quinta-feira, janeiro 6

Ai a nossa Gardunha



Tenho de manifestar o meu total desagrado com a situação da nossa Gardunha. Já ardeu há quase três anos e continua careca! Aliás, o pior é que a própria cabeça vai-se desfazendo…
Lembro-me que na altura, quando se pensaram soluções para o problema da área ardida, o ministro da tutela disse que se havia de deixar a natureza actuar, que se esperasse pela regeneração natural.
Pois. Se calhar, o que o ministro se esqueceu de dizer foi que a natureza não se compadece com as actividades e existência humanas. É claro que se pode esperar que a natureza se recomponha de um fogo. Não se pode é esperar que ela se recomponha da forma que nos convém. Senão vejamos: se não há vegetação para fixar o solo, então ele também deixa de existir. Vai-se deslocando, deslizando encosta abaixo ao sabor das chuvadas. E sem solo não há árvores. Por isso, nem vale a pena andar a mostrar postais da Gardunha como se ela fosse uma serra encantada: ardida, ela perde quase todo o seu encanto! Vale-nos a varanda para a Serra da Estrela…
Para ela – a bendita Natureza – tanto lhe dá! A erosão sempre existiu! E para ela há a velha máxima: "nada se perde, tudo se transforma" ou muda de lugar, acrescento eu. Porque se a Cova da Beira ficar menos encovada, quem é que acham que fica prejudicado? E se a serra se erodir mais rapidamente, quem acham que perde com isso?
Qualquer um que passe na estrada que liga Alcongosta ao Souto da Casa bem pode sentir o efeito da dita "regeneração natural". Há pedaços dessa estrada em que o alcatrão desaparece por debaixo da terra que escorreu encosta abaixo…Há troços em que a degradação do solo é tão evidente que até arrepia. Pois é, não vale a pena pensar-se nas coisas isoladamente: as árvores não existem se não tiverem onde se fixar. E quem diz árvores já nem precisa de se estar a referir aos castanheiros, aos carvalhos ou a todas essas que faziam parte da flora original da Gardunha! Sejamos directos: sem solos, NÃO HÁ CEREJEIRAS! E depois, o que se faz ao slogan do Fundão?


Comments:
Propostas para o novo Slogan:


à lisboeta: Fundão, sim... Já lá estive. É ali para os lados de Aveiro.
à Yorn: Power no Fundão!
à C.M.F.: Fundão... onde o sol brilha nas praias fluviais!
à portuense: Fundon? Tótil! Por isso é que falas ton baixo!
à estudante de marketing: Fundão, tudo acontece em ti!
a minha: Fundão, suspiro do coração... mas vou aí no Verão!
 
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