quarta-feira, outubro 6
Estado socrático - Mais do Mesmo
José Sócrates foi eleito secretário-geral do PS em nome de uma esquerda moderna, que de esquerda tem pouco, e de moderna só o alfaiate.
Foi eleito por militantes de um partido que encaram a Política como um mero meio de prosseguir os seus objectivos pessoais e de se organizar em função da “tomada” do poder, para depois poderem distribuir o saque entre o “aparelho” e os clientelismos que são o sustento de qualquer liderança partidária.
Apesar das qualidades políticas e humanas de José Sócrates, que já demonstrou (quer no Ambiente, quer no Euro 2004, quer na defesa dos consumidores) ser um político determinado e enérgico; apesar do seu talento de eloquente comunicador, as razões que levaram quase 80 por cento do eleitorado do PS a preferi-lo como novo líder são tudo menos inocentes.
Ele é apenas o pistoleiro designado para abater o xerife Santana Lopes, e o único entre o bando socialista a poder fazê-lo com a mesma destreza de armas do actual dono do “saloon”. Para os socialistas esse é o único documento necessário. Esqueçam a ideologia, esqueçam a substância e os projectos e visões para o futuro de Portugal. Esqueçam tudo isso, porque para os dois principais partidos políticos portugueses a única raison d`étre é o poder. O poder pelo poder. Nada mais!
A desnatação ideológica do “centrão” é um fenómeno perigoso para a democracia, porque favorece os populismos, as conveniências, o governo de soundbyte, e sobretudo, favorece a legitimação das lideranças plásticas e demagogas.
Ao colocar-se alegadamente no centro do espectro político-partidário nacional, graças à deriva direitista, ultra-liberal e ultramontana do PSD, o Engº Sócrates está apenas a colocar-se tacticamente à porta do Palácio de S. Bento. Para entrar, basta esperar.
Depois, e a julgar pela sua “entourage” mais próxima, será o regresso glorioso do guterrismo, que foi, não só o pior período de desgoverno nacional desde meados da década de 80, mas também uma machadada letal na possibilidade de uma esquerda renovada e “verdadeiramente” moderna emergir.
Eu, como muito outros, acreditámos que o PS, o Engº Guterres e a dinâmica dos Estados Gerais dariam a Portugal um impulso decisivo, rumo a uma modernidade humanista, tolerante, cultural e preocupada com o bem estar de todos os portugueses. Como infelizmente se provou, fomos defraudados e enganados. O regabofe dos “job`s for the boys”, foi a prova de que o PS é, tal como o PSD, um partido conspíscuo, dado a clientelismos tentaculares e sobretudo, prestável a favores e jeitinhos. Um partido guloso que agora se prepara para voltar à lambuzice com os mesmos papões de sempre. Se repararem bem quem são as figuras próximas de Sócrates, verão que há motivo para alarme, porque são os mesmos que fizeram do guterrismo uma pastagem privada. Só alguns nomes darão muito que pensar: Armando Vara, Edite Estrela, Fernando Gomes, Nuno Cardoso, etc, etc.
A alternância política em Portugal é apenas uma transumância embrenhada na imensa manjedoura do Estado. Tão somente isso.
O resto é, como dizia o outro, música de câmara. Entre o Santana Lopes e sus muchachos de fatiota às riscas, e Sócrates e os baronetes de sempre do PS, venha o diabo e escolha!
Foi eleito por militantes de um partido que encaram a Política como um mero meio de prosseguir os seus objectivos pessoais e de se organizar em função da “tomada” do poder, para depois poderem distribuir o saque entre o “aparelho” e os clientelismos que são o sustento de qualquer liderança partidária.
Apesar das qualidades políticas e humanas de José Sócrates, que já demonstrou (quer no Ambiente, quer no Euro 2004, quer na defesa dos consumidores) ser um político determinado e enérgico; apesar do seu talento de eloquente comunicador, as razões que levaram quase 80 por cento do eleitorado do PS a preferi-lo como novo líder são tudo menos inocentes.
Ele é apenas o pistoleiro designado para abater o xerife Santana Lopes, e o único entre o bando socialista a poder fazê-lo com a mesma destreza de armas do actual dono do “saloon”. Para os socialistas esse é o único documento necessário. Esqueçam a ideologia, esqueçam a substância e os projectos e visões para o futuro de Portugal. Esqueçam tudo isso, porque para os dois principais partidos políticos portugueses a única raison d`étre é o poder. O poder pelo poder. Nada mais!
