sexta-feira, novembro 7

Dizer é Liberdade

Contra os que muito berram
nunca calar
nunca calar
dizer é liberdade
contra a corrente da verborreia
é resistir, resistir
à rima da diarreia


Num jogo de letras fantasmas
estala o vernacular
libertam-se as aventesmas
na liturgia circular


Sempre prontas a acusar
as putas da prosa fácil
são as donas da verdade
gostam da crítica
(aos outros
por sistema)
mas na escrita pós-virginal
escondem sempre o paradoxo
de um intrigante dilema


Porque a todas as mesas do poder
das nove às cinco
estendem os dedos afiados
sentam-se em estofos de pele
e como seguros arlequins
elencam trágicos desfiados
ou cómicos marinados
para gáudio dos mandarins

e depois, senhores, é vê-las
berrar
berrar
berrar
mas sempre à espera da grande teta
do alimento consular


E que dizer da fixação flatular?
lidas as todas as letras
fica a questão liminar

será justa a intenção do esteta
ou simples arremedo de rabeta?


Vdka7


estou a ver que ainda vamos inaugurar um blog de versos de granito :))
à pedrada :-)

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