domingo, fevereiro 27

PiiiiiiiiiuuuummmmffffTUM!

A pouco e pouco afastou-se a onda de choque. No Granito. Caiu por aí alguma bomba? Alguém se casou ou alguém morreu? Ou estão simplesmente a adequar o vazio de informação à Paisagem, como quem diz é melhor não dizer nada porque assim posso subir na vida, como quem diz escalar silenciosamente a escorregadia e plana consideração dos mais reputados. Deve ser da gestão que surge a impossibilidade de "teclar" no Blog da paróquia. Desenganem-se.
Escrever num "weblog" não nos fará maiores e muito menos menores. Acabei de receber uma mensagem de telemóvel que me respondia à seguinte, -Mal produzido és tu. Trabalha melhor! Abraço. Ana.- deste modo. -Um conselho: Tu falas sempre demasiado. Um dia isso vai voltar-se contra ti. Um abraço amigo.-. Foi mais uma com o mesmo conteúdo: Shhh!
A informação hoje vale aos 5% de portugueses que não são disléxicos bem estar. Aos 95 que sobram resta-lhes isso: "Shhh!". E eu fico contente. A sério. Não tenho receio escrever o que me apetece. Tenho tantas certezas que aceito com extrema facilidade contradições e paradoxos. Os do meu discurso e os do dos outros. Uma certeza é aquela que me fez dirigir este "post" ao Camaradas Graníticos. A clarificação de ideias, a exposição do pensamento, a escrita, e a representação do espírito protegem os não disléxicos. (Entenda-se como disléxico: alguém que consegue ler um texto sem o perceber.)

Acerca da mensagem: Tenho uma editora nova! Uma CDr Label. Lançámos o primeiro Ep no passado dia 17. Três faixas trabalhadas no meu estúdio alcatifado. Já estão à venda no Porto, na Rua Miguel Bombarda, Edifício Artes em Partes, na loja de discos, Matéria Prima, e em Lisboa, junto a Santa Apolónia, na loja Flur. Dentro em breve estarão on-line. Já chovem críticas, -É muito sintético., -Está gravado muito baixo!, -O CD mais parvo da Loja a seguir ao dos remakes de 64 bits dos clássicos Pop!, -Tens de mudar a tua atitude em palco." Estas últimas afirmações levaram-me a responder ao meu amigo TAM, que me respondeu em cinco minutos: Shhh!. Eu sei que ele não é analfabeto e, por sorte e outras circunstâncias da vida, não é disléxico. Alguns de vós também não. A música é um exemplo e não espero apressadíssimas considerações sobre este assunto em particular.
Mas espero que compreendas que dizer o pensar, dá jeito, e até nos garante mais poupança nas palavras em certas situações. O pensamento não é a génese de si mesmo. E assim toda a matéria moldável é pouca para nós.
Por isso desenmerdemo-nos dessa tundra de "não tenho opinião sobre isso" porque eu como-vos a todos enquanto tiver saúde para isso.

Mota Acrobacia


Mais uma coisa: O oliverpedro escreve bem, isso, e o meu Senhor de Chernóbil de Ouro para ele. Que me desculpem os senhores de Chernóbil. E nomeio o rapaz para concorrer contra a Teresa Guilherme, contra a pessoa que dá as opiniões na secção de perguntas da Maria, e contra o Bush na categoria de: "Pessoa Que Consegue Dizer Mais Estupidezes Por Segundo". A minha auto-nomeação fica desde já afastada de modo a garantir hipóteses aos concorrentes. Queres ver: A troca de pessoas que vai acontecendo no texto é consciente e não imagino os putos "low-profile" a beberem grandes baldes de uísque com quarentonas, dizendo asneira atrás de asneira perdidos em assuntos que até deviam dominar. Abraços.

quarta-feira, fevereiro 23

Formatos:

