segunda-feira, setembro 6

Quem será o Pascal?




Comments:
Talvez esses todos, talvez muito mais. Só vi 2 gajos escreverem assim aqui: o pelejão e o pascal. Já pensei que pudesse ser o Pelejão a pregar uma partida à malta dado haver um estilo idêntico e bastante versátil, mas também há algo aqui completamente diferente e novo. Bem, não sei mesmo. Mas seria interessante saber quem é. Nos escassos comentários que li, dá a entender que há um verdadeiro talento escondido nesse Pascal, apesar da sua gozação com isto e da sua provocação sem grandes preocupações, a cagar. Mas se a cagar, este gajo escreve assim, o que não será um texto deste tipo? Pelejão e Pascal( um só ou duas pessoas diferentes) continuam a encolher a sua enorme capacidade de escrever, reduzindo-a a alguns artigos, no caso do primeiro, e a alguns comentários, no caso do segundo(não sei a identidade do Pascal nem conheço textos dele para falar de mais). Estes dois deviam deixar a sua escrita transcender este espaço. O pelejão já nos habituou a textos fabulosos. Mas este pascal parece ocultar um imenso saber e talento, do qual nos vai dando pequenos lampejos em jeito de provocação através de um pejo sublime da sua própria escrita. É uma pena não haver mais textos do Pelejão e do Pascal.

Ass. João
 
O pascal é o Carlos Pio que pagava as contas dos asessores
 
Só se for um espectro viandante, pois esse senhor Carlos Pio faleceu há uns largos meses...
 
Senhor Floriano Peixoto, bajuladores fiuzianos e restantes “beirões da Europa”:

