sexta-feira, setembro 17

Começando no "Flyer".

Já chegou ao Porto essa peça de design gráfico. Se estivesse bem feita não me arriscaria a dar a minha opinião sobre ela. Mas não está. De facto, este último panfleto que publicita o evento, denuncia falhas que começam no seu desenho e se prolongam até ao formato de compressão utilizado na gráfica.

Algumas dessas falhas:
1. Os diferentes produtos do pacote publicitário que até ao momento me chegaram às mãos, revelam falta de unidade ao nível da linguagem utilizada. De uns para os outros apenas permanece o tipo de letra (parece-me uma Helvetica, ou um outro tipo relacionado com o estilo internacional suiço dos 50/60). Essa escola surgiu na ressaca do construtivismo e assentava sobre três pilares distintos. A saber: servia-se de um esquema modular que dotava o desenho de coerência e estrutura interna; empregava tipografias sem serifa organizando assimetricamente os distintos elementos visuais (nunca se alinhava em espinha); apenas utilizava fotografia a preto e branco em lugar das tradicionais ilustrações. Como se nota, criei sérias dúvidas em relação à formação teórica dos designers do Imago.
2. O primeiro cartaz e o primeiro "flyer" em formato de cartão de visita fazia adivinhar um registo de cores planas, com silhuetas mal vectorizadas em tons de amarelo e laranja. Um estilo jovem e radical (de hà 5 anos atrás) que por si só não denegria a imagem global do evento. Agora vi o anúncio do Sound and Vision Experience (a vertente do evento relacionada com o som) e para meu espanto o Imago remodelou a cara. De ilustrações assumidamente bidimensionais, passou para uma imagem altamente contrastada filtrada por três bandas horizontais cada uma de sua cor. O texto principal encontra-se justificado (a fugir para as duas margens) equanto os logotipos dos patrocinadores se alinham à direita. Se a parte da frente já não convence então atrás é o salve-se quem puder das manchas gráficas. Textos justificados, em bandeira à direita, à esquerda, centrados. A confusão é tanta que até o Casino Fundanense se transformou em símbolo de dólar e 2 passou a ser maior que 9 (02>09). Tiques. Já a página que vi numa revista a publicitar a Heineken -perdão, o Imago- apresenta um plano de pormenor a preto e branco que serve de fundo para o texto...
3. Para terminar não houve tempo ou paciência para definir os overprints e ainda por cima a impressão quadricromática foi mal lançada para as máquinas. Provavelmente tem a haver com o formato do documento. Atente-se nos pretos dos corpos de letra de menores dimensões que, em vez de terem sido directamente preenchidos com o preto, são resultado de uma acumulação despropositada das quatro cores.

Quem os conheça que lhes diga:
Caros designers do Imago, isto não é um ataque pessoal, é antes um comentário estrictamente relacionado com as responsabilidades das suas profissões. Espero que tudo o resto vos corra bem melhor.

Comments:
Desde que os filmes sejam bons, a questão dos flyers é um bocadinho irrelevante. Além disso nem sempre uma boa teoria faz uma boa prática.
 
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