sexta-feira, outubro 31
Somerset em Cap Ferrat
Cap Ferrat, Abril 2002
Sentei-me no balcão do bar do Grand Hotel de Cap Ferrat.
Balbuciei no meu francês macarrónico- pardon messieur un vodka tonique.
- oui, oui bien sûr.
Olhei em redor. Um barzinho de hotel acolhedor e simples, ornamentado por um piano sem cauda, um punhado de honoráveis poltronas e o hall of fame de fotos a preto e branco, disperso pela parede.
Fixei o olhar na foto de dois velhotes com sorriso sardónico sentados numa cadeira de palhinha. Um era o Winston Churchill, o outro, Somerset Maugham.
O barman trouxe-me o meu Vodka tonique, acendi o Lucky Strike ritual, e deslizei o olhar entre duas velhas baronesas austro-hungaras que bebericavam uma flute de champagne num esforço osculado para não borrarem o escarlate do baton.
Uma delas sorriu-me.
Por momentos imaginei-me um "gigolo" de luxo a estoirar fortunas austro-húngaras no Casino de Monte Carlo.
Devolvi o sorriso, num esforço de encantadora malícia.
Abati o Vodka Tonique e reparei de novo numa foto de Somerset Maugham, desta vez a solo. Os lábios pareciam querer sussurrar-me um segredo.
Incomodado, perguntei ao Barman o que fazia o Somerset ali.
Com um ar meticulosamente enfastiado e snob que só os franceses sabem vestir, explicou-me - Monsieur Maugham was an habitué ! We have a cocktail in is honour.
Pedi então um Somerset Maugham
- Dois dedos de Cointreau, dois de sumo de pêssego e granizado sur le top.
Fresco e agradável, bebi dois.
As baronesas austro-hungaras continuavam a tricotar champagnes e memórias de conquistas de amor na Riviera francesa.
Somerset movia os lábios. Aproximei-me, e a voz fez-se nítida. - Human Bondage (Servidão Humana).
Pedi um terceiro Somerset, ignorei o olhar desafiante da baronesa austro-hungara e um futuro radioso como "gambler d`amour".
Puxei outro cigarro e fui ver o mar.
Sentei-me no balcão do bar do Grand Hotel de Cap Ferrat.
Balbuciei no meu francês macarrónico- pardon messieur un vodka tonique.
- oui, oui bien sûr.
Olhei em redor. Um barzinho de hotel acolhedor e simples, ornamentado por um piano sem cauda, um punhado de honoráveis poltronas e o hall of fame de fotos a preto e branco, disperso pela parede.
Fixei o olhar na foto de dois velhotes com sorriso sardónico sentados numa cadeira de palhinha. Um era o Winston Churchill, o outro, Somerset Maugham.
O barman trouxe-me o meu Vodka tonique, acendi o Lucky Strike ritual, e deslizei o olhar entre duas velhas baronesas austro-hungaras que bebericavam uma flute de champagne num esforço osculado para não borrarem o escarlate do baton.
Uma delas sorriu-me.
Por momentos imaginei-me um "gigolo" de luxo a estoirar fortunas austro-húngaras no Casino de Monte Carlo.
Devolvi o sorriso, num esforço de encantadora malícia.
Abati o Vodka Tonique e reparei de novo numa foto de Somerset Maugham, desta vez a solo. Os lábios pareciam querer sussurrar-me um segredo.
Incomodado, perguntei ao Barman o que fazia o Somerset ali.
Com um ar meticulosamente enfastiado e snob que só os franceses sabem vestir, explicou-me - Monsieur Maugham was an habitué ! We have a cocktail in is honour.
Pedi então um Somerset Maugham
- Dois dedos de Cointreau, dois de sumo de pêssego e granizado sur le top.
Fresco e agradável, bebi dois.
As baronesas austro-hungaras continuavam a tricotar champagnes e memórias de conquistas de amor na Riviera francesa.
Somerset movia os lábios. Aproximei-me, e a voz fez-se nítida. - Human Bondage (Servidão Humana).
Pedi um terceiro Somerset, ignorei o olhar desafiante da baronesa austro-hungara e um futuro radioso como "gambler d`amour".
Puxei outro cigarro e fui ver o mar.