Tentarei ser tão diplomático como o senhor Mário (mais conhecido por Tigana nos tempos áureos), mas onde cabe a cabeça também cabe o corpo.
Vim fazer filhos ao interior, desloquei-me pela auto-estrada, paguei a portagem que me era devida, e vou agora inverter o sentido da marcha naquela rotunda onde se lê “Scut”. A vossa montra provoca-me uma ansiedade josefiniana de tanta diversidade e um olhar miserabilista face ao mundo. Voltas e mais voltas, só para voltar a ver a montra dos vossos textos. Sou exigente, levo a puta mais barata e mais apresentável, esperançando alcançar o nirvana dos meus caprichos e fetiches.
Antes do Pelejão Alcoviteiro entornar umas graças nos seus sermões filosóficos ou moralistas, digo-lhe, desde já, senhor Floriano, que pela minha parte, pode seguir com a sua caganeira pseudo –literária, com os seus textos sublimados da piadinha enterrada e delgadinha na sua previsibilidade, acompanhando o Fiúza que seguirá escrevendo enquanto se olha ao espelho. Afinem uma boa calúnia os dois juntos, cantem em uníssono a vossa alma; não se acanhem, afinal a calúnia é apenas uma verdade adiada. E, mais importante de tudo, pesquem com a cana da eternidade o ónus de todos aqueles que aqui jazem. Assim ou não-assim, qualquer dia até terão uma corporação sindicalizada, não sei quando, embora desconfie que não falte muito. Mas não se entusiasmem: da outra margem, garanto-vos que a minha alma seguirá arrefecida, embora reconheça humildemente ligeiros aumentos de temperatura.
E lembre-se, Senhor Floriano, as minhas incitações não são um álibi para a sua doutrina exibicionista, “lacrimijada” de beiral em beiral. Está combinado, mijo nos meus comentários (dizem alguns químicos que acelera a decomposição) e deixo-me contagiar pela sua luxúria asiática, mas não diga nada a nenhum fariseu que seja meu sócio. Se, no entanto, escolher o caminho mais próximo, desejando insultar-me, prepare-se bem, olhe que sou duro como a concha do berbigão (basta uma semana com uma carpideira histérica do concelho para um gajo se empedernir).
Senhor Floriânus, antes que rasgue a sua escrita com os meus cornos de touro, espete-me a sua espada pálida decorada de boas intenções, como um toureiro na fiesta, e aguarde a minha caída inglória, dos pobres cornos sem mãe que reze por eles. Por fim, ate-me ao rabinho do Fiúza e deixe que o destino me arraste para fora do recinto(“A um morto nada se recusa e eu quero por força ir de burro”). Mas, senhor Floriânus, não fique coradinho da vitória enquanto chovem orelhas do céu, afinal o senhor é só um pretexto para a minha escrita se masturbar um pouquinho (podia ser outro qualquer).
Escreva por transigência com o seu paladar e, se precisar de mais sal, diga-me, pois conheço uma salina bem recheada. O sal ali é uma espécie de energia renovável, já lá estiveram o Peixoto, o Handke, o Bennet, o H.Helder, a Hatherly, e não se esgota. Das duas uma: ou eles precisam de pouco sal, ou a salina portuguesa gera sal como uma ratazana que caga os seus filhotes.
Para sua cultura geral, senhor Floriânus Peixoto (sim, ainda é para si) vou-lhe revelar a minha identidade. Chamo-me Leovigildo, vivi no séc. VI, unifiquei a nossa península que nem uma aliança de gâmetas opostas e a net deu-me recentemente a imortalidade que já disputara com Recaredo, um rei visigodo muito mais fodido do que o cherne. Hoje tenho uma política inspirada nas instituições bizantinas e no direito romano, mas não pense que parei no tempo: não diga nada a Bizâncio, mas estou a pensar cunhar moeda. Finalmente vamos ser autónomos e livres. Ora, a traição compensa. Pode não querer conhecer-me pessoalmente, mas olhe que lhe deixarei um importante legado. Agora vou colher um Tio Patinhas e visitar um templo maçónico.
Meus caros, não esmoreçam. Está aí a reentrée política do Pelejão! O Pelejão voltou, fresco que nem uma alface, com novos textos para vos entreter. Vilipendiado pela crítica, chegou a hora de ser substituído na certeza de que fui um blogger profissional. Parto com a consciência bem vitaminada, à sombra da mão esquerda do Floriano. Floriano, Floriano és idiota até ao tutano! Pascal, Pascal, és um inútil oriental!
Vou deixar de pastar neste prado rochoso. Já há aqui carneiros suficientes para um estrume bem aprumadinho. Para quê mais um? Adeus a todos! Oxalá não voltem os lobos. Pietà.

Ass: Pascal(Leovigildo)
 
"porque se ouviu a voz da poesia, porque a chuva parou para o vento declamar, porque se ouviu a voz da cultura mais genuína, mais humana, mais pura, porque se viram os olhos das pessoas vibrarem, porque se viram as crianças sorrir rimando com a atmosfera, porque se ouviu a voz duma cultura ibérica e multidimensional, porque aquele pequeno local da lagariça se tornou universal pela poesia e pela participação daquelas pessoas"


Só para recordar ao senhor Pascal que quem consegue escrever com esta leveza gongórica sobre poesia, devia no mínimo reflectir sobre as farpas que manda aos outros, só para sublinhar as mais flagrantes e risíveis:

- A chuva parou para o vento declamar ???!!!
- Se fosse um verdadeiro apreciador de poesia saberia que a chuva poderia dizer (e não declamar) tão bem como o vento. Para si, é preciso calar a chuva e os outros para escutar poesia.


- Olhos das pessoas vibrarem ????!!!!
Imagem poético-pornográfica, já que o único olho possível de vibrar é o do cú, desde que devidamente estimulado por um vibrador.

- Crianças a sorrir a rimar com a atmosfera ???!!! com os diabos, ora que rima foleira. Imagino um puto para o outro - tás-te a rir de quê? - É desta atmosfera poética - responde. A única explicação para este efeito é a atmosfera estar impregnada de fumo de canabis.

- A voz da cultura ibérica e multidimensional????!!! - esta nem num mau episódio do Twilight Zone.


