segunda-feira, outubro 11

O Pensador da Desconstrução - Jacques Derrida (1930-2004)


Jacques Derrida nasceu em El-Biar, Argélia, a 15 de julho de 1930. Os anos de infância e de adolescência foram passados numa Argélia marcada pela colonização e pela guerra.

Em 1949, mudou-se para Paris e ingressou no curso preparatório para a École normale supérieure, sendo admitido ali três anos mais tarde. Completou os seus estudos superiores com a dissertação "O problema da génese na filosofia de Husserl". Em 1956, é aceite na agrégation, recebe uma bolsa de special auditor para a Universidade de Havard, em Cambridge, para consultar ali microfilmes dos inéditos de Husserl, de quem começa a traduzir L'Origine de la geométrie.

Entre 1957-59, presta serviço militar na Argélia como professor numa escola para filhos de militares em Koléa, perto de Argel. De volta à França, dá sua primeira conferência em Cerisy-la-Salle. A partir de 1960, ensina filosofia na Sorbonne, como professor-assistente. Publica os seus primeiros trabalhos nas revistas Critique e Tel quel. Recebe o prémio Jean-Cavaillès pelo livro Introduction à L'Origine de la geométrie e passa a ensinar, a convite de Hyppolite e de Althusser, na École normale supérieure, onde permaneceu até 1984 como professor-assistente.

Jacques DERRIDA é o pensador-filósofo da desconstrução, movimento de pensamento que, justamente em nome da incondicionalidade do pensamento, atravessa todo o tipo de discursos e de saberes reinventando-os e, no mesmo gesto, apelando à sua contínua reinvenção.
De uma obra que se eleva já a mais de uma centena de títulos, evoquemos aqui apenas os mais recentes:
Voyous (Galilée, 2003), Genèses, Généalogies, Genres (Galilée, 2003); Chaque fois unique, la fin du monde (Galilée, 2003); Béliers. Le dialogue ininterrompu: entre deux infinis, le poème (Galilée, 2003); Le "concept" du 11 Septembre. Dialogues à New York (oct-déc 2001) avec G. Borradori, avec Jürgen Habermas (Galilée, 2004).



Comments:
Mais uma mente brilhante que nos deixa. Uma morte que é ainda mais sentida numa época de vazio e em que se premeia a imbecilidade...
 
breathe, breathe in the air
don´t be afraid to care
leave but don´t leave me
look around and choose your own ground
for long you live and high you fly
and smiles you´ll give and tears you´ll cry
and all you touch and all you see
is all your life will ever be

run rabbit run
dig that hole, forget the sun,
and when at last the work is done
don´t sit down it´s time to dig another one
for long you live and high you fly
but only if you ride the tide
and balanced on the biggest wave
you race towards an early grave.
 
Derrida já conquistou o coração dos pedantes deste planeta...as ideias fáceis e o desconstrutivismo sempre tiveram grandes adeptos. Ao chorar a morte deste carneiro da filosofia de bolso só nos tornamos mais imbecis, revelando uma crassa ignorância e um grande vazio de ideias. Já não estamos no tempo da liberdade de pensar( essa sempre existiu), estamos ou deveríamos estar no tempo do saber pensar. Só quem não conhece a sua obra, como o ricardo, ou quem não possui nenhum conhecimento no domínio, pode exaltar este predicado. Organizem jornadas de reflexão nos cafés para os pedantes do fundão estarem na primeira linha a discutir a morte da bezerra. Ciclo Derrida, já! Tanto provincianismo, tanto exibicionismo sem saber que o sustente, tanto fazer do pensamento pão e circo...Afinal de contas, já nos vamos habituando a isso...

João
 
Fodas! Ó Sua Senhoria Toda Altiva! Se Vossa Excelência acha que somos pedantes, porque é que não vai pregar para outra freguesia granítica?...Atroz incoerência aquela do que diz que há a liberdade de pensar e que depois chama pedante a quem pensa livremente...enfim...

Anti-João
 
Não me passa pela cabeça pregar aqui coisa alguma, muito menos a vossas excelências. Pedante, não por pensar livremente, mas por não saber pensar, ou seja, por cheirar a bufa, por não trazer nada de novo. Dizer que temos a liberdade de pensar e que o 11 de Setembro mudou o mundo é já uma banalidade grosseira. O desconstrutivismo é uma treta! Posso expressar uma opinião, ou não?

