sexta-feira, outubro 24
Enatanga
Não era preciso ser bruxo para adivinhar as consequências da privatização da Enatur- Pousadas de Portugal.
Menos seis meses depois do Estado ter anunciado que "Não tem vocação hoteleira", pela voz do secretário de Estado do Turismo, Miguel Relvas, os novos proprietários das Pousadas de Portugal anunciaram o encerramento das Pousadas do Caramulo e de Castelo do Bode.
Na linha de abate deste matadouro economicista estão também as Pousadas de Almeida e a Pousada de Monsanto.
As razões são as da costumeira cartilha de gestão merceeira - racionalização de custos.
Em causa estão dezenas de postos de trabalho em locais onde os postos de trabalho especializado não abundam. Em causa estão centros de dinâmica económica cujo impacto no tecido local importa não descurar. Em causa estão imóveis qualificados, símbolos da memória e da capacidade empreendedora de uma nação, que nos tempos modernos se ocupa mais em destruir do que a criar. Em causa está um património colectivo, que se manteve vivo com o esforço de requalificação e preservação para que todos os contribuintes, contribuiram.
Em causa está uma visão estratégica de um Turismo de qualidade, orientado para factores competitivos que não se esgotam nas praias atulhadas do Algarve, ou do putedo em Bragança.
Foi tudo isto que ficou em causa no dia em que o Estado, gongórico, anunciou não ter vocação hoteleira.
O Estado português não só não tem vocação hoteleira, desconhece-se-lhe qualquer vocação. Quando muito, amanha-se na negociata e ajeita-se no desenrascance orçamental. Para contribuir com uns maravedis para o pecúlio agiota da Ministra das Finanças, o Governo PSD/PP entregou de bandeja as Pousadas de Portugal para o altar do sacrifício economicista dos baronetes do lucro. Uma marca e uma identidade que levaram 20 anos a criar e a respeitar, estão agora a saque dos bandoleiros do lucro fácil, tudo com o beneplácito criminoso do actual Governo.
O interior fica mais pobre, o país fica mais pobre, e edifícios que fazem parte da nossa identidade nacional podem transformar-se em motéis pulguentos e rentáveis. Aqui ao lado, na vizinha Espanha, um Estado com múltiplas vocações, continua a investir numa magnífica rede de Paradores.
A história em Espanha vive em magníficos edificios, recuperados com o lucro gerado por uma rede de Paradores, onde o viajante pode pernoitar e gozar os sabores tradicionais e o descanso ancestral, a preços incomparavelmente mais acessíveis do que em Portugal. Definitivamente, Portugal tem um problema de vocação, perdidamente.
Menos seis meses depois do Estado ter anunciado que "Não tem vocação hoteleira", pela voz do secretário de Estado do Turismo, Miguel Relvas, os novos proprietários das Pousadas de Portugal anunciaram o encerramento das Pousadas do Caramulo e de Castelo do Bode.
Na linha de abate deste matadouro economicista estão também as Pousadas de Almeida e a Pousada de Monsanto.
As razões são as da costumeira cartilha de gestão merceeira - racionalização de custos.
Em causa estão dezenas de postos de trabalho em locais onde os postos de trabalho especializado não abundam. Em causa estão centros de dinâmica económica cujo impacto no tecido local importa não descurar. Em causa estão imóveis qualificados, símbolos da memória e da capacidade empreendedora de uma nação, que nos tempos modernos se ocupa mais em destruir do que a criar. Em causa está um património colectivo, que se manteve vivo com o esforço de requalificação e preservação para que todos os contribuintes, contribuiram.
Em causa está uma visão estratégica de um Turismo de qualidade, orientado para factores competitivos que não se esgotam nas praias atulhadas do Algarve, ou do putedo em Bragança.
Foi tudo isto que ficou em causa no dia em que o Estado, gongórico, anunciou não ter vocação hoteleira.
O Estado português não só não tem vocação hoteleira, desconhece-se-lhe qualquer vocação. Quando muito, amanha-se na negociata e ajeita-se no desenrascance orçamental. Para contribuir com uns maravedis para o pecúlio agiota da Ministra das Finanças, o Governo PSD/PP entregou de bandeja as Pousadas de Portugal para o altar do sacrifício economicista dos baronetes do lucro. Uma marca e uma identidade que levaram 20 anos a criar e a respeitar, estão agora a saque dos bandoleiros do lucro fácil, tudo com o beneplácito criminoso do actual Governo.
O interior fica mais pobre, o país fica mais pobre, e edifícios que fazem parte da nossa identidade nacional podem transformar-se em motéis pulguentos e rentáveis. Aqui ao lado, na vizinha Espanha, um Estado com múltiplas vocações, continua a investir numa magnífica rede de Paradores.
A história em Espanha vive em magníficos edificios, recuperados com o lucro gerado por uma rede de Paradores, onde o viajante pode pernoitar e gozar os sabores tradicionais e o descanso ancestral, a preços incomparavelmente mais acessíveis do que em Portugal. Definitivamente, Portugal tem um problema de vocação, perdidamente.