terça-feira, novembro 30
As ratazanas
A ratazana é uma espécie em prodigiosa propagação nos quadros políticos dos principais partidos portugueses. Trata-se de uma verdadeira praga que está a colonizar o aparelho do Estado. Apesar de viver no lixo, chafurdar na merda e ser potencialmente nociva para a saúde pública, esta espécie de "ratazanis politicus" têm algumas particularidades que a distinguem da restante família dos roedores. A primeira particularidade desta espécie ratoneira é ser liberal e bem pensante. Defendem o individualismo e a livre iniciativa, vestem fatos listados e comportam-se como membros de uma casta superior, cujos iluminados espíritos lhes permitem a arrogância de se marimbarem nos mais elementares princípios de ética pública e da integridade da coluna vertebral, que no seu caso é por definição, deformável, maleável e corrompível.
Outra característica desta familia de ratonice política, além do seu luzidio pêlo cor-de-laranja, é o seu forte espírito gregário, com fortes ligações antropológicas à forma como se comporta uma matilha de hienas em presença de um cadáver.
Em formação, as ratazanas atacam o naco de poder que julgam ser seu por direito divino, e sob o olhar atento do chefe partilham entre si os despojos do saque.
Mas, como a natureza da ratazana é por definição de índole traiçoeira, ao primeiro sinal de alarme e de acossamento, a coesão fingida, resvala para a punhalada e para a mordidela esconça. A ratazana não suporta a maresia do naufrágio e é vingativa quando se sente "mordida" no seu mais precioso instinto - a vaidade.
O actual Governo do PSD/PP representa a mais repelenta e abjecta concentração de ratazanas na chefia do Estado desde o 25 de Abril. O episódio com o ministro Chaves é apenas a face visível e pública do lamentável esgoto em que se tornaram as reuniões do Concelho de Ministros e os corredores do Palácio de S. Bento.
Recordo-me perfeitamente que a primeira vez que vi este espécime chamado Henrique Chaves foi num dos inúmeros e estéreis debates que antecederam a entronização do "regente" Pedro Santana Lopes. Já mais do que habituado ao grau zero de inteligência na política, percebi naquele esclarecedor debate que em Portugal é possível a estupidez natural e presunçosa descer alguns graus abaixo de zero.
O Dr. Chaves, cuja única qualidade conhecida, (e de resto duvidosa, como se veio a provar)era ser amigo do Dr. Lopes, mostrou nesse debate um servilismo santanista deplorável e um pensamento unívoco e absolutista absolutamente aterrador.
Haviam de ver o ar superior, pedante e arrogante com que exprimia as suas opiniões (de resto, legítimas) para imediatamente se perceber a tipologia da besta.
Um queque bimbo, convencido que os chatos comem alpista e andam de avião, cuja extensão do horizonte visual se esgotava nas "festarolas" veranis nos al-garbs da moda, onde derramava flutes de champagne juntamente com aquela pandilha sôfrega e patética de homens em crise de meia idade, que rezam as crónicas são a chamada "geração Portugal".
Se o dr. Lopes e os seus estimáveis amigos de meia-idade são a nova "geração Portugal", que venha a velharia gerontocrática do PC, que é aliás preferível.
Depois de apenas 100 e poucos dias no Governo, o Dr. Chaves que só lá estava por causa da quota dos "amigalhaços", amuou com modos de "prima donna" encornada. Em queixume de "ratazana" lamentou a falta de participação na divisão do saque das ratazanas, ele que gostaria de se roçar activamente na "coordenação" da comezaina, viu-se privado da sua alimentação básica - a sua elevada auto-estima.
Só mesmo uma personagem sem sentido próprio do ridículo poderia achar que poderia participar na lambusice central, e nunca percebeu a sua condição de bobo da corte, sobretudo quando confrontado com ratazanas de pêlo mais hirsuto e de maior peso, como o são notoriamente o Dr. Sarmento e o Dr. Gomes da Silva. Afinal a emproada ratazana, não passava de um roedorzito de terceira categoria, e quando foi passado para a inútil pasta do desporto, demorou três dias a reunir informação para o seu neurónio único decidir que "estava a mais" naquele esgoto.
