sábado, junho 18

O crime não tem cor, a estupidez também não

Com todo o respeito que me merece a opinião da Anana, que o Joãozinho fez o favor de publicar, não posso deixar de discordar com algumas teses batidas do politicamente correcto, que ecoaram igualmente na Assembleia da República, pela voz do insuportável Bloco de Esquerda, e da sua pequena luminária Ana Drago, a que se juntou em coro ululante o PCP.
A propósito disso aconselho vivamente o texto de Fernando Madrinha hoje no Expresso, pela lucidez e clareza desprovida de preconceitos ideológicos sobre o tema quente do arrastão, criminalidade e afro-portuguese gangs.

Não estão em causa as raízes sociais do problema deste tipo de criminalidade, que fermentam em bairros degradados e em autênticos guetos na periferia de Lisboa. Agora essa guetização e a falta de uma política de integração social e de uma efectiva luta contra o racismo não justifica a contextualização da violência e do crime cobarde. É isso que a esquerda faz, é isso que o politicamente correcto faz, e lamento dizer é isso que a Anana faz, sobretudo com a delirante alusão ao colonialismo, como se fosse uma cruz que tivessemos carregar com a nossa culpa, legitimando assim, aquilo que ela considera ser a resposta histórica e natural: o assalto em grupo, cobardemente e solidamente sustentado na larga superioridade numérica, na navalha, na ameaça, no terror que só conhece quem já viu essas pequenas e, coitadas, desintegradas aves da rapina em acção. O problema aqui, ao contrário do que pensam não é racial, é simplesmente criminal, e deve ser tratado como tal, com repressão e punição. Políticas sociais de integração e de prevenção do crime devem ser articuladas ao mesmo tempo que se combate o crime policialmente, com reforço da segurança pública e redução do excesso de garantismo jurídico que torna alguns destes pequenos criminosos, virtualmente inimputáveis.

Aliás, a contextualização social que a esquerda faz dos bairros e dos guetos africanos, serve igualmente para justificar as dislexias sociais e os subúrbios pobres da Margem Sul onde se geram esses pequenos monstros chamados skinheads, outro género de criminosos, que já não merecem a comiseração comodista desta esquerda politicamente correcta. Dá que pensar, não dá. Para mim os criminosos e os cobardes não têm cor de pele, a estupidez também não.
Se calhar também me vão chamar xenófobo e racista, que é aliás é a forma mais fácil de iludir a discussão com gritaria foclórica tão ao gosto do Bloquismo militante.

Comments:
Sim, sim... se prenderem todos os criminosos a situação resolve-se. Claro que não podem apenas algemar os rapinadores, também têm de lhes tirar o I-Pod que roubaram, e oferecer-lhes um tecto num estabelecimento prisional sobrelotado.
Ora aí está uma solução fantástica, da qual nenhum do Bloco se tinha lembrado.

Eu vou mais longe e até acho que todo o dinheiro que os presos ganham a cumprir serviço cívico pode ser devolvido ao estado como forma de compensação pelo investimento nas próximas 5 prisões, e assim os deputados teriam garantido o tão merecido subsídio de re-integração social que os ladrõezecos não sabem gerir.
Lamento informar-te caro Pelejão, mas o método de repressão e a punição criminal já é executado pelas autoridades à muitos anos e nem nos países onde ele é praticado com mais afinco (Brasil, EUA...) tem servido de muito...
E que tal câmaras de vigilância em todo o lado menos em casa?
 
há muitos anos e não à muitos anos
 
http://irmandadenegra.blogspot.com/
 
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O medo a passar os tempos livres nos blogues...
 
Desculpem lá, mas não concordo que seja isso que a esquerda faz.

Tentar trazer à luz as causas sociais de um problema não é justificá-lo através delas, nem usá-las como desculpa para seja o que for. O crime não tem desculpa e deve ser sempre tratado da mesma forma, qualquer que seja a cor dos criminosos.

Mas de facto existe todo um problema de integração social de uma 2ª geração de imigrantes em Portugal, e não olhar para isso é esconder a cabeça na areia. São jovens que vivem em condições degradadas, em guettos, marginalizados, não querem ter a mesma vida que os pais têm mas também não têm perspectivas de futuro. Nem sequer são portugueses!, esta nem sabia, mas até nisso a nossa lei da imigração é de gritos! Então se nasceram em Portugal são o quê?

Não se trata de desculpar a criminalidade pelas más condições de vida dos criminosos, até porque nem todos os jovens oriundos dos bairros degradados são criminosos... Mesmo em Carcavelos, não foram todos os 400 que estavam na praia que assaltaram as pessoas.

Trata-se sim de enquadrar uma realidade, de tentar chegar às raízes de um problema para assim melhor o poder compreender.

E sim, também é possível fazer o mesmo para os skinheads, esses outros criminosos oriundos da margem sul (mas na margem sul também há muitos imigrantes e tantos outros problemas...) Podemos imaginar muitos jovens, portugueses, brancos, num contexto de más condições de vida, pais desempregados, etc... Realmente, quando não há emprego, é muito fácil acusar os imigrantes de virem para cá roubar o trabalho aos portugueses... se a isto juntarmos o ódio, a raiva e a racialização, conseguimos compreender uma parte do que pode estar por detrás do ódio racista...
 
Não discordo. Mais policiamento e mais câmaras ligadas em tempo real a postos bem localizados podem ser medidas eficazes para em última instância desencorajar algum tipo de acções criminosas. A última palavra caberia sempre à moral de cada um.

O que pode minar este método é a falta de transparência que a lei continua a ter. A coisa funciona só de fora para dentro mas quase parece que o inverso também acontece. É completamente ridículo continuar a acreditar que a punição e a proibição de actos como o consumo e tráfico de drogas não serão praticados se forem ilegais.

Nesse caso em particular, acredito que a única maneira de tentar amenizar os problemas, é ignorar a hipocrisia que advém dessa proibição e encontrar um sistema de ajuda menos baço. Importa legalizar antes de mais para depois agir consoante os problemas.
É para isso que a justiça serve.
Meus amigos deixemo-nos de tretas. Os gajos a quem se compram drogas são uns bacanos mas quando a coisa lhes corre mal e têm de se amanhar por algum lado já são criminosos. Não que as drogarias sejam a origem dos males, mas por vezes acentuam a gravidade.

Como esta actividade ilegal existem outras a que muito boa gente recorre. Quem é que nunca foi à feira da ladra em Lisboa ou à da vandoma aqui no Porto? À Cash Converters ou ao estádio do FCP. Antes de fecharmos a questão com a punição não compactuemos com a cegueira.

Átila: O Brasil e e os EUA não são mesmo o melhor exemplo... a sério.
 
Vejam esta reportagem: www.eraumavezumarrastao.net
 
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