Em suma, descontando a a comoção que lhe deve ter causado este evento (que acredito ter sido e tenho pena de lá não ter estado), certamente causadora destes delírios poéticos de qualidade deprimente, peço-lhe para ir juntar rapidamente os seus trapinhos choramingas aos Peixotos e poetaços de "lágrima fácil" e deixar de preroar sobre a escrita dos outros, nomeadamente a do Floriano Peixoto, que está a anos-luz daquilo que o meu amigo alguma vez há-de conseguir parir com esses seus vagidos fúnebres.

O senhor é evidentemente uma fraude que se engana a si próprio, acho que para os restantes este trecho de um seu naco de prosa é perfeitamente esclarecedor.

Respeitosamente
 
oh pelejão, vai dar uma voltinha. Deixa lá isso! Toda a gente sabe a bosta que o david escreve, e sobretudo o pedantismo patológico a ele associado. O pascal só escreveu essa diarreia como forma de gozação para com o david e outros. Apresenta um belo domínio do verbo que até lhe permite ridicularizar os outros imitando-os, sem qualquer pretensão literária ou poética. E para a merda que é, estás a dar muita importância a isso. Cá para mim há vários gajos que assinam pascal, e este está próximo da masturbação paulouriana após um evento de qualidade. E não queiras ir por aí...também seria engraçado reler algumas das tuas patéticas análises políticas repletas de clichés humorísticos. Enfim, não se pode exigir muito a quem tem um saber feito de conas acumuladas e de algumas antologias de bolso.

respeitosamente,

Zé das caldas
 
Apologia de Pascal

Rui Pelejão:

Desta vez parece que a sua douta ignorância e sua cultura infinda não lhe deram para compreender Pascal que, utilizando a literatura num sentido amplo e total, conseguiu destruir a própria literatura, pelo menos como alguns a entendem, ou seja, como vaca sagrada. Naturalmente que ele provocou uma crise no que diz respeito aos direitos de autor (mas recorde-se como foi o senhor o primeiro a dizer que aqui não havia direitos de autor, e até isso ele soube parodiar), tal como Borges o fez em nome da Criação. Pascal é um só, Pascal é vários. São vários autores que deambulam nas suas linhas, e só a ignorância de alguns pode ver nele uma fraude ou um génio original. Para lhe mostrar que o senhor não é nenhum juiz da idiotice dos outros, mas sim a prova viva da sua própria idiotice, vou-lhe mostrar aquilo a que o senhor chama de fraude em Pascal:

“ Tempos houve em que a poesia calava os homens e dava lugar aos elementos. Por vezes, a chuva parava para o vento declamar, outras era o Sol que raiava…” Shelley

“ a palidez de cera do seu rosto era quase espiritual e os olhos vibravam-lhe encastoados em brilhantes pestanas…” Eça de Queiroz

“ tudo se dissolveu, tudo silenciou, excepto as crianças que sorriam/
rimando com a atmosfera paradisíaca” Milton

“a poesia é a voz multidimensional de uma cultura” Sastre

Se quiser saber as obras e as páginas onde se encontram tais referências, é só dizer. O ónus desta diligência literária armou-me bem. Ainda bem que o Floriano Peixoto está a anos-luz, e o meu amigo também, do que Shelley, Eça, Milton, Sastre e outros conseguiram. Felizmente, apareceu um Pascal a rir-se na vossa cara daquilo a que os senhores convencionalmente chamam de “boa literatura”. O que o Pascal fez foi destruir essas formas (fórmulas), essas receitas literárias de compadrio. E fê-lo muito bem. Até foi preciso acabar com os comentários, tal era o incómodo.

Pois é, senhor pelejão, para a próxima tenha mais cuidado e leia mais. Da minha parte, sirva-se da sua ignorância à vontade, devemos seguir o conselho de Michel, e não ter medo de manifestarmos a nossa ignorância.

Respeitosamente, peter
 
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