Pode ser uma república das bananas, mas pelo menos no crime ainda têm regras! Valha-nos ao menos isso!
Que ganhe o melhor...o mundo perde na mesma...
Cartaz comum dos Democratas e dos Republicanos nas Presidenciais 2004
segunda-feira, novembro 1
Sedução de Mundos Distantes < ballet gulbenkian
No próximo dia 3 de Novembro, o Ballet Gulbenkian estreia o 1º Programa de nova temporada, que se estende até ao dia 6, no Grande Auditório Gulbenkian, e que será repetido nos dias 12 e 13 no Grande Audiótorio do Europarque, em Santa Maria da Feira.
Tendo eu o privilégio de poder estar a ver as novas criações das coreógrafas enquanto escrevo, deixo este meu primeiro texto, como membro deste blog, sobre a minha arte de eleição: a minha dança!
Respondendo ao desejo de poder apresentar um programa no feminino, Paulo Ribeiro (Director Artístico do Ballet Gulbenkian) fez recair a sua escolha sobre a portuguesa Clara Andermatt e a inglesa Didy Veldman.
Ambas tiveram um tema comum: A Sedução de Mundos Distantes, respondendo ao tema lançado pelo Festival Internacional de Dresden, a realizar-se em Maio de 2005, onde a companhia marcará a sua presença.
Outsight, de Didy Veldman com partitura original de Philip Feeney, aborda a distância: a distância a que estamos dos outros, do desconhecido, de nós mesmos, do que desconhecemos em nós próprios; o que é preciso percorrer para atingir esses destinos sobretudo a partir do conceito de fronteira. Fronteiras no mundo, entre culturas, entre pessoas, tudo funcionando numa espécie de terra de ninguém. São porém os traços do humano que se transfiguram nesta peça marcada também pela ideia de memória, reflexão e consciência. Cada domínio do ser expreime-se numa linguagem e esta coreografia assenta também aí, na aceitação do que chega do Outro, na diferença em relação ao Outro. Formalmente reporta-nos para um mundo infantil, um mundo especial e de um imaginário pessoal onde habitam os sons de embalar das caixas de música e os novelos de lã transformados em mantas que nos aconchegam os sonhos. Fazendo lembrar os contos tradicionais ingleses com uma mescla de surrealismo da Alice no País das Maravilhas.
Clara Andermatt procura o desconhecido pela via do mistério e da surpresa que encontra no conhecido, em direcção ao que provavelmente de mais enigmático existe em tudo o que desconhecemos: a morte. O Outro é o desconhecido onde encontramos a nossa identidade, diz entre uma pausa dos ensaios e mais um café da D.Laura ( a empregada do bar dos artístas e que curiosamente é do Fundão). Esta peça dir-se-ia, por outro lado, também, uma forma de busca que utiliza a música de Camille Saint-Säens, trabalhada por Vítor Rua, e conta com o desenho de luzes de Rui Horta. Nela são utilizadas referências da história da dança que permitem o salto para um conteúdo material na convocação da ideia de lonjura.
As questões humanas e emotivas, o amor, por exemplo, bem como a abordagem do erotismo que arrasta para a morte. O Canto do Cisne utiliza como citação Le Sacré du Printemps, na sua diversidade de acentuações rítmicas, na dissonância, no uso de perfis, ângulos estranhos e alusões sensuais. Tratava-se , na versão original de Nijinsky, de regressar às origens pagãs da antiga Rússia, usando uma idealização dos rituais xamanísticos eslavos.
Clara Andermatt aborda a morte não como o final do que quer que seja, mas justamente como o que deixamos para trás quando definimos novos caminhos; não a morte como terminal, mas como o princípio de futuro que ela contém, para reinventar novos conceitos; um momento que a coreógrafa decide identificar como o canto do cisne.
Curioso é o facto que esta coreógrafa, que pertenceu a uma geração que destruíu a ideia de que a técnica é fundamental no processo de formação de um bailarino/coreógrafo, traz a cena uma interpretação dos maiores clássicos da história da Dança. Justifica-se dizendo que o presente acaba por revelar-se numa contínua constatação de que é passado, porque tudo em nós se encontra em incessante mutação, e simultaneamente em futuro, que desconhecemos, e em função do qual agimos invariavelmente buscando nova adaptação; citando Peggy Phelan: Quando pensas que encontraste a forma de amar, de observar ou de lembrar alguém, já tudo mudou.
