sexta-feira, março 3

Conservação, restauro e o enterro da enterrada - Umas curtas vistas contra-crenças

Existe um rapaz de Paris que anda pela a Europa a pintar, preenchendo sombras de mobiliário urbano (as que existem de noite, sempre no mesmo sítio). Vi trabalho dele em Roterdão, e penso que passou uns tempos no Porto porque ao pé da nossa casa conseguia saber onde ia bater, à noite, a sombra de um sinal de trânsito vertical. Há dias passámos por lá e vimos outro desenho mais abstracto sobreposto à simulação da sombra. Quando há luz do dia contemplamos agora um belo de um passeio cheio de cimento novo e na parede para onde escorria o resto da sombra nota-se perfeitamente um trabalho grosseiro de estucagem e pintura quase Tapiesco. Tudo para tapar a sombra. Esqueceram-se de apagar o candeiro da frente para resolver o problema à noite. Enfim, uma verdadeira bacorada de habilidoso.

Sabiam que... a facção surrealista mais radical queria, nos inícios do séc passado, escavacar a estátua da Joana D'Arc para erguer uma bailarina de cabaret de nome Josephine Baker! Não pois não... Porque não o fizeram.
Agora já só temos é travões e quem ousar partir uma estátua de bronze de um Eusébio para fundir e fazer umas medalhas para a selecção é tolo. Eu bem sei que não há necessidade de fazer dessas coisas irresponsavelmente. Mas discursando prepotentemente para o povo, e não para ti Xano:
Vocemcês estão muito renitentes à mudança... "-internets e num sei quê... Educação sexual nas escolas, abortos, legalizações, drogaria nas farmácias dos senhores doutores, vibradores para a minha filha (Credo!), comércio electrónico, deus não existe mais que um cartoon, grandes curtes nos Morangos com Açucar, clonage dos génesis, músicas com palavrões, grandes e pretos rabos com garotos a imitar rappers, sites pornográficos e turbantes, óculos que dá para ver a gajas nuas, e a suástica e a cruz e o martelo em pinturas da rua..." nem por cima do cadáver da Mari Campilha. -Arranje uma vida minha senhora em vez de andar para aí a parir que nem um coelho e a explicar às suas crias como o mundo é mau.
Fiquei piurso num domingo em que demoraram 4 ou 5 horas a desenterrar e voltaram a enterrar uma santa velhinha em três dos quatro canais generalistas portugueses. Ela passou a vida toda numa casa a rezar e a ser alimentada (nem para comprar pão saíu, a beata).
Perdoem-me os modos boçais e os erros de escrita que por aqui possam estar,
é que às vezes irrita-me, a maré.

Comments:
Concerteza caro João... desde que não renuncies o passado e glorifiques a guerra!
A velhinha não era santa... Sofria de agorofobia!?
 
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