terça-feira, julho 6

Última Hora - É o fim da tomatada



Pedro Santana Lopes, indigitado primeiro-ministro de Portugal, tem já a sua equipa ministerial pronta e enviou por pombo-correio a formação do onze inicial, para aprovação do “manager” Sampaio. Assim e como se previa, o novo “coach” do team de São Bento vai fazer uma revolução sem paralelos na equipa das quinadas, só comparável há que Scolari fez após o primeiro desaire com a Grécia.
À limpeza de balneário apenas sobrevivem três ministros da confiança de Santana – o serrano Arnaut, Mogais Sagmento e Carmona Rodrigues.
Ferreira Leite já assinou com uma equipa do Qatar e os restantes ministros têm já os seus “empresários” políticos a tentar arranjar nova colocação numa das muitas equipas-satélites do Governo, a que vulgarmente chamamos empresas públicas.
Na lista das aquisições o principal destaque vai para alguns nomes sonantes do futebol e das autarquias que chegam assim à super-liga após a milionária transferência de Durão Barroso para os “galácticos” da Comissão.
Na lista dos prováveis titulares surgem nomes como Luis Filipe Menenses, João Loureiro e Manuel Frexes. Três pedras basilares para Santana construir uma sólida defesa, que Santana bem vai precisar nos próximos dois anos.
Menenses será titular das Obras Públicas e ficará encarregue de untar a mão estendida dos autarcas famintos. João Loureiro vai acumular as pastas do Desporto e da Justiça, tendo a seu cargo dossiers tão dificeis como “o pós Euro 2004 – O que fazer aos estádios às moscas e ao excesso de auto-estima”, ou o “Apito Dourado – como silenciá-lo”.
Mas a grande aposta no centro da defesa vai para o jogador-revelação das últimas autárquicas que colocou o Fundão no centro do mapa (seguindo a escola que Santana fez na Figueira) e pôs meio país a cuspir caroços de cereja à porta dos estádios.
Num país em que a cuspidela é o terceiro desporto mais popular a seguir ao futebol e a coçar os tomates. A aposta na cuspidela é claramente uma manobra eleitoralista que trará grandes dividendos ao “consulado” santanista. Frexes vai assumir a pasta da Defesa e das Telecomunicações. A primeira, porque a sua experiência de comando incontestado à frente da autarquia fundanense lhe mereceu o epíteto do “Sargento” nos corredores da edilidade, e por isso saberá lidar bem com os problemas de caserna.
O facto de ser também uma autoridade reverenciada em submarinos confere-lhe o melhor perfil para gerir o dossier da compra dos submarinos, bem como a distribuição para os cofres do partido de eventuais dividendos com o negócio multimilionário. Recorde-se que Frexes foi também o responsável pela maior ofensiva com submarinos-políticos de que há memória na história autárquica portuguesa. A CM do Fundão e as empresas dela dependentes estão infestadas de submarinos-políticos que com discrição e secretismo formam a guarda-pretoriana do regime Absoluto.
Para a pasta das Telecomunicações, Frexes mostra também corresponder à job-description – Primeiro, porque é antigo administrador da PT, mantendo excelentes ligações à casa-mãe, que recorde-se, é a principal accionista do semanário “Jornal do Fundão”, em segundo lugar porque Frexes tem também muita experiência nas comunicações móveis, já que é através delas que costuma gerir os assuntos da autarquia a partir de sua casa em Lisboa.
A transferência de Frexes para a “major league” da politiquice abriu já uma crise sucessória na CM do Fundão, decorrendo neste preciso momento intensas conspirações na esplanada da Nela, na Tasca da Estação e no Centro Comercial Acrópole, para avançar com candidaturas ao lugar vago, que como se sabe, é sempre o mais apetecível na baixa política fundanense.
Segundo fontes da Concelhia do PSD, o número dois do partido merece natural consenso, replicando assim o processo de sucessão no Governo, com a indigitação directa de Santana. Mas, pode haver no entanto uma surpresa, caso se confirme a suspeita que um destacado dirigente autárquico terá dito que a nomeação do número dois para presidente da câmara, constituiria um autêntico “golpe de estado”.
Este promissor e notável dirigente pode estar mesmo a pensar avançar ele próprio para uma candidatura, contando com o apoio expresso dos produtores de cereja da Cova da Beira, da Adega Cooperativa do Fundão e de Jerónimo e os Cro Magnon, que já lhe prometeram idealizar o hino de campanha.
Sabemos que esta candidatura guarda um trunfo precioso para esgrimir na reunião da concelhia – uma campanha acariciando os tomates do Fundão e o seu elevado valor nutritivo. “Pretendemos fazer dos tomates do Fundão uma imagem de marca, criar uma apetência. Estamos em negociações para fazer cá uma tomatada como aquela que se faz em Espanha e queremos que o Fundão seja a capital nacional do tomate. Já temos agência e já temos slogans”, explicou um técnico da autarquia, próximo do putativo candidato.
Os outdoors estão prontos para inundar o país e as frases são apelativas: “Fundão, uma terra com tomates.” “Têmo-los no sítio.” “Tomate do Fundão é o que faz falta à selecção”. Na campanha para a promoção das potencialidade turisticas do Fundão, a frase será “Venha coçá-los ao Fundão.”, apelando assim ao segundo desporto mais popular em Portugal e aquele que mais largamente é praticado nos corredores da autarquia fundanense.

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