terça-feira, maio 3

Referendo abortado

Nenhuma das forças políticas queria verdadeiramente que o referendo ao aborto se realizasse já. O PS porque poderia perder a face numa nova vitória do “Não” cedida pela abstenção. O PSD porque Marques Mendes queria vincar a sua liderança num braço-de-ferro com governo e Presidente da República ao mesmo tempo – e, para todos os efeitos, ganhou. O BE porque meteu os pés pelas mãos naquele seu jeito traquinas. O CDS e o PCP foram os únicos porta-vozes do que verdadeiramente interessa debater: o voto da consciência, e aí os populares assumem desde sempre a sua ‘convicção moral’ do “Não”; e o problema judicial, que o PCP foi o único a mencionar ao lembrar as mulheres que continuam detidas e a serem julgadas.
Sampaio, esse, não podia tomar outra decisão, fechando o pano sobre mais um acto de mímica política. Em democracia perde-se mais tempo com os jogos de influência retórica do que com a natureza das coisas.

Comments:
É por causa da natureza das coisas que o PS deve fazer já aquilo para que está mandatado - mudar leis inhustas e obsoletas, como esta, que aliás fazia parte do seu programa eleitoral e foi sufragada por ampla maioria. Assim resolve-se esta trapalhada sem funfuns nem gaitinhas!
 
POIS É!
 
Infelizmente, parece que o nossso "Tony Blair" da Covilhão não é da mesma opinião
 
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