terça-feira, março 22

Ainda há esperança: pode ser que o Sporting chegue lá!

Alguém me disse:
O Tino Sehgal propõe-se a investigar a desobjectificação da arte e faz-se pagar por uma peça que investiga esse assunto. Que ele era uma espécie de especialista da informação e do conceito.
Como substituir isto por palavras sensatas? já sei: Blá, blá, blá, Ele é muito bom artista, e gosta muito do clima de portugal, é sempre bom mudar de ares...
É impossível que o objectivo seja uma investigação, simplesmente porque não há conclusões. Ou se elas existiram, só as disse aos amigos.
Qual é o problema da informação se concretizar num objecto, será um sitoma de luta contra a memória... Pfff... Quando lá for, vou anotar tudo o que disserem e fizerem num bloquinho e se conseguir até gravo. Truca! Agarrem qué ladrão!
Das duas uma, ou duas:
Ou o secretismo é prenúncio de intenções duvidosas, ou então, indicia omissão de dados manhosos pertencentes a um passado. Eu sei que é exigir demais para quem já se habituou a gerir estas coisas mas, se calhar, os que são mesmo contra a Total liberdade de circulação das ideias, seja sobre que suporte for, é que são os mais infractores e não aqueles que dizem tudo o que lhes vem à cabeça, que copiam, reproduzem, citam, étcétra...
Especialistas deve ser um eufemismo para "wiseguys". A maioria desses tais especialistas que foram pagos por conceitos não foram pagos simplesmente para dar uma ideia... que ficou no ar durante o tempo em que o som não foi absorvido pelas paredes do local em que se encontravam. Provavelmente, venderam um cd, uma folha de papel, um suporte para a ideia.
A diferença não é assim tão grande quando são coisas entre amigos. Mas é gigantesca quando se trata de um comunidade global na qual a informação visa chegar a todo o lado (e é essa a nossa actual condição). Se uma ideia não tiver suporte material não vale nada para quem não a ouviu, não a viu, nem a conhece. Os artistas têm optado pela difusão da ideia de modo localizado, às vezes com uma precisão cirúrgica. O Tino Sehgal leva, de modo propositado, essa atitude ainda mais longe não permitindo qualquer tipo de fixação matérica da ideia. Não estou a dizer que a peças não são poderosas. Antes pelo contrário, elas vão ao fundo da questão conceitual. Mas, não será um reflexo defensivo tão comum como não dizer à vizinha que a nossa galinha já morreu? Parece a muita gente que a arte escapa à banalidade com essa atitude. Mas olhando de modo mais ou menos frio para a sociedade ocidental, essa fuga à banalização acontece até nas conversas de café. Os "secretismos" acontecem todos os dias e, mesmo à escala local, originam quase sempre situações ambíguas, mal-entendidos e até inimizades. Em grande escala criam desinformação geral e lixo conceptual para colmatar a ausência de transparência e preencher vazios de orientação.

SCP

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