quinta-feira, setembro 29

Design on Consciousness and Vice-Versa:

Ethic-Production1
Ethic-Production2
Ethic-Production3

And it's not about digital tools...

domingo, setembro 25

Porque é que eles gritam tanto?

Nem sequer estão chateados! A letra é sobre uma miúda skater...
Ao som de uma daquelas músicas tipo Rap-New-Metal próprias para teenagers e "terrones" alternativos:
"O que eu gosto mais no Techno Minimal é o facto de não querer dizer nada."
Há coisas que dão espaço. Mas eu não...

O Hip-Hop tinha uma espécie de música de intervenção. É bom conhecer um pouco da história mas agora prefiramos interpretar o presente. Sei que existe muito mais a dizer sobre a cultura, mas parece-me que ela já não tem muito mais a dizer sobre as suas musas sociais. Os rappers americanos ou foram morrendo ou estão cheios de ouro na boca. Ainda só têm a força que têm porque os anos noventa permitiram aos detentores de copyrights de países desenvolvidos colonizarem toda uma ampla zona onde o mundo do espectáculo não tinha as mesmas proporções. Digam-me um gajo lá dos Clicks and Cuts, que tenha putas e carros optimizados para saltar. Ostracizados "my ass"!
Ouvi dizer que em França se faz muito e bom Hip-Hop. Na cidade onde cresci existe uma crew, Palácio Crew (in da haus!) porque se juntam ao pé do Palácio da Justiça. Fazem umas rimas, produzem um instrumental e fazem Rap. Ainda são muito novos e não têm tanta obrigação de questionar os meios por que se expressam, mas o mesmo não se pode dizer de muitas outras bandas e projectos. Não acho que os produtos devam permanecer estanques, muralhados por ideias regionais ou patrióticas, mas acredito que a apropriação deve ser feita com o mínimo de pertinência.
Compreendo e gosto quando um branco utiliza FUBU sabendo o que a sigla quer dizer.

HOUDOE! Com as Tintas Europa
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E UMA MUSA PARA O "GRANITO"
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They told the $%/() was spliting but I don't speak

joaonovopekeno

O CLONE IX

terça-feira, setembro 20

Tropa Sindical

É bastante irónico que sejam os militares a verdadeiramente incomodarem o Governo no que toca a matérias sociais e laborais. Até agora, a investida do Executivo sobre a administração pública tem navegado relativamente ligeira nas águas tempestuosas da crise e do combate ao défice. As questões ligadas à qualidade de vida têm tido pouco músculo para se imporem ao gigantismo de uma crise económica, que se sabe ter repercussões em toda a aldeia global. Não fosse o petróleo e a seca, e talvez o caso fosse bem diferente. Mas em Portugal qualquer espirro da economia mundial provoca uma valente gripe nas finanças de toda a gente. Apesar dos argumentos legais e das regras de disciplina das forças armadas, os militares não são excepção. Vê-los na rua vestidos à civil, de “punho no ar”, mexe com o imaginário da formação da democracia portuguesa. Na simbologia desta encenação é que reside o verdadeiro incómodo para as instituições.

sábado, setembro 17

Vila Nova de Frexes - a querela


O JF é sempre leitura obrigatória para um aficionado do insólito como eu. Desta vez, parece que um conflito de proporções comparáveis ao servo-croata está prestes a estalar nos subúrbios dessa cosmopolita cidade do Fundão (quem tem o Imago tem estilo e é ultra-fashion).
Segundo a notícia do JF, o venerável presidente da junta de freguesia da Aldeia de Joanes, com quem tive o prazer de partilhar uma água das pedras na canícula deste Verão, foi acusado de "raptar" a placa da aldeia vizinha - a Aldeia Nova do Cabo.

Quem conhece a geografia fronteiriça desta Cachemira beirã ficará espantado com a toponímia. Um gajo entra na Aldeia de Joanes e enquanto acende um cigarro já está de repente na Aldeia Nova do Cabo. O problema é saber onde começa uma e acaba outra, é assim como Jerusalém Ocidental e Oriental, ou como no grande fosso de Astérix.
O caso mete rivalidades antigas, rixas de pau e pedra e o conflito parece agudizar-se, com este misterioso desaparecimento da orgulhosa placa da Aldeia Nova do Cabo, colocada por ordem do Supremo Tribunal (até onde foi a querela, a seguir só o Tribunal de Haia), com o presidente da Junta da Aldeia Nova do Cabo a acusar o seu homólogo de rapto de placa, crime punível com uma semana de prisão domiciliária.