Não existe futuro sem passado... Anna Mascolo
Apareçam, que o amigo das danças lá estará...
Obrigado Pedro pelo convite.....
Tendo eu o privilégio de poder estar a ver as novas criações das coreógrafas enquanto escrevo, deixo este meu primeiro texto, como membro deste blog, sobre a minha arte de eleição: a minha dança!
Respondendo ao desejo de poder apresentar um programa no feminino, Paulo Ribeiro (Director Artístico do Ballet Gulbenkian) fez recair a sua escolha sobre a portuguesa Clara Andermatt e a inglesa Didy Veldman.
Ambas tiveram um tema comum: A Sedução de Mundos Distantes, respondendo ao tema lançado pelo Festival Internacional de Dresden, a realizar-se em Maio de 2005, onde a companhia marcará a sua presença.
Outsight, de Didy Veldman com partitura original de Philip Feeney, aborda a distância: a distância a que estamos dos outros, do desconhecido, de nós mesmos, do que desconhecemos em nós próprios; o que é preciso percorrer para atingir esses destinos sobretudo a partir do conceito de fronteira. Fronteiras no mundo, entre culturas, entre pessoas, tudo funcionando numa espécie de terra de ninguém. São porém os traços do humano que se transfiguram nesta peça marcada também pela ideia de memória, reflexão e consciência. Cada domínio do ser expreime-se numa linguagem e esta coreografia assenta também aí, na aceitação do que chega do Outro, na diferença em relação ao Outro. Formalmente reporta-nos para um mundo infantil, um mundo especial e de um imaginário pessoal onde habitam os sons de embalar das caixas de música e os novelos de lã transformados em mantas que nos aconchegam os sonhos. Fazendo lembrar os contos tradicionais ingleses com uma mescla de surrealismo da Alice no País das Maravilhas.
Clara Andermatt procura o desconhecido pela via do mistério e da surpresa que encontra no conhecido, em direcção ao que provavelmente de mais enigmático existe em tudo o que desconhecemos: a morte. O Outro é o desconhecido onde encontramos a nossa identidade, diz entre uma pausa dos ensaios e mais um café da D.Laura ( a empregada do bar dos artístas e que curiosamente é do Fundão). Esta peça dir-se-ia, por outro lado, também, uma forma de busca que utiliza a música de Camille Saint-Säens, trabalhada por Vítor Rua, e conta com o desenho de luzes de Rui Horta. Nela são utilizadas referências da história da dança que permitem o salto para um conteúdo material na convocação da ideia de lonjura.
As questões humanas e emotivas, o amor, por exemplo, bem como a abordagem do erotismo que arrasta para a morte. O Canto do Cisne utiliza como citação Le Sacré du Printemps, na sua diversidade de acentuações rítmicas, na dissonância, no uso de perfis, ângulos estranhos e alusões sensuais. Tratava-se , na versão original de Nijinsky, de regressar às origens pagãs da antiga Rússia, usando uma idealização dos rituais xamanísticos eslavos.
Clara Andermatt aborda a morte não como o final do que quer que seja, mas justamente como o que deixamos para trás quando definimos novos caminhos; não a morte como terminal, mas como o princípio de futuro que ela contém, para reinventar novos conceitos; um momento que a coreógrafa decide identificar como o canto do cisne.
Curioso é o facto que esta coreógrafa, que pertenceu a uma geração que destruíu a ideia de que a técnica é fundamental no processo de formação de um bailarino/coreógrafo, traz a cena uma interpretação dos maiores clássicos da história da Dança. Justifica-se dizendo que o presente acaba por revelar-se numa contínua constatação de que é passado, porque tudo em nós se encontra em incessante mutação, e simultaneamente em futuro, que desconhecemos, e em função do qual agimos invariavelmente buscando nova adaptação; citando Peggy Phelan: Quando pensas que encontraste a forma de amar, de observar ou de lembrar alguém, já tudo mudou.
Não existe futuro sem passado... Anna Mascolo
Apareçam, que o amigo das danças lá estará...
Obrigado Pedro pelo convite.....