A desnatação ideológica do “centrão” é um fenómeno perigoso para a democracia, porque favorece os populismos, as conveniências, o governo de soundbyte, e sobretudo, favorece a legitimação das lideranças plásticas e demagogas.
Ao colocar-se alegadamente no centro do espectro político-partidário nacional, graças à deriva direitista, ultra-liberal e ultramontana do PSD, o Engº Sócrates está apenas a colocar-se tacticamente à porta do Palácio de S. Bento. Para entrar, basta esperar.
Depois, e a julgar pela sua “entourage” mais próxima, será o regresso glorioso do guterrismo, que foi, não só o pior período de desgoverno nacional desde meados da década de 80, mas também uma machadada letal na possibilidade de uma esquerda renovada e “verdadeiramente” moderna emergir.
Eu, como muito outros, acreditámos que o PS, o Engº Guterres e a dinâmica dos Estados Gerais dariam a Portugal um impulso decisivo, rumo a uma modernidade humanista, tolerante, cultural e preocupada com o bem estar de todos os portugueses. Como infelizmente se provou, fomos defraudados e enganados. O regabofe dos “job`s for the boys”, foi a prova de que o PS é, tal como o PSD, um partido conspíscuo, dado a clientelismos tentaculares e sobretudo, prestável a favores e jeitinhos. Um partido guloso que agora se prepara para voltar à lambuzice com os mesmos papões de sempre. Se repararem bem quem são as figuras próximas de Sócrates, verão que há motivo para alarme, porque são os mesmos que fizeram do guterrismo uma pastagem privada. Só alguns nomes darão muito que pensar: Armando Vara, Edite Estrela, Fernando Gomes, Nuno Cardoso, etc, etc.
A alternância política em Portugal é apenas uma transumância embrenhada na imensa manjedoura do Estado. Tão somente isso.
O resto é, como dizia o outro, música de câmara. Entre o Santana Lopes e sus muchachos de fatiota às riscas, e Sócrates e os baronetes de sempre do PS, venha o diabo e escolha!
Comments:
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caro dirigente da oposição, é precisamente isso que eu me preparo para fazer - nivelar as expectativas por baixo.
Cumprimentos
Cumprimentos
Durante as "primárias" do PS apercebi-me de que se este fosse um país a sério e o PS um partido a sério, teríamos brevemente um Primeiro à séria, sonhador, com uma visão de um Estado forte e socialmente interventivo...teríamos discursos bonitos, estruturados e ainda levaríamos com poesia aqui e além...utópico. Esse candidato era velho...para o "duelo" ao por do sol que se aproxima, previsivelmente não teria já a velocidade e reflexos necessários para abater o "dono do saloon". Resta-nos esperar que passe um tornado que limpe de vez esta cidadela do caos que é o nosso país...Grave, grave é que com politicos destes começa-se a ouvir cada vez mais "no tempo de Salazar não era assim..."
É mesmo verdade: ainda aqui há duas semanas ouvi o "no tempo do Salazar é que era bom" disparado da boca de um velhote como se fosse a senha mágica para abrir a gruta do Ali Baba. O povo não anda bom! Mas, enfim, o que o povo espera já não é ideologia mas sim governos "á la carte" que forneçam algum pão e muito circo. Assim como uma espécie quinta das celebridades, em que o pasto é o país, os animais os políticos e os concorrentes (infelizmente) todos nós: safa-se quem conseguir ordenhar mais e melhor.
Caro Rui Pelejão
Sinceramente esperava mais de si quanto à analise da actualidade política, pois aquilo que se passou no PS, foi uma discussão ideológica onde foram convidados a decidir sobre o futuro do PS as bases do partido, a isto se chamou as "directas do PS" e lembro-lhe que foi a primeira vez que isto aconteceu em Portugal. Em outros partidos nem directas..., nem congresso..., nem eleições..., legitimaram a actual liderânça do PSD.
Outra coisa que se esqueceu de referir foi a política de alianças defendida por outras candidaturas, e sempre recusada por José Sócrates, que, como se veio a provar era completamente errada dada a actual liderânça da direcção política do PCP, infelizmente, os factos deram-lhe razão.
Depois esqueceu-se, penso que deliberadamente, de comentar os discursos de Guimarães, onde José Sócrates se referiu aos 2 milhões de pobres que existem em Portugal e no ataque que este governo faz todos os dias à classe média portuguesa. Goste-se ou não do estilo o que é certo é a partir de 6ª feira existe oposição em Portugal.
Caro Rui sempre o vi defender com paixão a sua, nossa, Beira Interior e também foi isso que o beirão José Socrates fez quando se referiu criticamente à imposição de Portagens na Auto-estrada A23.