Este episódio pode marcar o agravamento das tensões fronteiriças, e impedir que as raparigas da Aldeia Nova namorem com os rapazes da Aldeia de Joanes, pelo menos a céu aberto, e Shakespeare poderia ter matéria para um "Romeu e Julieta", edição beirã.

As eleições aproximam-se e certamente que algum vereador fundanense com residência de Verão na Aldeia de Joanes se prestará a pôr água na fervura e a acrescentar mais algumas benesses "compensatórias" à lista de promessas pré-eleitorais, mas uma coisa é certa, a diplomacia de punhos de renda só vai adiar o conflito armado e a contagem de espingardas de caça já se vai fazendo.
Na minha opinião, a solução ideal, era mandar para lá três soldados da GNR, daqueles que estão no Fundão para fazer a ponta de um chavelho, e impor com baioneta uma solução negociada, que poderia passar por:


1 - Um campeonato de emborcadores de Minis em que cada aldeia escolheria o seu campeão da goela aberta. O último a caír ganharia para a sua terra-mater o direito de escolher onde é que se enterra o raio da placa.

2 - O tradicional jogo da corda, a realizar em ambiente neutro (Pavilhão Multiusos, ou na inauguração da Moagem), de um lado toda a população da Aldeia Nova do Cabo, incluindo velhas e rafeiros, e do outro a Aldeia de Joanes, incluindo crianças e padres. Quem puxasse com mais força teria o direito de escolher onde meter a placa.

Em ambos os casos, as receitas reverteriam a favor dos Caminheiros da Gardunha.

Caso os aldeões não concordassem com esta liça, a solução seria impor uma medida musculada - fundir as duas aldeias numa só - que se passaria a chamar Aldeia Nova do Frexes, e que seria elevada a vila nas próximas eleições, passando a chamar-se Vila Nova do Frexes.

Todo o processo de fusão podia ser documentado pelos jovens Felinnis da terra, que em vez de andarem a fazer curtas para a parte de trás da nuca, podiam dar um novo rumo à sua carreira e emprestar forte contributo ao depauperado documentalismo português. Seriam assim uma espécie de leni riefenstahl do regime frexiano.

São só ideias, porventura parvas, mas ideias para o conflito, ou o fim dele.

terça-feira, setembro 6

O homem na berma

Numa festa de aldeia. Foguetório, frango assado e bejecas em roda livre. As velhas abancadas em fila numa escadaria. O padre comanda a procissão. A banda desafina como de costume e o andor pesa cada vez mais. A moldura da aldeia é de cinza, mas o foguetório é obrigatório - "Já não há mais nada para arder". Pipocas, farturas e algodão-doce, tudo em pouca fartura. A banda Pimba puxa para a modinha, mas nada. A populaça de braços cruzados, espera, espera, e desespera a banda. Apenas três miúdos correm, os outros esperam pela sua senha de cerveja, ou pelo divina Misericórdia no largo da festa. A festa é xoxa. O GNR boceja e proibe pouco. O padre dá a benção e pira-se. As velhas cochicham pouco sobre o antigamente. Um homem de terno branco e gravata cor-de-rosa tem o nariz pintalgado de tinto. A cera das velas, poucas, derrama sobre o granito. O homem velho apoia a bebedeira à bengala. O outro homem velho ocupa um lugar no estacionamento. Está estendido, bem estacionado, arrumado no seu fato domingueiro sobre a berma. Alguém o abana com a biqueira do sapato. O homem ainda mexe, respira, não está morto. A procissão já passou, o GNR continua a bocejar e o padre já ressona. O homem cava a bebedeira de caixão à cova nas bermas da indiferença. Ao fundo, a banda insiste - "Aperta com ela". O povo não liga. A festa está morta, e daqui nada a cerveja também.

segunda-feira, setembro 5

They told the train was spliting but I don't speak Dutch

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sexta-feira, setembro 2

há dias em que preferia ter nascido em Marte

Katrina: Unicef diz que pode haver 400 mil crianças sem abrigo

BSE pode ter tido origem em rações com restos de cadáveres humanos

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