sexta-feira, setembro 3

Musicalmente

-Ma...Que stai faccendo?
-Escrevo.
-Nòs encontramo-nos aqui na noite porque de dia nao existimos. Experimenta vir aqui de dia e fazer qualquer ruido, tenta falar um pouco contigo mesmo aqui, às 3 da tarde.
Jà de noite, as palavras que te digo, percorrerao as ruas da cidade, em linhas diagonais, obliquas às paredes paralelas dos edificios neo-clàssicos.

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João da Concorrência:
Conta-me estórias...

Ontem confirmei as minhas suspeitas sobre ti. Já tinha reparado no verdadeiro parolo que tu és em situações anteriores mas ontem o teu apurado sentido de irresponsabilidade tornou-se nítido aos olhos de todos. Neste momento estou tranquilo porque sei que tudo o que eu te possa chamar não te difama suficientemente. Ainda por cima tu fazes esse trabalho por mim e melhor do que ninguém. Então tu não sabes que quando um D.J. está a trabalhar não se deve parar a música? De onde eu venho essa merda dá direito a espancamento. Como se não bastasse estavas tão bêbado e chato que qualquer tentativa de comunicação que alguém fizesse saía completamente frustrada. Eu ainda tentei, quando te chegaste ao pé de mim e da minha namorada, com olhares marotos mas foi completamente impossível. Por essa altura já nem o Fiuza te aturava.

Vai-te foder.

Ass. Marcel Duchamp
 
Pentimenti...
 
“ Architecto daquele templo, onde Salomão figurou”

Floriano Peixoto:

O Anel Benzénico, o grande anelo da humanidade.

Senhor floriano Peixoto, espero que me receba bem, não com enternecidos abraços, mas sim com os dedos calejados de quem tem tantos projectos. O duro ofício de aprendiz de escrivão assim o exige. Fique descansado, não sei nem posso fazer-lhe a vida negra, pois há um fosso vital entre nós. O senhor escreve, arquitecta e eu aprendo. O senhor saca da alma deliciosas metáforas bem temperadas e exuberantes e eu comento. O senhor é livre e eu cumpro pena. O senhor tem pseudónimos (nada mais burguês) e eu sou o pobre e anónimo pascal. Só o senhor me pode despir da culpa sem rachar o espelho.
Apesar do meu tédio crescente e do concomitante e progressivo afastamento destas andanças, cumprirei fielmente o que a Juíza ditou. Ainda bem que esta espermateca, a que vocês chamam de “granito”, é barata e frutífera. Venho duma clínica cubana horrível e cara, sem conectores para ligar as frases. O espírito vivifica, a letra mata. São Paulo. Ridículo, continua a terapia, vais conseguir. Aprende a escrever, caralho! Ó infernos, afastai-vos! Merda. Este espaço e a escrita do Peixoto estão a trazer-me incríveis benefícios salutares. A minha regeneração através da espermatólise é deveras eficaz, obrigadinho. Shokran e anna ahobak à Juíza e ao Peixoto, por aliviarem a minha consciência da sua pesada cruz.
Senhor advogado, aqui lhe entrego o primeiro comentário, curto mas honesto. Senhor Peixoto, acredite que não sou um epulão da sua escrita; sou mais um moralista faquir, um beneditino que quer preservar e mediatizar as suas palavras pelos séculos vindouros, nem que para tal tenha que tirar os sapatos e as meias, vivendo in vitro. À sua eulogia corresponderá sempre a minha sincera eumatia. Se o senhor não escrever muito, poderei descansar mais na minha cela cor-de-rosa, mordendo o rabo de Kakulé von Stradonitz e pensando sem palavras.