O tocador de computador ou de outro instrumento digital só há pouco tempo começou a ser visto pelos palcos.
Ás vezes esconde-se atrás do "laptop" (Computador Pessoal de Colo). Outras vezes prefere somar ao portátil as possibilidades de interacção de um controlador midi (pode ser uma Kaos Pad (Kid606), um Pocket Fader (Nathan Fake), ou um teclado com "tweaks" (botões rotativos que enviam um sinal respectivo ao grau em em que orienta). Tenho também presenciado actuações em que a maior parte do "instrumental" está pré-gravada num disco de P.C. ou num Minidisc, sobre a qual o músico cola uma voz, mais um ou outro instrumento no sentido mais clássico do termo. Lembro-me de um caso recente em que o instrumentista apenas possuía um computador e, a meio da situação expositiva, abandonou o palco e deixou o espectáculo a cargo do instrumento. Foi ao bar fumar um cigarro voltou e fez com que o som parasse.
Estes modos de apresentação do trabalho ainda não estão claramente institucionalizados e são sempre alvo de comentários no final dos espectáculos. A coisa é nova e não existe por aqui nenhum consenso sobre qual a melhor maneira de convencer uma audiência que fez bem em pagar bilhete. A verdade é que como instrumento o "laptop" permite, além de uma automatização dos conteúdos e da fixação desse resultado, um contributo activo do músico ao vivo e até do próprio público. As possibilidades são infinitas e, assim sendo, cada caso merece um estudo apropriado, e não apenas uma colagem da actuação típica de cada artista, indiferente às características do público e às características espaço.
Os produtores de música digital têm tido algumas dificuldades em afirmar um formato apropriado para uma actuação ao vivo mas, para mim, isso apenas se manifesta quando existe falta de dedicação. Às vezes tudo se pode resolver com uma ou duas palavras dirigidas ao público em som ou escritas numa projecção. E não vale a pena falar na falta de espaços apropriados e de público des-informado porque eles já cá estavam antes dos computadores e dos minidiscs.
Vale a pena ver mais músicos ao vivo, e pensar nas responsabilidades inatas à palavra músico, antes de agir.

terça-feira, fevereiro 22

Capitalismo da palavra

Respira-se melhor em Portugal, adeus Santana, adeus Portas, um poema de despedida.

Com fúria e raiva
Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo de palavras

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs a sua alma confiada

De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor da água
E tudo emergiu porque ele disse

Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra

Sophia Mello Breyner

Ressaca eleitoral

Já quase tudo foi dito e escrito sobre a noite eleitoral de 20 de Fevereiro.
As repercussões dos resultados, nomeadamente nas sucessões de Portas e Santana, ainda vão provocar um eco que se prevê muito ruidoso.
Por outro lado, as empresas de sondagens, que foram outro dos vencedores destas legislativas, vão ainda analisar à minúcia os dados e tentar perceber a transferência de votos, quem foram os “novos” votantes que reduziram as galopantes taxas de abstenção, qual a verdadeira expressão dos votos em branco, só para mencionar algumas das variáveis mais relevantes para perceber a fundo o cariz desta votação (penso que ela fará “jurisprudência politica”).
O PS, esperamos todos nós, deverá ter acordado com um friozinho na barriga: tem que governar um país próximo da cloaca social (basta relembrar estudos publicados recentemente), não vai beneficiar de qualquer estado de graça (a festa de vitória parecia uma morna celebração bairrista pela conquista do campeonato distrital de ténis de mesa), tem de constituir um governo credível e sem os suspeitos do costume (ninguém vai aceitar um requentado regresso da tralha guterrista, por muito “brasonados” que sejam no interior do aparelho partidário), é obrigado a controlar as contas do estado com carácter de urgência nacional e, acima de tudo, têm que começar a convencer os portugueses já, a partir de hoje.

