terça-feira, outubro 28
Lima e Delgado Lda
Quanto ao caso Lima só me resta acrescentar o seguinte:
Não é verdade que não há memória de um caso destes em Portugal. Assim de repente, lembro-me que no pontificado Guterrista houve um caso que deu brado. Trata-se do senhor António Capinha que de modesto e obscuro repórter da Rádio Comercial, transitou para o Gabinete do Ministro Jorge Coelho, como asessor de imprensa. Foi então nomeado (politicamente) para os quadros da RTP, acumulando os dois vencimentos. Quando a falcatrua de desmascarou, o senhor meteu uma licença na RTP, e quando acabou o reinado do Coelhone, para não dar nas vistas, transitou para assessor de imprensa da Embaixada de Portugal em Viena de Áustria. Todos os assessores de imprensa que eu conhecia do tempo dos socialistas, estão hoje bem melhor na vida do que antes de entrarem para o "Governo". A maior parte deles foi colocada atempada e cirurgicamente em cargos importantes na miríade de empresas e institutos públicos controlados pelo Governo. Outros (os menos afortunados) regressaram aos orgãos de Comunicação Social de onde tinham sido "requisitados". Regabofe e pouca vergonha que infecta estas relações muito venais entre política e jornalismo.
O Governo do PSD/PP é ainda mais despudorado neste tachismo, já que não faz a coisa por menos, e dá tachinhos de grande exposição mediática, não se preocupando sequer em enviar os despojados das remodelações governamentais para uma qualquer embaixada obscura no Burundi, ou um Instituto Público desconhecido. Primeiro a nomeação do inenarrável Luis Delgado para administrador com o pelouro da redacção da Agência Lusa. Este notável spin doctor da campanha de Durão Barroso e famoso lambe botas oficial do Governo, vê assim a sua dedicação de postíbulo bafejada com um cargo chave no gatekeeping da informação em Portugal.
No caso de Fernando Lima, assinale-se a confirmação de algo que há muito já se sabia. O Diário de Notícias é de á longa data um jornal instrumental e serviçal do poder instalado, por via da sua estrutura accionista.
O Estado, principal accionista da PT, é por essa via, o maior patrão da Comunicação Social em Portugal. Um gigante tentacular que estende a sua obscura influência nalguns dos principais orgãos de comunicação social do nosso País. Com a nomeação de Fernando Lima para a direcção do DN, nada mudou; a única novidade é que este Governo nem sequer tem vergonha ou pruridos em assumir esse patronato, e essa vergonhosa berlusconização da Comunicação Social em Portugal. É pena que o Sindicato dos Jornalistas, a Alta Autoridade para a Comunicação Social e a Comissão da Carteira de Jornalista, não sejam mais do que umas acolchoadas poltronas para uns quantos baronetes se refastelarem na sua inútil e estéril falta de importância.
Cambada de merdosos ! E nós por cá, entregues à esfaimada matilha ululante.
Não é verdade que não há memória de um caso destes em Portugal. Assim de repente, lembro-me que no pontificado Guterrista houve um caso que deu brado. Trata-se do senhor António Capinha que de modesto e obscuro repórter da Rádio Comercial, transitou para o Gabinete do Ministro Jorge Coelho, como asessor de imprensa. Foi então nomeado (politicamente) para os quadros da RTP, acumulando os dois vencimentos. Quando a falcatrua de desmascarou, o senhor meteu uma licença na RTP, e quando acabou o reinado do Coelhone, para não dar nas vistas, transitou para assessor de imprensa da Embaixada de Portugal em Viena de Áustria. Todos os assessores de imprensa que eu conhecia do tempo dos socialistas, estão hoje bem melhor na vida do que antes de entrarem para o "Governo". A maior parte deles foi colocada atempada e cirurgicamente em cargos importantes na miríade de empresas e institutos públicos controlados pelo Governo. Outros (os menos afortunados) regressaram aos orgãos de Comunicação Social de onde tinham sido "requisitados". Regabofe e pouca vergonha que infecta estas relações muito venais entre política e jornalismo.
O Governo do PSD/PP é ainda mais despudorado neste tachismo, já que não faz a coisa por menos, e dá tachinhos de grande exposição mediática, não se preocupando sequer em enviar os despojados das remodelações governamentais para uma qualquer embaixada obscura no Burundi, ou um Instituto Público desconhecido. Primeiro a nomeação do inenarrável Luis Delgado para administrador com o pelouro da redacção da Agência Lusa. Este notável spin doctor da campanha de Durão Barroso e famoso lambe botas oficial do Governo, vê assim a sua dedicação de postíbulo bafejada com um cargo chave no gatekeeping da informação em Portugal.
No caso de Fernando Lima, assinale-se a confirmação de algo que há muito já se sabia. O Diário de Notícias é de á longa data um jornal instrumental e serviçal do poder instalado, por via da sua estrutura accionista.
O Estado, principal accionista da PT, é por essa via, o maior patrão da Comunicação Social em Portugal. Um gigante tentacular que estende a sua obscura influência nalguns dos principais orgãos de comunicação social do nosso País. Com a nomeação de Fernando Lima para a direcção do DN, nada mudou; a única novidade é que este Governo nem sequer tem vergonha ou pruridos em assumir esse patronato, e essa vergonhosa berlusconização da Comunicação Social em Portugal. É pena que o Sindicato dos Jornalistas, a Alta Autoridade para a Comunicação Social e a Comissão da Carteira de Jornalista, não sejam mais do que umas acolchoadas poltronas para uns quantos baronetes se refastelarem na sua inútil e estéril falta de importância.
Cambada de merdosos ! E nós por cá, entregues à esfaimada matilha ululante.