terça-feira, novembro 9

Asnos de Ouro - Gomes "Cabalista, ooops!" da Silva

Pela sua contribuição para a filosofia contemporânea e o neo-irracionalismo cartesiano com a aproximação “sionista” expressa na inovadora obra “Cabala Involuntária”, que lhe valeu já a condecoração da Ordem de Francisco de Miranda atribuída pela República da Venezuela, e uma entrada na enciclopédia Polis, onde colabora há largos anos, como vendedor porta-a-porta.




(Este também se chama Gomes da Silva, e por enquanto ainda não é ministro, mas já reúne as condições necessárias - anda fugido da polícia de S. Paulo, tem a 4ª classe completa, também não sabe o significado da palavra cabala, mas em relação ao ministro português tem a vantagem de saber o significado do adjectivo involuntário, sobretudo quando com o conjuntivo homicídio.
Só lhe falta mesmo alistar-se no PSD para ser inimputável (tal como Cruz dos Santos e Isaltino Morais) e ser Ministro.
)

Asnear em Portugal é coisa bem paga e bem quista entre algumas novas maiorias. Especialmente agora, em que um burro declarado e de papel timbrado pode ser ministro.
Trata-se precisamente do Ministro Rui Gomes da Silva, a encarnação perfeita da personagem de Robert Musil – “O Homem sem qualidades.”
Este inefável e fiel escudeiro de Santana Lopes e compincha dos quatro costados do nosso presidente da câmara (Dom Frexes de Espada à Cinta) é o exemplo perfeito do sistema reinante em Portugal – a mediocracia.
Com a etimiologia da palavra a ser fundada na mediocridade.
Os medíocres medram neste lodaçal impuro, onde as espécies parasitárias têm uma esperança de vida invulgarmente longa e próspera.
O ministro Gomes da Silva foi infelizmente exposto à sua condição de asno de ouro, não tanto quando lançou o ataque a Marcelo Rebelo de Sousa, mas quando em sede da Alta Autoridade para a Comunicação Social, titubeou aquele que terá sido o mais fantástico contributo deste anedótico (e triste) Governo para a filosofia ocidental – ou seja, a célebre cabala involuntária.

Trata-se de uma abordagem paradoxistica só ao alcance dos grandes pensadores do racionalismo pós-cartesiano.
Uma cabala que se orquestra por obra e graça do divino espírito santo; sem ser combinada, maquinada ou estimulada.

Alguns pensadores mais críticos julgam mesmo que a expressão mais correcta para a tese cabalística de sua eminência parva Gomes da Silva, seria mesmo – cabala de geração espontânea.
Se bem que, segundo estudos recentes da Galloper, o prato de consumo corrente preferido desta maioria sejam os filetes de cabala, pressionados em molho de escabeche à “la Snob”. Opíparo pitéu degustado em “hors d`ouevre” nas esgotantes sessões de “think thank” que antecedem as quintas-feiras loucas do concelho de ministros.


Legenda: Pernas de Cabalinhas regadas com molho de escabeche involuntário

De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, este Governo tem uma capacidade inaudita de pensar mais rápido do que a própria sombra, e agir sem pensar, (acrescentamos nós).

Estes empolgantes, galvanizantes e quase épicos tempos, no discurso quase homérico do ministro Morais Sarmento, podem agora reservar o seu lugar na história, graças à prodigiosa edição de “100 dias de Governo”, que segundo os mentideros da coligação esteve para se chamar – “Operação pântano de tangas.”, ou; como colocar este país de pantanas, pensamos nós de que …

A épica narrativa, representa, segundo os críticos literários de serviço no “Diário de Notícias”, uma feliz adaptação dos Doze Trabalhos de Hércules, aqui multiplicados para 100 – um trabalho por dia, que são o testemunho deste frenesim hiper-decisório que é apanágio deste novo herói dos tempos modernos – Pedro Santana Lopes.
Recorde-se aliás os mais incautos, que Marcelo “oráculo de Delfos” Sousa havia sido acossado por uma visão sobre a doença hiper-decisória de Santana Lopes, já nos idos de Julho.

O livro agora editado tem o imprimatur da Lusomundo PT, e prefácio de Carlos Magno e Mário Bettencourt Resendes.
O autor do argumento adaptado é, como se sabe, Luís Delgado, que fruto da sua experiência como marioneta desprovida de livre arbítrio, consciência e independência crítica, conseguiu captar o necessário efeito cénico, e atmosfera dramatúrgica, que este épico necessitava.

A obra, já à venda nas principais livrarias, deverá também ser adoptado como manual obrigatório para as disciplinas de Religião e Moral, Educação Sexual Empresarial e Cívica, já no próximo lectivo; que segundo fontes próximas do Ministério da Educação, deverá também ver o seu início adiado, de forma a permitir ao ministro Gomes da Silva completar os exames “ad-hoc” em Português e Filosofia, e ver a sua inscrição aceite no ensino recorrente, num horário de alfabetização de adultos que seja compatível com a sua preenchida agenda de jantaradas conspirativas, com um arrozinho de cabala, com molho de “lapsus langue” findo com um arroto, involuntário, claro.

O que vinha mesmo a calhar era uma versão portuguesa do “Colateral” – com o Tom Cruise a apanhar o táxi no Rossio e andar aí por Lisboa a cometer uns homicídios … involuntários, claro.






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