domingo, maio 9

Afinal o que é a festa?

Eu nem era para começar a escrever revoltas ou indignações, mas antes de ter tempo para escrever receitas, poemas ou outra dessas coisas "muito femininas" com que queria iniciar a minha participação neste blog, aconteceu-me esta. Passo a contar: fui a uma festa numa aldeia aqui no concelho, iniciativa da câmara municipal. Muito boa a ideia de reviver/observar costumes passados, tradições, de se dinamizar as aldeias, blábláblá...Sinceramente, estava muito entusiasmada com todo o acontecimento, apesar de o dia ter amanhecido à chuva - talvez por isso a aldeia estivesse um pouco desanimada. Mas com a chegada da hora do almoço veio a animação, ou não fôssemos nós povo apreciador da hora do convívio regado. As duas tasquinhas para o efeito estavam apinhadas de gentes de grupos juvenis, ranchos folclóricos, visitantes, gente da aldeia, pelo que acabámos por começar a comer de pé, ao balcão, o nosso tradicional e tão saboroso caldo verde. Ora chovia, ora não chovia e durante o almoço estava no ar aquela dúvida: será que o programa das festas vai para a frente? A resposta veio logo de seguida, quando alguém veio chamar a miudagem tocadora de instrumentos de uma aldeia qualquer vizinha para tocar para o xenhor presidente. "Então e os frangos que ainda não vieram?", "Comem depois de actuar.". E foi assim que conseguimos mesa para almoçar e perdemos a actuação. Mas não ficou por aqui, uma vez que a seguir à miudagem foi o rancho folclórico que teve de fazer um intervalo no almoço para ir actuar para o xenhor presidente. E aí não era só miudagem.
Acho muito bem que o xenhor presidente nos presenteie com a sua presença nas festas concelho que representa.
Acho muito mal isso tornar-se mais importante do que a própria festa.

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