Para finalizar, lembrar-lhe apenas isto, José Sócrates tem uma grande vantagem em relação a António Guterres que é a seguinte, nâo tem a madre Igreja atrás de si.
Ana
Sinceramente esperava mais de si quanto à analise da actualidade política, pois aquilo que se passou no PS, foi uma discussão ideológica onde foram convidados a decidir sobre o futuro do PS as bases do partido, a isto se chamou as "directas do PS" e lembro-lhe que foi a primeira vez que isto aconteceu em Portugal. Em outros partidos nem directas..., nem congresso..., nem eleições..., legitimaram a actual liderânça do PSD.
Outra coisa que se esqueceu de referir foi a política de alianças defendida por outras candidaturas, e sempre recusada por José Sócrates, que, como se veio a provar era completamente errada dada a actual liderânça da direcção política do PCP, infelizmente, os factos deram-lhe razão.
Depois esqueceu-se, penso que deliberadamente, de comentar os discursos de Guimarães, onde José Sócrates se referiu aos 2 milhões de pobres que existem em Portugal e no ataque que este governo faz todos os dias à classe média portuguesa. Goste-se ou não do estilo o que é certo é a partir de 6ª feira existe oposição em Portugal.
Caro Rui sempre o vi defender com paixão a sua, nossa, Beira Interior e também foi isso que o beirão José Socrates fez quando se referiu criticamente à imposição de Portagens na Auto-estrada A23.
Para finalizar, lembrar-lhe apenas isto, José Sócrates tem uma grande vantagem em relação a António Guterres que é a seguinte, nâo tem a madre Igreja atrás de si.
Ana
The party is over...
Já tive oportunidade de ver os Canzanas...Excelente! É uma pena não estar na competição internacional: é melhor do que muita coisa que tem passado. Grande paródia ao cinema! Com poucos meios, com meia dúzia de actores amadores, com grandes ganas de contar uma história e com um belíssimo sentido de humor é, até agora, uma das grandes revelações do Imago. Num tempo em se concebem cada vez menos histórias, dominado pelo pedantismo e parasitismo, esta curta apresenta-nos uma crítica bastante inteligente ao cinema pseudo-intelectual com raízes na "Nova vaga" e a um mundo ,incorporado no Fundão, dos cães condenados a tentar fornicar o cú de Eve, a única sobrevivente de um apocalipse biológico. Infantilidade e ingenuidade só de aparência. Autêntica viagem ao túmulo do mundo e, porque não, do cinema. Tive oportunidade de conhecer um dos realizadores após a projecção, e confirmei aquilo que desconfiava: estava perante um gajo com uma cultura cinematográfica imensa, que já mamou milhares de filmes. Só assim se poderia conceber uma curta tão brilhante! Argumento fantástico, formalmente com falhas(acaba por dar um belo cariz primitivo ao filme- nada mau para um puto que nunca teve uma aula de cinema) e um final extremamente doloroso que nos faz pensar a todos. O realizador canzana, quando o interroguei acerca da actualidade do filme, disse-me uma coisa que não voltarei a esquecer: " A questão hoje em dia já não é a de procurar um cú, pois estamos todos metidos nele; a questão e o desafio é mantê-lo asseado." Um talento por descobrir, este puto. Vi também o trailer dos Freaks do campo. Vinha lá o nome de Rui Pelejão nos actores. Isto promete...
Escrevam mais sobre o Imago...acho que merece. Depois voltam à ironia socrática, falem agora sobre o Imago.
Chico
Já tive oportunidade de ver os Canzanas...Excelente! É uma pena não estar na competição internacional: é melhor do que muita coisa que tem passado. Grande paródia ao cinema! Com poucos meios, com meia dúzia de actores amadores, com grandes ganas de contar uma história e com um belíssimo sentido de humor é, até agora, uma das grandes revelações do Imago. Num tempo em se concebem cada vez menos histórias, dominado pelo pedantismo e parasitismo, esta curta apresenta-nos uma crítica bastante inteligente ao cinema pseudo-intelectual com raízes na "Nova vaga" e a um mundo ,incorporado no Fundão, dos cães condenados a tentar fornicar o cú de Eve, a única sobrevivente de um apocalipse biológico. Infantilidade e ingenuidade só de aparência. Autêntica viagem ao túmulo do mundo e, porque não, do cinema. Tive oportunidade de conhecer um dos realizadores após a projecção, e confirmei aquilo que desconfiava: estava perante um gajo com uma cultura cinematográfica imensa, que já mamou milhares de filmes. Só assim se poderia conceber uma curta tão brilhante! Argumento fantástico, formalmente com falhas(acaba por dar um belo cariz primitivo ao filme- nada mau para um puto que nunca teve uma aula de cinema) e um final extremamente doloroso que nos faz pensar a todos. O realizador canzana, quando o interroguei acerca da actualidade do filme, disse-me uma coisa que não voltarei a esquecer: " A questão hoje em dia já não é a de procurar um cú, pois estamos todos metidos nele; a questão e o desafio é mantê-lo asseado." Um talento por descobrir, este puto. Vi também o trailer dos Freaks do campo. Vinha lá o nome de Rui Pelejão nos actores. Isto promete...