Ass: Pascal
 
Senhor Floriano Peixoto:

O senhor é o Floriano Peixoto e eu sou o Pascal. Só conheço o que o senhor aqui escreve, não sei o seu nome nem nada acerca de si, o mesmo pode dizer o senhor de mim. Portanto, o respeito e a distância devem ser recíprocos. Foi só uma brincadeira consigo, uma crítica, se quiser, aos “granitonovistas” da nova geração de escritores. Nada de mais. Não exagere na quantidade de gasosa. Não se ponha com especulações e insinuações crónicas, que já tantos problemas e dúvidas estéreis lançaram neste espaço, não se “fiúzanize”. Tal tenha algum proveito com isso, mas não se livrará da fama. Não há nada pior do que a dúvida caluniosa. Também gostava que dissessem que o senhor anda a escrever algo quando não anda? Não assistiu à vergonha na polémica “Fiúza”, onde apareceram comentários assinados pelo Ricardo, pelo Pedro Fiúza, pelo João e por outras pessoas quando não tinham sido escritos por elas? Gosta de cultivar essas coisas? Não acha que é preciso bom senso? Já disseram por aqui que eu era o pelejão, que era o salvado, que era o Nuno Miguel Henriques, que era o Carlos pio, agora o senhor diz-me que sou um habitue do sopas (acho que se refere àquele puto que anda sempre de casaco). Agora digo eu…o Pascal não será o Floriano Peixoto? Como vê, todas essas postas de bacalhau são ridículas, feias e desnecessárias. Apenas falei da sua escrita, não o ofendi, e para isso posso ter um pseudónimo tal como o senhor. Se quisesse enchê-lo de “caralhadas”, não seria pela Internet, fique tranquilo. Seria ao vivo, com o BI actualizado, e a cores. Mas já lhe disse que não tenho nada contra si. Repito que foi uma mera brincadeira sem intenção de ofensa. Para não se deixar melindrar, não voltarei a comentar os seus textos. Que fiquem incólumes e serenos no seu cantinho. Descanse, senhor Floriano Peixoto, pois quem descansa seus males espanta.

Ass: Pascal
 
David,

Disseram-me que havia uma acusação à minha pessoa neste esterco, o que se confirma. Para que fique claro, estou-me soberanamente a cagar para tudo o que se diz ou se escreve por aqui. Não tenho nada para dizer nem para receber das pessoas que aqui escrevem. Nunca depositei nem depositarei aqui nada (apenas esta nota de esclarecimento). Não sou o pascal, não sou anónimo e não tenho nenhum pseudónimo. Nunca trocaria a Internet pela minha quinta.
David, vi-te 2 ou 3 vezes na vida e trocámos 3/4 palavras, portanto não te admito que fales de mim como se me conhecesses. Educaram-me para sempre que quiser dizer alguma coisa a alguém o fazer frontalmente. Se quiseres falar comigo, podes fazê-lo; se não quiseres, também não vem nenhum mal ao mundo. Agora, David, com uma atitude dessas, apunhalando uma pessoa que mal conheces pelas costas, fazes-me desejar tudo menos ser teu amigo. Dizes que não sei fazer mais nada senão chatear o Sr. Joaquim, o que se vê pela quantidade de vezes que vou ao sopas. Ainda bem que a tua perspicácia te permite caluniar subtilmente e escrever muito bem, o que é infinitamente superior em relação a tudo o resto.

Abraço, Mário.
 
Senhor Floriano Peixoto, bajuladores fiuzianos e restantes “beirões da Europa”:

Tentarei ser tão diplomático como o senhor Mário (mais conhecido por Tigana nos tempos áureos), mas onde cabe a cabeça também cabe o corpo.
Vim fazer filhos ao interior, desloquei-me pela auto-estrada, paguei a portagem que me era devida, e vou agora inverter o sentido da marcha naquela rotunda onde se lê “Scut”. A vossa montra provoca-me uma ansiedade josefiniana de tanta diversidade e um olhar miserabilista face ao mundo. Voltas e mais voltas, só para voltar a ver a montra dos vossos textos. Sou exigente, levo a puta mais barata e mais apresentável, esperançando alcançar o nirvana dos meus caprichos e fetiches.
Antes do Pelejão Alcoviteiro entornar umas graças nos seus sermões filosóficos ou moralistas, digo-lhe, desde já, senhor Floriano, que pela minha parte, pode seguir com a sua caganeira pseudo –literária, com os seus textos sublimados da piadinha enterrada e delgadinha na sua previsibilidade, acompanhando o Fiúza que seguirá escrevendo enquanto se olha ao espelho. Afinem uma boa calúnia os dois juntos, cantem em uníssono a vossa alma; não se acanhem, afinal a calúnia é apenas uma verdade adiada. E, mais importante de tudo, pesquem com a cana da eternidade o ónus de todos aqueles que aqui jazem. Assim ou não-assim, qualquer dia até terão uma corporação sindicalizada, não sei quando, embora desconfie que não falte muito. Mas não se entusiasmem: da outra margem, garanto-vos que a minha alma seguirá arrefecida, embora reconheça humildemente ligeiros aumentos de temperatura.
E lembre-se, Senhor Floriano, as minhas incitações não são um álibi para a sua doutrina exibicionista, “lacrimijada” de beiral em beiral. Está combinado, mijo nos meus comentários (dizem alguns químicos que acelera a decomposição) e deixo-me contagiar pela sua luxúria asiática, mas não diga nada a nenhum fariseu que seja meu sócio. Se, no entanto, escolher o caminho mais próximo, desejando insultar-me, prepare-se bem, olhe que sou duro como a concha do berbigão (basta uma semana com uma carpideira histérica do concelho para um gajo se empedernir).
Senhor Floriânus, antes que rasgue a sua escrita com os meus cornos de touro, espete-me a sua espada pálida decorada de boas intenções, como um toureiro na fiesta, e aguarde a minha caída inglória, dos pobres cornos sem mãe que reze por eles. Por fim, ate-me ao rabinho do Fiúza e deixe que o destino me arraste para fora do recinto(“A um morto nada se recusa e eu quero por força ir de burro”). Mas, senhor Floriânus, não fique coradinho da vitória enquanto chovem orelhas do céu, afinal o senhor é só um pretexto para a minha escrita se masturbar um pouquinho (podia ser outro qualquer).
Escreva por transigência com o seu paladar e, se precisar de mais sal, diga-me, pois conheço uma salina bem recheada. O sal ali é uma espécie de energia renovável, já lá estiveram o Peixoto, o Handke, o Bennet, o H.Helder, a Hatherly, e não se esgota. Das duas uma: ou eles precisam de pouco sal, ou a salina portuguesa gera sal como uma ratazana que caga os seus filhotes.
Para sua cultura geral, senhor Floriânus Peixoto (sim, ainda é para si) vou-lhe revelar a minha identidade. Chamo-me Leovigildo, vivi no séc. VI, unifiquei a nossa península que nem uma aliança de gâmetas opostas e a net deu-me recentemente a imortalidade que já disputara com Recaredo, um rei visigodo muito mais fodido do que o cherne. Hoje tenho uma política inspirada nas instituições bizantinas e no direito romano, mas não pense que parei no tempo: não diga nada a Bizâncio, mas estou a pensar cunhar moeda. Finalmente vamos ser autónomos e livres. Ora, a traição compensa. Pode não querer conhecer-me pessoalmente, mas olhe que lhe deixarei um importante legado. Agora vou colher um Tio Patinhas e visitar um templo maçónico.
Meus caros, não esmoreçam. Está aí a reentrée política do Pelejão! O Pelejão voltou, fresco que nem uma alface, com novos textos para vos entreter. Vilipendiado pela crítica, chegou a hora de ser substituído na certeza de que fui um blogger profissional. Parto com a consciência bem vitaminada, à sombra da mão esquerda do Floriano. Floriano, Floriano és idiota até ao tutano! Pascal, Pascal, és um inútil oriental!
Vou deixar de pastar neste prado rochoso. Já há aqui carneiros suficientes para um estrume bem aprumadinho. Para quê mais um? Adeus a todos! Oxalá não voltem os lobos. Pietà.

Ass: Pascal(Leovigildo)
 
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