Nota de Rodapé: apesar de ter sido a estação de televisão líder de audiências durante a noite eleitoral, custou-me a engolir aquele aparato todo da televisão pública no CCB. A RTP mudou-se recentemente para um estúdio enorme, totalmente apetrechado, caro, com condições para acompanhar qualquer evento... então, fez a emissão a partir do CCB?!!? O show-off foi algo confrangedor, sujeitaram-se a algumas fífias técnicas (nomeadamente no som dos directos), apresentaram alguns cenários verdadeiramente soporíferos e pouco dinâmicos, os pivots estavam naturalmente menos à vontade, e a estação pública perdeu ainda uma bela oportunidade para demonstrar todas as potencialidade do estúdio-mãe. A TVI nunca foi opção, por isso apreciei bastante o trabalho da SIC: dinâmico, objectivo, tecnicamente mais seguro (o que se reflectiu nos pivots). Merecia ter ganho nas audiências.

segunda-feira, fevereiro 14

Morreu a mais antiga reclusa Portuguesa!



Nasceu em 1907 e ficou famosa pelo que viu aos 9 anos, em 1916, juntamente com seus primos Jacinta e Francisco. Estes últimos morreram poucos anos depois, ele de forte gripe e ela de tuberculose. É pouco tempo depois da morte dos primos que Lúcia começou o seu longo e prepétuo enclasuramento, então com 14 anos. Primeiro no Asilo do Vilar das Doroteias, depois em espanha, regressando anos mais tarde a Portugal, entrando então para Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra. Apenas 1935 iniciou a escrita das suas memórias "oficiais", que se encontram compiladas em dois volumes. Venham os milagres!

quinta-feira, fevereiro 10

It must be love!





IMAGEM

Pés descalços,
pés colados todos por inteiro
ao chão que te faz dançar.
Coxas largas
desnudas ao espelho,
que se cruzam na imagem
com as estradas
oblíquas e paralelas
das tranças do teu cabelo.

F.António


Saudosos cumprimentos aos caríssimos amigos da pedreira granitica.

quarta-feira, fevereiro 9

As ideias perdidas. (Direito de resposta)

Na sua coluna de Quarta-feira (hoje), 9 de Fevereiro de 2005, o professor universitário Eduardo Prado Coelho, descreveu com a sua habitual lucidez o desorientamento cultural evidenciado pelos portugueses que concorrem às legislativas. Não sei se mais alguém já tinha notado nisso ou se foi só ele que vislumbrou o fenómeno.
"Neste momento, a cultura não merece grande transformação. Precisa apenas de começar a existir." A culpa é dos actuais responsáveis políticos diz o Professor. Cinco linhas depois formula uma sequência de questões que pecam por serem apenas retóricas.
Como muitos, ando farto da arte de bem falar e expor ideias que façam o público descansar com a sensação que anda alguém a lutar e a pensar na cultura que produzimos e vivenciamos. Ainda mais quando os escritores, críticos e filósofos do nosso país não têm por hábito sugerir medidas muito menos medidas com consequências pensadas. Por isso vou tentar responder sucintamente às perguntas (que E.P.C. faz na tentativa (sempre quixotesca) de fazer mexer Portugal).

Uma por uma:

"Que se passa com a nossa política externa no plano cultural?"
R: Dos políticos, não sei. Porque nunca foram grandes embaixadores da nossa produção de significados, poucas vezes foram instituições políticas as responsáveis directas por qualquer exportação do produto cultural português.

"Qual a arquitectura proposta?"
R: Não me digno a responder a esta. Pelo total desconhecimento dos planos do governo. Sempre foi assim porque ninguém ganha eleições a prometer DVDs mais baratos.

"Como se vai dar formação aos funcionários públicos?"
R: Os funcionários públicos são (além dos ranchos folclóricos e da bandeira) aquilo que de mais "português" temos pelas nossas terras. Uma óptima fonte de ideias para "o nacional porreirismo". São os principais representantes do relaxamento do nosso país. Os mais subservientes homens da primeira trincheira, sem hipóteses de abandonarem o trabalho que já escasseia por estas paragens. São também alvo constante de críticas dos trabalhadores liberais que vão moldando as ideias e atitudes dos políticos.