Escrevam mais sobre o Imago...acho que merece. Depois voltam à ironia socrática, falem agora sobre o Imago.
Chico
É nestas alturas, quando estala o verniz, quando a vocação censória se faz sentir, que mais se nota o abismo que separa eticamente o Eng. José Sócrates do actual inquilino de S. Bento, detentor do Poder com duvidosa legitimidade e comprovada inaptidão para o cargo.
Ana
Ana
Cara Ana
Bem haja pela sua simpática censura à minha "análise da actualidade política". Queria primeiro dizer-lhe que o texto nem sequer é uma análise ou um comentário político (coisa perigosa nos dias que correm, mas tão somente um desabafo.É que infelizemnte tenho uma memória muito selectiva para todos aqueles qeu me enganaram e defraudaram. O PS e António Guterres foram um monumental engodo, e apesar de simpatizar com Sócrates e de lhe reconhecer algumas fortes qualidades humanas e políticas, não vejo nele o homem capaz de reformar e renovar a mentalidade esconsa e intriguista do PS, e muito menos de ser o impulsionador das reformas que este País precisa. Sócrates será apenas a face visível do neo-guterrismo, incapaz de lidar com as pressões do aparelho para proceder a uma ampla colonização dos "tachos". É nisto que se funda a alternância política em Portugal, é na alternância entre os grupúsculos bafejados pelos nacos do poder. Era só isso que eu queria dizer com isto. Pode achar que eu sou um pessimista, e devia dar tempo ao Eng Sócrates e à iniciativa Novas Fronteiras, para contradizer este meu preconceito. Mas mais do que um pessimista, eu sou um português com memória, e não é pelo Engº Sócrates colocar no discurso político factos que me preocupam - como a pobreza e a tremenda injustiça das SCUT`s pagas - que me vai embalar numa euforia optimista ou sequer ter esperança no futuro deste país- Como dizia Céline, esperança é esperar que um dia a merda cheire bem.
Pode ser que o tempo prove que eu estou errado, mas até lá não dou o benefício da dúvida a mais nenhum partido político português, nem sequer a José Sócrates com quem até simpatizo. É que, cara Ana, há uma enormíssima diferença entre falar da pobreza e da desertificação do interior enquanto se está na oposição, e resolvê-los enquanto se está no Governo.
Quanto às primárias do PS, reconheço que é um passo importante para a democraticidade dos partidos, mas também não é motivo para embandeirar em arco, como o fizeram os responsáveis do PS. Há conquistas democráticas neste país bem mais urgentes de fazer do que uns milhares de militantes de um partido elegerem o seu secretário-geral,ou os sócios do Benfica elegerem o seu presidente.
De qualquer forma, obrigado pelo seu comentário.
Caro Rui Pelejão
Sinceramente esperava mais de si quanto à analise da actualidade política, pois aquilo que se passou no PS, foi uma discussão ideológica onde foram convidados a decidir sobre o futuro do PS as bases do partido, a isto se chamou as "directas do PS" e lembro-lhe que foi a primeira vez que isto aconteceu em Portugal. Em outros partidos nem directas..., nem congresso..., nem eleições..., legitimaram a actual liderânça do PSD.
Outra coisa que se esqueceu de referir foi a política de alianças defendida por outras candidaturas, e sempre recusada por José Sócrates, que, como se veio a provar era completamente errada dada a actual liderânça da direcção política do PCP, infelizmente, os factos deram-lhe razão.
Depois esqueceu-se, penso que deliberadamente, de comentar os discursos de Guimarães, onde José Sócrates se referiu aos 2 milhões de pobres que existem em Portugal e no ataque que este governo faz todos os dias à classe média portuguesa. Goste-se ou não do estilo o que é certo é a partir de 6ª feira existe oposição em Portugal.
Caro Rui sempre o vi defender com paixão a sua, nossa, Beira Interior e também foi isso que o beirão José Socrates fez quando se referiu criticamente à imposição de Portagens na Auto-estrada A23.