Como é de bom timbre nas ratazanas, em vez de sair de fininho e em concordância com o chefe decidiu armar a sua "vendetta" privada para criar um sério embaraço ao Dr. Lopes, a quem acusou de falta de lealdade e de verdade. Ora entre ratazanas a lealdade é acessória e dispensável tal como o contributo do Dr. Chaves para o glorioso tempo novo que segundo os arautos do Governo se prolongará até 2014.
Ora é bom de ver que pela obra se conhece o artesão, e que este episódio palaciano revelou com toda a clareza que o País estava entregue à bicharada.
Precisamente quando estava a acabar este texto, e em directo, o Patético Presidente da República Portuguesa anunciou a dissolução da AR. Ou seja, recorreu finalmente ao Ratax que já deveria ter usado logo em Julho, para desratizar a vida política portuguesa. Ele que também é co-responsável pelo estado a que chegou a este País da bicharada acaba por dar ao Ministro Chaves um papel na história que ele decididamente não merecia, ou seja, o traidor que deitou abaixo o Governo, porque esta é a moral desta história imoral. Quando as ratazanas se sentem acossadas costumam iniciar os rituais autofágicos, ou seja, em Portugal as ratazanas devoram-se umas às outras, mas nunca até a um estádio que permita a sua extinção.
As ratazanas voltarão, talvez com outra côr de pelo, mas elas voltarão e até lá só é pena que o povo não tenha o poder de dissolver o Presidente.
As ratazanas cor-de-laranja, essas vão agora merecidamente atravessar um longo e obscuro esgoto da obscuridade.
PS. A esta hora as hordas de ratazanas espalhadas pelas inúmeras empresas públicas e cargos de nomeação política devem já estar em pânico, com a previsível varridela e desratização que esperemos o futuro Governo vai aplicar nestes espécies. As indemnizações a pagar vão-nos sair caras a todos, mas é de bom grado que contribuirei para varrer esta malta para o local de onde nunca deveriam ter saído - a sarjeta.
Como contribuinte assumidamente vingativo, recomendo já a primeira cabeça para a guilhotina - o Sr. Luis Delgado.
Outra característica desta familia de ratonice política, além do seu luzidio pêlo cor-de-laranja, é o seu forte espírito gregário, com fortes ligações antropológicas à forma como se comporta uma matilha de hienas em presença de um cadáver.
Em formação, as ratazanas atacam o naco de poder que julgam ser seu por direito divino, e sob o olhar atento do chefe partilham entre si os despojos do saque.
Mas, como a natureza da ratazana é por definição de índole traiçoeira, ao primeiro sinal de alarme e de acossamento, a coesão fingida, resvala para a punhalada e para a mordidela esconça. A ratazana não suporta a maresia do naufrágio e é vingativa quando se sente "mordida" no seu mais precioso instinto - a vaidade.
O actual Governo do PSD/PP representa a mais repelenta e abjecta concentração de ratazanas na chefia do Estado desde o 25 de Abril. O episódio com o ministro Chaves é apenas a face visível e pública do lamentável esgoto em que se tornaram as reuniões do Concelho de Ministros e os corredores do Palácio de S. Bento.
Recordo-me perfeitamente que a primeira vez que vi este espécime chamado Henrique Chaves foi num dos inúmeros e estéreis debates que antecederam a entronização do "regente" Pedro Santana Lopes. Já mais do que habituado ao grau zero de inteligência na política, percebi naquele esclarecedor debate que em Portugal é possível a estupidez natural e presunçosa descer alguns graus abaixo de zero.
