quinta-feira, julho 28
Nutritivo champô.
"-O Grande Público é burro, mas pensa que não. Isso é uma vantagem. O Grande Público é carneiro e tem de ser educado. Ninguém sabe falar inglês... ensinemos então. Melhor... o Latim está morto... porque é que não inventamos uma palavra que se pareça com Latim e Inglês ao mesmo tempo ? Porque não: Nutrilium!
-Nutrilium?"
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Excerto de um conversa ficcionada entre os gestores de uma grande empresa de champôs e os seus directores de Marketing.
L-CASEI
Tudo começou com o L-Casei Imunitass. Uma bactéria que não se encontra no nosso organismo mas que quando ingerida, ajuda no processo digestivo. Assim, com apenas 1 ou 2 Actimeis por dia, as pessoas passaram a comer mal sem grandes caganeiras.
Já o Nutrilium não tem a mesma eficácia. O Nutrilium não passa de um cocktail de coisas que existem em quase todos os produtos para o cabelo. Deram-lhe um nome que indicia uma coisa saudável (nutrição) e fizeram um reclame com uma moça a lavar o cabelo em proteínas e amino-ácidos.
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Cada vez que vejo um anúnico de uma pasta dentífrica, um produto alimentar, um detergente para a loiça ou de qualquer outro bem essencial, levo logo com bolinhas que supostamente representam compostos moleculares. Detenho-me um pouco a analisar o gráfico e logo compreendo que não passa de uma caricatura. Uma espécie de ilustração grosseira que serve para fazer crer que o produto é sofisticado. Por vezes, os designers, até tem a lata de posicionar essa ilustração, na embalagem, ao lado da lista de ingredientes. Se fossem obrigados por lei a demonstrar que o mascar daquela pastilha depois das refeições reduz o ataque dos ácidos, talvez eu pudesse conceber que afinal aquelas grelhas com gradações de cor não são um atestado de ignorância.
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São estes alguns novos tiques da sociedade de consumo. Estes e as músicas do coração para os jovens que gostam mais telemóveis do que da própria mãe.
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Também os inglesismos foram entrando no vocabulário publicitário. Um processo longo mas que tem os seus frutos. Os gatos fedorentos tem um exercício sobre o assunto mas adaptado a um ambiente de escritório. Na publicidade, as vantagens de toda esta receptividade à cultura anglo-sáxonica também são visíveis. Se experiementarmos estar atentos ao linguajar da voz-off durante os conteúdos televisivos que passam antes dos intervalos, e ignorarmos todas as palavras que não são portuguesas não percebemos quase nada. Não admira que os nosso avós só gostem de telenovelas.
Novo ******* ***** **** com ********* ****. Aqui p'ra nós: Novo Calgonit Power Ball com Protector Action. And so on...
Complexo Amino-Pro-V Panténe, Bifidus, Vivactive, Xilitol, Et Cetera, Thank You and Good Bye Pessoal!
-Nutrilium?"
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Excerto de um conversa ficcionada entre os gestores de uma grande empresa de champôs e os seus directores de Marketing.
L-CASEI
Tudo começou com o L-Casei Imunitass. Uma bactéria que não se encontra no nosso organismo mas que quando ingerida, ajuda no processo digestivo. Assim, com apenas 1 ou 2 Actimeis por dia, as pessoas passaram a comer mal sem grandes caganeiras.
Já o Nutrilium não tem a mesma eficácia. O Nutrilium não passa de um cocktail de coisas que existem em quase todos os produtos para o cabelo. Deram-lhe um nome que indicia uma coisa saudável (nutrição) e fizeram um reclame com uma moça a lavar o cabelo em proteínas e amino-ácidos.
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Cada vez que vejo um anúnico de uma pasta dentífrica, um produto alimentar, um detergente para a loiça ou de qualquer outro bem essencial, levo logo com bolinhas que supostamente representam compostos moleculares. Detenho-me um pouco a analisar o gráfico e logo compreendo que não passa de uma caricatura. Uma espécie de ilustração grosseira que serve para fazer crer que o produto é sofisticado. Por vezes, os designers, até tem a lata de posicionar essa ilustração, na embalagem, ao lado da lista de ingredientes. Se fossem obrigados por lei a demonstrar que o mascar daquela pastilha depois das refeições reduz o ataque dos ácidos, talvez eu pudesse conceber que afinal aquelas grelhas com gradações de cor não são um atestado de ignorância.
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São estes alguns novos tiques da sociedade de consumo. Estes e as músicas do coração para os jovens que gostam mais telemóveis do que da própria mãe.
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Também os inglesismos foram entrando no vocabulário publicitário. Um processo longo mas que tem os seus frutos. Os gatos fedorentos tem um exercício sobre o assunto mas adaptado a um ambiente de escritório. Na publicidade, as vantagens de toda esta receptividade à cultura anglo-sáxonica também são visíveis. Se experiementarmos estar atentos ao linguajar da voz-off durante os conteúdos televisivos que passam antes dos intervalos, e ignorarmos todas as palavras que não são portuguesas não percebemos quase nada. Não admira que os nosso avós só gostem de telenovelas.
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