"Qual a solução para o estatuto dos artistas?"
R: Qual estatuto? Qual é o problema? Pobres de talento ou talentosos pobres? Falta de apoio financeiro? Há muitas coisas por fazer em Portugal onde a mão e a autonomia de pensamento dos artistas dava muito jeito. E às vezes até pagam melhor do que numa galeria a montar exposições, ou num teatro a picar bilhetes aos amigos. Verdade seja dita: Não respeito a arte. Respeito sim, quem trabalha. E saiba, meu caro, que já estudo na área há 10 anos. "Estamos muito indignados com a actual paralisia dos subsídios pontuais!" Tivessem feito como fez um amigo meu cujos os pais não tinham possibilidades de lhe pagar um dos cursos que implica mais gastos aos discentes em Portugal, foi para medicina. Agora fotografa alergias a cores, emoldura-as e vende-as por uma pipa de massa. Ou outro médico que usa a técnica do desenho para explicar aos seus clientes que tipo de intervenção cirúrgica lhes será aplicada. Está agora a expor ao lado de nomes como Pedro Tudela, Baltazar Torres, Pedro Maia...
Enfim, a aura da arte dá manias aos artistas...

"Que se passa no domínio da descentralização?"
R: É só uma questão de visibilidade. Vão-se passando coisas que apenas são fixadas pelas fotografias dos amigos, pelas reportagens da rádio ou dos jornais locais. Valha-me a minha naturalidade Fundanense, para enobrecer o modo como sou tratado. Quanto ao resto, a culpa é do Governo! Não é? É sempre...

"Que é isso de prometer já uma Capital da Cultura em Évora quando ainda não se conseguiu este ano fazer arrancar a capital em Faro?"
R: Não sei.

"Que ideias se tem para defender a língua portuguesa?"
R: Partindo do principio que ela está a ser atacada: Talvez pudéssemos continuar a falar em português. Não vejo que mais possamos fazer... Ou quer ensinar todo o inglês que vem ao Algarve (que sabe encontrar um restaurante antes de mim)...
Continuemos a falar em português apesar dos atentados, porque quem atenta contra um código estabelecido, por centenas de anos de evolução linguística, não merece aprender muito mais do mesmo se não demonstrar um pouco de humildade. Conhecimento é poder.

"Quais as relações entre cultura e urbanismo?"
R: Toda a produção cultural nos reflecte. A cultura é um conjunto de "lugares comuns", de signos e metáforas partilhadas por uma comunidade ou uma civilização e, certamente, hoje em dia, pelo mundo. Um mau exemplo de uma má medida de gestão urbanístico-cultural é a nova campanha de sensibilização dos utentes do metro do Porto. Deste género: Se vir alguém a pintar nas paredes, denuncie o caso. Telefone para a linha azul:(...) Não suporte o vandalismo! Com fotomontagens de dois jovens bem aparentados a limpar uns Tags grafitados nas paredes.
O Metro é bonito limpo, como está agora. E os idiotas que imaginaram a campanha, que não devem querer esta paz visual por muito tempo, já começaram a dar ideias aos putos do "spray". Qualquer cidade vai inscrevendo naturalmente nas suas edificações a sua situação, e não vale a pena lutar contra isso. De todos os modos, podiam ter ocultado a informação dos skaters, pouparem nas gigantescas lonas desenhadas por designers e terem investido numa tinta anti-aderente. É como a nova e inconsequente proposta de proibição da cruz suástica (que nem sequer foi imaginada durante o Nacional Socialismo Alemão). O fruto proibido é sempre o mais apetecido. Abaixo a iconoclastia!

"Em que medida é que a cultura altera o quotidiano?"
R: A cultura acontece todos os dias. Não é por entrarmos num teatro que passamos para o espaço da cultura. "Esta é a casa de Deus. mas não se esqueçam. ele está no meio de nós! É omnipresente." Os museus e os teatros já não têm, como todos sabemos, a legitimidade suficiente e exclusiva para afirmar o que é e o que deixa de ser arte.

