quarta-feira, dezembro 17
A América de Archie Bunker
Para não dizerem que o granito só destila fel, aqui vai um bocadinho de mel para o melhor programa em exibição na televisão portuguesa.
Primeiro é preciso vasculhar bem no telelixo, para encontrar uma pérola chamada “Uma Família às Direitas”, com a destilaria de verborreia e preconceitos do “average american”, chamado Archie Bunker.
Passa todos os serões na SIC Gold, é uma série da década de 80 e está a anos luz das merdengadas que se produzem hoje em dia.
Racista, machista, anti-comunista, obstinado e deliciosamente venenoso e rezingão Archie Bunker é uma iluminação de Natal para os meus pacatos serões , e o melhor digestivo para o engulho que me provoca a paranóia do politicamente correcto.
Pai espiritual e inspirador desse seu sucedâneo “cartoon” que é Homer Simpson, ambas as personagens encarnam a capacidade da América se rir de si própria. É por isso que convivo mal com o pensamento simplório e aglutinador que “empacota” um país-continente como os EUA, num chorrilho de lugares-comuns, tão perigosos como aqueles que emanam da administração fascizante que, por ora, ocupa a Casa Branca. É lamentável pensar que a América é só a terra de Bush, da pena de morte, da indústria capitalista sem escrúpulos, do McDonalds, do politicamente correcto.
É bom lembrar que a América é também o mais estimulante epicentro de investigação e desenvolvimento tecnológico, e terra de efervescente cultura, capaz de ser contraditória e rir-se de si própria (muito mais do que os vetustos europeus que continuam a levar muito a sério essa sua condição de europeus).
É isso que “Uma Família às Direitas” faz pela voz de Archie Bunker. É que a América dos preconceitos e do patriotismo patético é também a América de: Heminghway, Kennedy, Roosevelt, Eisenhower, Luther King, Cole Porter, Duke Ellington, Miles Davis, Charlie Bird Parker, John Ford, Frank Capra, DW Griffith, Charles Chaplin, Martin Scorsese, Woody Allen, David Lynch, David Mamet, Martin Amis, Paul Auster, Norman Mailer, Scott Fitzgerald, e tantos e tantos outros... É toda essa América cada vez mais esquecida, que o Archie Bunker me ajuda a recordar todos os dias ... apesar do Bush e seus capangas.
Primeiro é preciso vasculhar bem no telelixo, para encontrar uma pérola chamada “Uma Família às Direitas”, com a destilaria de verborreia e preconceitos do “average american”, chamado Archie Bunker.
Passa todos os serões na SIC Gold, é uma série da década de 80 e está a anos luz das merdengadas que se produzem hoje em dia.
Racista, machista, anti-comunista, obstinado e deliciosamente venenoso e rezingão Archie Bunker é uma iluminação de Natal para os meus pacatos serões , e o melhor digestivo para o engulho que me provoca a paranóia do politicamente correcto.
Pai espiritual e inspirador desse seu sucedâneo “cartoon” que é Homer Simpson, ambas as personagens encarnam a capacidade da América se rir de si própria. É por isso que convivo mal com o pensamento simplório e aglutinador que “empacota” um país-continente como os EUA, num chorrilho de lugares-comuns, tão perigosos como aqueles que emanam da administração fascizante que, por ora, ocupa a Casa Branca. É lamentável pensar que a América é só a terra de Bush, da pena de morte, da indústria capitalista sem escrúpulos, do McDonalds, do politicamente correcto.
É bom lembrar que a América é também o mais estimulante epicentro de investigação e desenvolvimento tecnológico, e terra de efervescente cultura, capaz de ser contraditória e rir-se de si própria (muito mais do que os vetustos europeus que continuam a levar muito a sério essa sua condição de europeus).
É isso que “Uma Família às Direitas” faz pela voz de Archie Bunker. É que a América dos preconceitos e do patriotismo patético é também a América de: Heminghway, Kennedy, Roosevelt, Eisenhower, Luther King, Cole Porter, Duke Ellington, Miles Davis, Charlie Bird Parker, John Ford, Frank Capra, DW Griffith, Charles Chaplin, Martin Scorsese, Woody Allen, David Lynch, David Mamet, Martin Amis, Paul Auster, Norman Mailer, Scott Fitzgerald, e tantos e tantos outros... É toda essa América cada vez mais esquecida, que o Archie Bunker me ajuda a recordar todos os dias ... apesar do Bush e seus capangas.