sexta-feira, novembro 19

Identidades clubísticas


Num tempo em que o futebol se transformou em indústria poderosa, em que tudo se compra e se vende, com os clubes a adoptarem cada vez mais modelos de matriz económica (onde até os gloriosos clubes são geridos por adeptos e sócios de outras equipas...) foi com satisfação que soube esta semana que FC Barcelona recusou uma vez mais a venda de publicidade nas suas camisolas. O presidente do Barcelona defendeu a manutenção da singularidade de ausência de publicidade nas camisolas da equipa principal de futebol ao recusar a proposta da empresa Betandwin (empresa de apostas) que ofereceu 14 milhões de euros mais 3 milhões de incentivos para increver o seu nome nas camisolas do clube catalão, que nunca tiveram qualquer patrocínio. Aos jornalistas Juan Laporta disse “a direcção trata este assunto com um cuidado especial, que gostaria de manter essa singularidade e enquanto pudermos vamos faze-lo”.
Alguns poderão ver nesta medida uma situação de completo irracionalismo económico, mas na minha opinião, a persistência desta tradição em não aceitar publicidade nas camisolas, que torna o Barcelona no único clube do mundo a faze-lo, revela por parte da direcção do Barcelona a percepção daquilo que é o mais importante num clube, a cultura clubística de uma equipa de futebol e a sua identidade.

Noutro ponto do globo, no Rio de Janeiro, a cultura clubística de um clube foi demostrada de outra forma. A equipa do Flamengo depois de ter sido goleada no campo do Atlético de Minas Gerais foi esperada, no aeroporto, por um grande número de adeptos do Flamengo, que fintando os seguranças, arrearam uma valente carga de porrada nos jogadores... há clubes onde não se admite perder por 6-1.



Partidazo
Amanhã é dia de grande clássico em Espanha, o Barcelona líder da liga espanhola recebe o Real de Madrid a seis pontos de distância. O Real já chegou à cidade condal onde meio milhar de adeptos saudaram os jogadores, em especial Luís Figo. Um jogo que move paixões e que conta com os melhores jogadores do mundo. Atenção especial a Deco que se estreia pelos "azul grana" e a Luís Figo pelo regresso sempre polémico a No camp. Por estes e todos os outros motivos um jogo a não perder!

PS
Este jogo está também a ser marcado pelas manifestações racistas que ocorreram esta semana e que o Bruno já aqui condenou, de qualquer forma, para os interessados deixo aqui "linkado" o editorial de hoje do jornal a Marca, Futebol sem cores, um texto notável.

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