"Qual deve ser a política das bibliotecas públicas?"
R: Devem informar gratuitamente e permitirem a cópia dos conteúdos de tudo o que é protegido pelo direito (paradoxalmente) universal do "copyright". Têm a obrigação de se equipar com as actuais tecnologias que permitem um mais fácil acesso à informação. Devem ter técnicos informáticos a trabalhar a tempo inteiro, e por turnos. Impressoras e papel reciclado à disposição dos utentes por preços simbólicos. devem estar abertas 24 horas por dia. Qualquer atitude de negação do acesso ao conhecimento é ditatorial, egoísta e indicia interesses secundários de intenções duvidosas.

"Como dar vida e animação aos teatros?"
Tornando obrigatória a presença dos deputados nas assembleias quer municipais quer na da república. O incumprimento desse dever poderia ser punível por lei, mas também não devia ser crime. A televisão do estado deveria também ter a obrigação de transmitir a sessão do parlamento em directo e em diferido durante o dia todo, num canal aberto (sem fazer parte dos pacotes Cabovisão, TvCabo). As sessões também poderiam estar arquivadas num servidor estatal e optimizadas para descargas (downloads) de outros pontos de acesso.

E assim por diante até à abolição da propriedade intelectual.
Para a próxima, caríssimo Eduardo Prado Coelho, não fale nos artistas porque pode haver mais algum que não abdique do direito de resposta.

Cordialmente:
João Marrucho.

P.S.: Apesar de ter enviado o e-mail para o Público, acho que não vão publicar isto.

sexta-feira, fevereiro 4

Carnaval na Minha Escola!

Já é demasiado tarde para morrer novo, não obstante, um gajo tentar.
Há chamuças!

flyercarnaval72

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PROGRAMA:
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Scotch: Escolha de AACs e MP3s

Tra$h Converters: DJ set

Surpresa: ...:;-^\´*'=(%.!?_,.~^'´`'^~.,_?!

Nova Huta: Ao vivo

Ana (sou eu!): Ao vivo

Concorrência (Pedro Santos) VS +1: DJ set
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Hoje também podem festejar com Ada (uma moça do Electro Techno Limpo e Bem Produzido mas Nada de Novo nem Daqui mas sim de Berlim) no Swing.
Ou então fiquem por casa e preparem-se para o início do 2º semestre lendo Baudrillard... Não se esqueçam de beber um copinho de leite antes de dormir.


Posted by Hello

Os donos da palavra.

Alguém sabe porque é que o Luis Delgado continua a ser convidado para espaços de opinião?

Hipóteses:

a) Pelo mesma razão que um circo tem uma mulher bardada e anões.

b) Nenhuma das anteriores, é mesmo pura incompetência jornalista.

A arte que se tem feito por terras lusas

Depois de percorrer meia cidade para ir buscar uns convites para assistir à tão esperada exposição vs performance (porque neste país a cultura contínua a ser para elites, de qualquer espécie), consegui chegar ao C.C.Belém.

Rui Chafes e Vera Mantero, os mesmos que representaram a cultura Lusa em terras Brasileiras na Bienal de São Paulo, apresentaram algo que realmente deve sofrer um "piquito" da nossa cuidada reflexão... Como escultura não era nada mais nada menos que uma estrutura fazendo lembrar uma obra de engenharia da autoria de Rui Chafes, quanto à performance levada a cabo pela bailarina Vera Mantero , não poderei dizer muito... simplesmente "c'est urgent un docteur".

Mais interessante foi ver aquelas aves raras que se faziam por lá passear, verdadeiros gabirús...
Durante a apresentação um senhor muito bem vestido gritou, "Ladrões, ladrões, é para isso que todos nós contribuímos? Que vergonha!".

