domingo, outubro 9

VOTA NA CONCORRÊNCIA!

Enquanto o amigo da apresentadora da TVI vai dizendo que a vitória dos candidatos independentes é um sinal positivo, eu dou voltas à cabeça para perceber como um senhor como Valentim Loureiro ganha eleições. Enfim... a política é hoje um misto de estupidez e estupidificação. Um dia faço-me candidatar.

Os conceitos têm uma tendência encantadora para se tornarem versões light da ideia de partida e, por e para isso, mudam-se os termos.
Clubismo é o melhor termo para definir o que povo antes conhecia por ideologia e, antes ainda, por crença.
Os escritos sagrados e as iluminuras deram lugar aos manifestos e à propaganda que por sua vez se foram encostando para que a publicidade domine. A diferença entre propaganda e publicidade são os fins lucrativos da segunda. Berlusconi e Terminator trocaram as tintas. As campanhas actuais já não tentam sequer passar doutrinas, ideia ou posição. Os murais e os flyers deram lugar a outdoors parecidos com um anúncio de cosméticos mas com um tipo feio, sorridente e confiante. Os hinos dos grandes partidos são compostos pelo João Pedro Pais ou pela Dina. As marchas públicas desapareceram para dar lugar a passagens de modelos masculinos em maus fatos.
Dentro de quatro anos poderemos ouvir altifalantes de Gift sobre autocarros descapotados, cor azul TMN (até já!) a abrir caravanas de fotógrafos e redactores em carros cor de Lusomundo ou cor de Google Portugal.
Para se criar carisma joga-se com todas as armas possíveis. A publicidade política (campanha) deve, em meu ver, desaparecer e dentro em breve teremos um espécie de informação. Que não será mais do que publicidade que se confunde com informação. Daquela que se parece com um debate justo e bem mediado. Por qual razão não estiveram presentes no debate dos Cabeças de Lista concorrentes à Câmara Municipal de Lisboa todos os Cabeças de Lista concorrentes à Câmara Municipal de Lisboa? O direito de antena já não é nada comparado com a modelação dos resultados que a Televisão pode fazer.
Felizmente a televisão vai sendo cada vez mais uma caixa de puro entretenimento, o pior é que qualquer conteúdo que ainda possua alguma seriedade se dilui na ficção.

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