quarta-feira, junho 30

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Nada mais assoviava lá fora que o vento nos pinhais.
Nada mais que o assovio da solidão neste sítio de Fundão.
Vento frio da Serra que apaga os lumes da alma e os cobre de geada miudinha.
Aqui o vento é bem mais forte.
Aqui o mundo pára a vê-lo apagar as lareiras de Inverno.
O mesmo vento que se espalha pelos pinhais quando o calor do Sol de Verão se mistura com as labaredas da floresta que corre sem buraco onde se enfiar.
Poderiam sempre esconder-se no Fundão.
Para aqui fugir, mas não, não.
Não são permitidas as florestas nesta terra de vento que passa sem parar.
Por momentos enganou-me, julguei ouvir o assovio da serra a descer pelas encostas e a chamar-me da mesma varanda de antes, mas não, mil vezes não, como mil são as estações de extrema solidão.
No momento em que usar o ponto, o mais que final, esquecer-me-ei dela, como a morte esqueceu o meu avô, dentro de uma panela.
Agora sim, o ponto, o mais que final.
Só assim me encostarei, acreditando na manhã sem viagem.

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