Para finalizar, lembrar-lhe apenas isto, José Sócrates tem uma grande vantagem em relação a António Guterres que é a seguinte, nâo tem a madre Igreja atrás de si.
Ana
Bem haja pela sua simpática censura à minha "análise da actualidade política". Queria primeiro dizer-lhe que o texto nem sequer é uma análise ou um comentário político (coisa perigosa nos dias que correm, mas tão somente um desabafo.É que infelizemnte tenho uma memória muito selectiva para todos aqueles qeu me enganaram e defraudaram. O PS e António Guterres foram um monumental engodo, e apesar de simpatizar com Sócrates e de lhe reconhecer algumas fortes qualidades humanas e políticas, não vejo nele o homem capaz de reformar e renovar a mentalidade esconsa e intriguista do PS, e muito menos de ser o impulsionador das reformas que este País precisa. Sócrates será apenas a face visível do neo-guterrismo, incapaz de lidar com as pressões do aparelho para proceder a uma ampla colonização dos "tachos". É nisto que se funda a alternância política em Portugal, é na alternância entre os grupúsculos bafejados pelos nacos do poder. Era só isso que eu queria dizer com isto. Pode achar que eu sou um pessimista, e devia dar tempo ao Eng Sócrates e à iniciativa Novas Fronteiras, para contradizer este meu preconceito. Mas mais do que um pessimista, eu sou um português com memória, e não é pelo Engº Sócrates colocar no discurso político factos que me preocupam - como a pobreza e a tremenda injustiça das SCUT`s pagas - que me vai embalar numa euforia optimista ou sequer ter esperança no futuro deste país- Como dizia Céline, esperança é esperar que um dia a merda cheire bem.
Pode ser que o tempo prove que eu estou errado, mas até lá não dou o benefício da dúvida a mais nenhum partido político português, nem sequer a José Sócrates com quem até simpatizo. É que, cara Ana, há uma enormíssima diferença entre falar da pobreza e da desertificação do interior enquanto se está na oposição, e resolvê-los enquanto se está no Governo.
Quanto às primárias do PS, reconheço que é um passo importante para a democraticidade dos partidos, mas também não é motivo para embandeirar em arco, como o fizeram os responsáveis do PS. Há conquistas democráticas neste país bem mais urgentes de fazer do que uns milhares de militantes de um partido elegerem o seu secretário-geral,ou os sócios do Benfica elegerem o seu presidente.
De qualquer forma, obrigado pelo seu comentário.
Caro Rui Pelejão
Sinceramente esperava mais de si quanto à analise da actualidade política, pois aquilo que se passou no PS, foi uma discussão ideológica onde foram convidados a decidir sobre o futuro do PS as bases do partido, a isto se chamou as "directas do PS" e lembro-lhe que foi a primeira vez que isto aconteceu em Portugal. Em outros partidos nem directas..., nem congresso..., nem eleições..., legitimaram a actual liderânça do PSD.
Outra coisa que se esqueceu de referir foi a política de alianças defendida por outras candidaturas, e sempre recusada por José Sócrates, que, como se veio a provar era completamente errada dada a actual liderânça da direcção política do PCP, infelizmente, os factos deram-lhe razão.
Depois esqueceu-se, penso que deliberadamente, de comentar os discursos de Guimarães, onde José Sócrates se referiu aos 2 milhões de pobres que existem em Portugal e no ataque que este governo faz todos os dias à classe média portuguesa. Goste-se ou não do estilo o que é certo é a partir de 6ª feira existe oposição em Portugal.
Caro Rui sempre o vi defender com paixão a sua, nossa, Beira Interior e também foi isso que o beirão José Socrates fez quando se referiu criticamente à imposição de Portagens na Auto-estrada A23.
Para finalizar, lembrar-lhe apenas isto, José Sócrates tem uma grande vantagem em relação a António Guterres que é a seguinte, nâo tem a madre Igreja atrás de si.
Ana
Ana
desculpe ter republicado o seu comentário, mas era só para o ter à mão, quando fizesse o meu comentário.
Ainda uma nota final para lhe dizer que para acreditar que Sócrates será diferente de Guterres por causa da Santa Madre Igreja só pode mesmo decorrer de um tremendo exercício de fé, que só a si a vincula. Amén aos crentes, porque deles será o reino dos Céus ;)
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Ainda uma nota final para lhe dizer que para acreditar que Sócrates será diferente de Guterres por causa da Santa Madre Igreja só pode mesmo decorrer de um tremendo exercício de fé, que só a si a vincula. Amén aos crentes, porque deles será o reino dos Céus ;)
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