O Dr. Chaves, cuja única qualidade conhecida, (e de resto duvidosa, como se veio a provar)era ser amigo do Dr. Lopes, mostrou nesse debate um servilismo santanista deplorável e um pensamento unívoco e absolutista absolutamente aterrador.
Haviam de ver o ar superior, pedante e arrogante com que exprimia as suas opiniões (de resto, legítimas) para imediatamente se perceber a tipologia da besta.
Um queque bimbo, convencido que os chatos comem alpista e andam de avião, cuja extensão do horizonte visual se esgotava nas "festarolas" veranis nos al-garbs da moda, onde derramava flutes de champagne juntamente com aquela pandilha sôfrega e patética de homens em crise de meia idade, que rezam as crónicas são a chamada "geração Portugal".
Se o dr. Lopes e os seus estimáveis amigos de meia-idade são a nova "geração Portugal", que venha a velharia gerontocrática do PC, que é aliás preferível.
Depois de apenas 100 e poucos dias no Governo, o Dr. Chaves que só lá estava por causa da quota dos "amigalhaços", amuou com modos de "prima donna" encornada. Em queixume de "ratazana" lamentou a falta de participação na divisão do saque das ratazanas, ele que gostaria de se roçar activamente na "coordenação" da comezaina, viu-se privado da sua alimentação básica - a sua elevada auto-estima.
Só mesmo uma personagem sem sentido próprio do ridículo poderia achar que poderia participar na lambusice central, e nunca percebeu a sua condição de bobo da corte, sobretudo quando confrontado com ratazanas de pêlo mais hirsuto e de maior peso, como o são notoriamente o Dr. Sarmento e o Dr. Gomes da Silva. Afinal a emproada ratazana, não passava de um roedorzito de terceira categoria, e quando foi passado para a inútil pasta do desporto, demorou três dias a reunir informação para o seu neurónio único decidir que "estava a mais" naquele esgoto.
Como é de bom timbre nas ratazanas, em vez de sair de fininho e em concordância com o chefe decidiu armar a sua "vendetta" privada para criar um sério embaraço ao Dr. Lopes, a quem acusou de falta de lealdade e de verdade. Ora entre ratazanas a lealdade é acessória e dispensável tal como o contributo do Dr. Chaves para o glorioso tempo novo que segundo os arautos do Governo se prolongará até 2014.
Ora é bom de ver que pela obra se conhece o artesão, e que este episódio palaciano revelou com toda a clareza que o País estava entregue à bicharada.
Precisamente quando estava a acabar este texto, e em directo, o Patético Presidente da República Portuguesa anunciou a dissolução da AR. Ou seja, recorreu finalmente ao Ratax que já deveria ter usado logo em Julho, para desratizar a vida política portuguesa. Ele que também é co-responsável pelo estado a que chegou a este País da bicharada acaba por dar ao Ministro Chaves um papel na história que ele decididamente não merecia, ou seja, o traidor que deitou abaixo o Governo, porque esta é a moral desta história imoral. Quando as ratazanas se sentem acossadas costumam iniciar os rituais autofágicos, ou seja, em Portugal as ratazanas devoram-se umas às outras, mas nunca até a um estádio que permita a sua extinção.
As ratazanas voltarão, talvez com outra côr de pelo, mas elas voltarão e até lá só é pena que o povo não tenha o poder de dissolver o Presidente.
As ratazanas cor-de-laranja, essas vão agora merecidamente atravessar um longo e obscuro esgoto da obscuridade.
PS. A esta hora as hordas de ratazanas espalhadas pelas inúmeras empresas públicas e cargos de nomeação política devem já estar em pânico, com a previsível varridela e desratização que esperemos o futuro Governo vai aplicar nestes espécies. As indemnizações a pagar vão-nos sair caras a todos, mas é de bom grado que contribuirei para varrer esta malta para o local de onde nunca deveriam ter saído - a sarjeta.
Como contribuinte assumidamente vingativo, recomendo já a primeira cabeça para a guilhotina - o Sr. Luis Delgado.