terça-feira, março 15

Vivendo de aparências

De acordo com um estudo da CGTP, citado no Público e referenciado pelo Bruno num post aqui no Granito, Portugal perdeu entre o período de 2000 e 2004 o direito a cerca de 4360 milhões de euros da CE, "gastando" apenas cerca de 70 por cento da verba destinada ao nosso país. Estes são dados que revelam, por um lado a incompetência técnica e a incapacidade de criar projectos sustentáveis e mobilizadores, que contribuam para o nosso desenvolvimento económico, social e cultural. E isto é uma tradição que vem desde a adesão à CE e os Governos de Cavaco Silva e que se perpetuou até agora. Mais grave do que o dinheiro que não se utilizou, é o dinheiro e a oportunidade histórica que se desperdiçou com a má utilização ou com a criação de um modelo de desenvolvimento subsídio-dependente. Mais do que o dinheiro que ficou por gastar, preocupa-me a real eficácia do dinheiro que se gastou, aí é que está a questão central.
Quanto à não utilização de fundos comunitários por falta de candidaturas a projectos também é bom recordar, que as candidaturas necessitam de financiamento próprio para se consumarem. Ou seja, para aceder a estes 4360 milhões de euros nestes quatro anos, o Estado português, as autarquias e as ONG`s teriam de "meter" do seu próprio bolso, cerca de 30 por cento desse valor, ou seja perto de mil milhões de euros em quatro anos. Tendo em conta o depauperado estado das finanças nacionais, percebe-se o irrealismo levemente demagógico deste alerta da CGTP. Não basta ter a massa da CE, é preciso saber o que fazer com ela. Durante anos vivemos à mama, torrando fundos comunitários em projectos sem viabilidade e sustentabilidade para lá do fim do apoio financeiro. Vivemos à mama e é bom irmo-nos desabituando dela.

Comments:
Não podia concordar mais!!!
As diferensas notam-se sobretudo quando comparamos a eficácia dos fundos investidos com outros paìses. Note-se, no que diz respeito à qualidade de vida, o exemplo da Irlanda... Enquanto alguns investiram na educação e controlam as ajudas comunitárias, outros paìses fizeram estradas (que ainda estão a ser pagas) e apoiaram e apoiam uma agricultura moribunda caracterizada por Land-Rovers, piscinas e casas renovadas... A terra essa continua por dar frutos!
Obrigadinho Cavaco e Guterres!!
 
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