quarta-feira, novembro 3

O design, o designer... e o resto?

Enfim, equadrando o design numa moldura antropológica consigo identificar três vertentes indissociáveis que lhe podem conferir critérios de avaliação ou pelo menos adjudicar uma noção de consciência/ética/moral (por ordem decrescente de pertinência) ao trabalho desenvolvido por um designer. Dois desses campos têm sido frequentemente discutidos e são: o cultural e o social.
Hoje, na sociedade ocidental o design é um índice de cultura. Ele potencia significados e preconceitos exercendo simultaneamente uma acção "pedagógica" que permite ao utilizador enquadrar-se numa sociedade, sendo livre de escolher a informação, o código e a cultura que melhor jeito lhe fizer. A compreensão do contexto social em que o acto de comunicação se vai inserir permite ao designer retirar frutíferas conclusões e desenhar/designar um produto que não seja patológico ao utilizador.
O terceiro factor é de natureza biológica e pode ser averiguado pelas ciências da saúde. Por outras palavras, um produto feito por um designer não deve causar doenças e muito menos retirar vida. Se relacionar este campo com os outros dois, posso mesmo questionar o famoso Design de Qualidade da Suástica ou, sendo menos megalómano, os pictogramas de casa de banho de um centro comercial que me obrigarão a usar fraldas aos 50 anos*.
Quando vejo um designer pensar estes três factores equilibradamente e conceber com maior facilidade um objecto que os cumpra, consigo dizer que não estou na presença de um mau designer.

* Se quando homem novo o acto de retenção de líquidos for repetido muitas vezes quando o corpo está a pedir o contrário, é acelerada corrida para a incontinência.

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