Contínuo a crer que os novos valores realmente por muito que queiram, têm muita dificuldade em aparecer e mostrar o seu valor... POQUÊ!!!!

Desculpem o desabafo mas "JAZUZA" dai me forças para continuar!!!
Beijinhas grandes meus santinhos.

quinta-feira, fevereiro 3

Há 100 anos atrás

"Este Governo não cairá porque não é um edifício,
sairá com benzina porque é uma nódoa."

Eça de Queirós

Manifesto Ana fase Tigre!

MANIFESTO-ME contra os que não sentem isto:
Em Portugal temos tudo o que eles têm na Alemanha ou na Áustria ou nos Estados Unidos... E ainda nos temos. Temos pessoas dedicadas, talentosas, meninos certinhos, génios habitantes do underground, droga, temos melhor futebol, o mesmo software, temos computadores, livros em muitas línguas, também carregamos o peso da mão de obra barata e dos empresários corruptos. Mas temos mais sol que dá outra luz às câmaras amadoras. Somos mais relaxados. Também possuimos casas e caixas de ovos. Temos esferovite e fita-cola de dupla face. Temos bons estúdios para os mais exigentes que se alugam aos mais providos. Perfumes, T-Shirts, calças de ganga rasgadas, spray vermelho para pintar Huskys, a Media-Factory, Espanha aqui ao lado, distribuidoras, putos rasos, velhos do restelo, técnicos especializados, iliteracia e dislexia, catálogos alemães com material barato, baterias eléctronicas e adufes, discotecas, danceterias, salas de espectáculos que servem de modelo à nossa vida social, teatro, cinema, escolas, a necessidade de banalizar tudo o que nos rodeia. Somos donos da pior auto-estima e preferimos sempre importar muito.
Meus amigos (no irónico sentido da palavra) Fodei-vos porque a partir de agora e até mais ver só toco no Porto por muito e/ou se me apetecer muito, com direito a bebidas e guest-list à minha medida (e ainda nem sequer tenho um álbum editado). Continuai nas Gigis, nos Suplys, no Passos Manuel, nos Maus Hábitos, no Contagiarte, no Bazaar, no 31, no Hard Club a ouvir DJs. Força na queixa da falta de hipóteses que eu não vos as apresentarei (e sei-as). Dai com energia na coca para chegarem a esta auto-estima natural do Fundão, dançai de felicidade. Entrai na boa onda e criticai entre risos descontraídos as tomadas de posição. Façam a festa com menos um músico português. Acordem e ponham sempre a tocar um disco importado e subscrevam as actuais políticas de gestão cultural.
Choro a humildade dos músicos a sério. Perdoem-me mas eu não vivo disto e posso dar-me ao luxo de me estar nas tintas.

Ouvir dizer às pessoas mais próximas da produção de música em Portugal que isto não vai a lado nenhum acontece-me dia-sim, dia-não. Antes concordava. Agora, ainda mantenho razões de queixa começando pelas "arriscadíssimas" reinterpretações de Amália passando pelos revivalismos de António Variações e acabando nas electroniquices de Madredeus. Valha-nos deus... Não há plataformas nem estruturas que suportem os novos criadores, não há bom gosto, não há profissionalismo, o jazz está no mesmo sítio e continuamos a ouvir standards todos os dias ou o extremo oposto nas composições de fusão dura. Os músicos a sério (refiro-me àqueles que estudaram ou estudam música) não arriscam e até aos 25 anos pensam que ainda têm de solidificar muitos conhecimentos. E têm razão, mas não há nada que os proíba de arriscarem, e de ouvirem e fazerem outras coisas senão o que estudam... Estamos num tempo de permissividade, de transdisciplinariedade, e é do lado da permissividade que eu falo. Também do lado do meu senso.

terça-feira, fevereiro 1

A Biblioteca!

É hoje dia 1 de Fevereiro e a Biblioteca Municipal ainda não abriu!



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