quarta-feira, janeiro 19

"Eleições" 2005


Posted by Hello
Foi com surpresa que assisti ontem à noite na SIC Noticias ao debate entre Francisco Louçã e Jeronimo Sousa.
Devo confessar que sempre fui céptico relativamente ao B.E., sempre tive a impressão que se tratava de um partido demagogo, povoado de pseudo-intelectuais, dissidentes de uma esquerda ultrapassada e fechada. Sempre me pareceu que o B.E. mais não era que uma feira de vaidades, um conjunto de intelectuais a brincar à esquerda.
No entanto, no debate de ontem apercebi-me que afinal a minha ideia preconcebida do B.E. estava errada, que se tornara num preconceito que me toldara os olhos a uma nova aproximação dos problemas sociais, com a apresentação de verdadeiras soluções, sustentadas e reais.
A posição tomada por Socrates relativamente à reintrodução (ou não) dos benefícios fiscais, descobriu por completo algo que já se temia, que as semelhanças entre ele e Santana não eram apenas na estratégia do “eu sou um show e visto-me muito bem”...na verdade, ambos partilham de um vazio – melhor dizendo, de um vácuo – tanto ao nível ideológico como de apresentação de soluções para uma melhoria real de todos os portugueses (e não apenas daquelas criações políticas, geradas geneticamente nas Jotas, os políticos profissionais e amigos).


Posted by Hello
Francisco Louçã, surpreendentemente (para mim, pelas razões invocadas), mostrou que tem um programa para o nosso País, um programa que passa pelo combate às desigualdades e à pouca vergonha que tomou de assalto a nossa classe política. Mostrou que ainda é possível defender o interesse público e melhorar a economia sem o recurso a um discurso bacoco de aumento dos salários dos trabalhadores sem mais e tributação dos capitalistas, completamente ultrapassado e desfasado da realidade.
Jeronimo Sousa...que dizer? Nada...pois nada é o que nos traz. É o discurso que rotação a rotação, tal cassete, se arrasta agarrado a uma bandeira rasgada e já sem cor. Tem a seu favor a coerência, a coerência de um discurso que vem de 1917, que foi importante no desbaste de uma sociedade que atrofiava os direitos dos mais fracos mas que já não tem sentido hoje, que perdeu a correspondência numa sociedade onde esses direitos básicos são mais ou menos todos assegurados. O futuro do P.C.P. encontra-se inevitavelmente junto de partidos como o M.R.P.P. e nada mais.
Fiquei com a impressão que se Portugal não estivesse mergulhado numa verdadeira anarquia, que se fosse realmente exercida uma democracia esclarecida e informada, que o B.E. talvez tivesse uma oportunidade de se constituir como uma força de bloqueio parlamentar...mas bem sei que isso é pura utopia, pois o processo eleitoral é hoje em tudo similar às eleições em que participava para as Associações de Estudantes, em que ganhava aquele que mais oferecesse canetas e réguas...a única diferença está apenas no que se oferece...

Posted by Hello

Comments:
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Olhe que não, olhe que não!
 
Como não tive oportunidade de ver o dito debate continuo a concordar inteiramente com o 2o parágrafo!
Parece sempre um discurso muito bonito e muito social que acaba sempre por perder enfase e objectividade quando comparado à situação real do paìs e óbviamente à situação real da Europa num contexto económico mais agressivo que nunca! Mas porque é que as esquerdas europeias e mundiais ainda não se aperceberam de que é preciso fintar o sistema? Utilizar falinhas mansas, infiltrar o poder e daì promover polìticas de ordem mais social! Fazendo exactamente o que a direita e outros partidos do chamado centro têm sabido fazer desde sempre para promover o que se vê agora!
Malvado, non ti rovinare per favore!
 
O problema da verborreia política talvez não esteja tanto em quem fala mas sim em quem a ouve. Por mais batido que este argumento seja, o certo é que ninguém verdadeiramente o põe em prática, ou seja, é muito mais fácil aceitar as réguas e as canetas do que debater as ideias.

Quanto à tua análise do debate televisivo, Malvado, aqui vai mais uma achega: a vantagem do BE talvez seja a de ser (ainda) um partido "recente", (ainda) sem muitos dos tiques que automatizam os outros partidos (os maneirismos do BE são de outra ordem...). Louçã, neste aspecto, é mais "livre" do que Jerónimo. Este tem atrás de si um passado de chavões, bandeiras e axiomas que, embora se mantenham válidos, já passaram para a esfera do esoterismo teórico-político, já ninguém no PCP sabe o que são e, principalmente, como os aplicar em Portugal. Se o conseguissem fazer, nem que fosse por comparação com as ideias do PS, especificando o que deve ser uma "política de esquerda" como repetem até à náusea, talvez conseguissem ser um partido pequeno com mais votos.

Toca a votar, carneirada, toca a votar!!!!
 
Concordo plenamente com a tua análise. De facto, o BE, aliás como o PP, terão mais facilidade em defender posições mais extremadas, mais assentes em valores definidos, do que os grandes partidos que têm de agradar o menino e a menina...não me iludo quanto à "hidden agenda" destes pequenos, pois no fim são políticos, como os outros. Solução: defenestração total e incondicional de todos! Prefiro um Putin de 5 em 5 anos, do que 230 sanguessugas de 2 em 2!
 
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Defenestração Total Já! Incendeie-se a Assembleia da Républica, mas em dia de receber para que lá fiquem carbonazidos os verdadeiros arautos da falta de qualidade de vida dos portugueses, os politicos! Sobre os escombros de tal casa, construa-se um monumento para que o povo não esqueça os tempos em que 230 encheram a barriga em detrimento de 10 milhões!
Quanto ao PCP reafirmo tudo. Está ultrapassado, não é demagogo mas é hipócrita...metalurgico? sim...com quantas casas e propriedades espalhadas pelo país?
Fora com a carneirada! Seja de esquerda, de direita, de centro, de cima ou de baixo!
Presidencialismo apartidário já! Como alguém escreveu:"o problema da monarquia não foi o rei, mas a sua corte".
 
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