quarta-feira, julho 14

Diamantino Gonçalves: A secreta vida das imagens





« O autor é o criador de um símbolo heróico:a sua própria vida. »

Herberto Helder


Mais do que um simples documento, a fotografia pode também ser entendida como uma forma de linguagem que nos remete sempre para uma determinada existência. Sendo uma abordagem do real, a fotografia pode mediar a relação do homem com o mundo, alterando a percepção do tempo e do espaço. Não querendo propriamente revelar o mundo mas antes os meios necessários para o descobrirmos, a fotografia acaba por ser esse acto de linguagem que deriva da necessidade de representação do sujeito e do mundo. No entanto, se, por um lado, somos obrigados a reconhecer a sua capacidade de representação, face à presença incontornável das imagens, por outro, a fotografia é também uma construção individual e subjectiva. É através desse “olhar limpo tudo / o que não vai morrer / connosco” (João Miguel Fernandes Jorge, 63) que o fotógrafo reconhece e, simultaneamente fixa as coisas. O mundo de Diamantino Gonçalves é indissociável de um plano afectivo e olhar para as coisas é também nelas reconhecer determinados sinais, memórias do que permanece e ainda resiste à mudança.Em boa hora a Câmara Municipal do Fundão se lembrou de fazer um levantamento sobre as chaminés que povoam a cidade do Fundão através do seu GTL. A exposição chama-se Fumos e vais estar patente no Casino Fundanense a partir de dia 19 de julho, inserida no Festival Cale.
Ao convidar Diamantino Gonçalves para captar com a sua ojectiva tão importante património arquitectónico de uma cidade, a Câmara reconhece o grande criador que é Diamantino ( já aqui várias vezes sublinhado no granito)e como a fotografia poderá ser um ponto de partida, algo que desencadeia outra coisa e se torna pretexto para inventar.


Comments:
Ricardo, a foto assim fica desproporcionada, é preferivel no tamanho original, mesmo que isso empurre os outros links lá para baixo.
 
Ricardo, não compreendo estes teus pequenos delírios à volta de 36 imagens impressas.
"Mais do que um simples documento, a fotografia pode também ser entendida como uma forma de linguagem que nos remete sempre para uma determinada existência."
Explica-me o que é um documento senão uma forma de liguagem que nos remete sempre para uma determinada existência? Por exemplo esses arquivos que existem no J.F. de textos cortados pela censura não partilham desta tua definição de fotografia. Até um Bilhete de Identidade para ser literal se pode enquadrar nas tuas palavras. Aquelas fotografias não cumprem com total eficácia a sua função documental e estão mais próximas da ideia de objectos decorativos para uma sala de um amigo. Aposto que já tens uma. Enfim, neste teu "comunicado de imprensa" acho que fazes demasiados jogos de palavras para elevar ao escalão de Grande Criador um fotógrafo da tua cidade. Lê o comentário que afixei no Alucinação (Cale)tiva.
 
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