João
 
Estou derreado com os comentários. Eu que de filosofia só entendo a de alcova, também lamento a morte de um filósofo, independentemente de nunca ter lido sequer uma linha do senhor. Goste-se ou não, sempre que morre um filósofo ou um poeta, o mundo fica mais pobre.

Só isso
 
Aproveito a ocasião para lembrar aqui Maria Rosa Colaço, poetisa da alma, exímia escritora de livros infantis, mente inquieta e combativa, defensora da cultura até à exaustão, mãe de uma grande amiga minha e uma das principais incentivadoras da minha escrita. Morreu ontem. Sublinho o que o Pelejão disse porque o estou a sentir agora: o mundo ficou mais triste.
 
As jornadas de pedantes em cafés do fundão já fizeram ascender ao poder um vereador, a continuar, talvez façam chegar alguém a presidente de câmara e sem partido...
 
É lamentável existirem comentários como esse que pseudo-teoriza o «pedantismo». A cultura e o interesse cultural reside sobretudo na 'atitude' que se toma. Ao contrário do autor dessa mensagem, que tão informado parece estar sobre o Derrida, posso dizer que pelo menos retive alguma informação do texto sobre o filósofo. Porque a cultura é também isso - informação e não necessariamente(e apenas) discursos retóricos e literários. Quanto ao exibicionismo e aos diálogos de café a que se refere, convém sempre lembrar que as tertúlias e cafés têm sido espaços de onde têm saído alguns dos nossos pensadores e intelectuais. O simples facto de essa nota cultural figurar no Granito é não só uma 'atitude' por parte de quem a escreve, mas também uma 'atitude' por parte de quem a lê.Há que repensar conceitos (seguindo o discurso do filósofo evocado). A cultura é afinal para todos ou só para alguns? Não será certamente para todos, na medida em que dificilmente ela estará ao alcance do provincianismo.

Anti-João
 
A filosofia, ricardo ou anti-joão ou, se quiser, anónimo, não se esgota numa atitude. É preciso saber pensar! O Pensamento não pode estar preso às amarras dos preconceitos, das banalidades, dos clichés, dos fetiches individuais. Caso contrário, não progride, não cresce, não se desenvolve. Eu sei que é mais fácil não pensar e nos limitarmos a informar, mas a atitude crítica de que tanto fala exige o Pensamento e não o pedantismo, a inveja, a insinuação, a conspiração, a especulação. Já li Derrida, já assisti a conferências dele, sei do que falo. Tenho direito a ter a minha opinião pessoal, limitei-me a expressá-la. Respeito a sua morte, como respeito a morte do meu bisavô. Não é por ter escrito meia dúzia de teorias da treta que me curvarei face ao Derrida. Sempre que morre um homem, o mundo fica mais pobre, seja ele poeta, agricultor, carpinteiro, pária ou pseudo-filósofo.

João
 
Por último, esclarecer o ricardo mascarilha de que não tenho nada contra uma conversa de café, apenas acho que isso não é um veículo fidedigno para chegar ao saber. Em filosofia, e é disso que estamos a falar, é preciso muito mais rigor do que aquele que um café nos oferece, só isso. Já vi que o ricardo é um grande adepto da filosofia nicola de Sartre, mas que isso não o impeça de ter a curiosidade e o espírito crítico para ler as fontes e aprender a pensar. Talvez assim fiquemos todos a ganhar e o ricardo abandone a teoriazinha da conspiração e as boquinhas ao vereador que mais tem feito por este concelho nos últimos anos( antes e agora na Câmara), e que o ricardo tanto inveja. Enquanto o vereador andava no pinhal a lutar pelos homens, estava o ricardo no café com um livro de filosofia de bolso.

João
 
Pedro, não tentes atirar pó para a cara das pessoas: a maior parte das vezes não se desculpou um criticado(só quando a crítica era totalmente descabida ou bastante discutível). Além disso, não vejo problema nenhum em criticar um crítico. Como alguém escreveu, esta nossa tendenciosa mania que um crítico é um "deus super omnia" tem de acabar. É provincianismo rematado. Agora é triste ver o ricardo camuflado constantemente(quantas vezes?), deve estar a fugir do espectro Paulouro. Ser ou não Ser...

João
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?