quinta-feira, maio 13

Mão Morta, bem viva



Já há algum tempo que quero deixar aqui no Granito o meu elogio ao novo albúm dos Mão Morta, "Nús". Conceptualmente forte e bem estruturado, musicalmente elaborado, o som e as letras conjugam-se de forma perfeita com todo o poder da intencionalidade da mensagem. É a prova de que os rapazes de Braga gozam ainda de uma garra e veia invejáveis ao fim de tantos anos de existência. E que gozam também de um estatuto e coragem que lhes permitiu lançar este último trabalho em edição de autor: parece que rescindiram o contrato com a antiga editora mas não houve nenhuma outra que quisesse editar o album; "o que se passa neste país?", desabafou Adolfo Luxúria Canibal numa entrevista ao Blitz, sabendo que tinha nas mãos um albúm belíssimo.

(…)Na estranheza em que se transforma então o quotidiano, a memória tende a negar a ausência como uma alucinação redentora, soçobrando o presente, paralisando o respirar. Mas foi também do fundo da memória, primeiro como um ruído imperceptível, depois como uma obsessão implacável, que ressoaram as palavras de Ginsberg - "Vi os melhores espíritos da minha geração destruídos pela loucura, esfomeados histéricos nus..." - trazendo um conforto, um bâlsamo que não julgávamos já possível. E também uma vontade de o cantar (…)
Adolfo Luxúria Canibal

Que a Mão Morta se mantenha bem viva durante muito mais tempo. O panorama musical português agradece!!!

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